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Serras, rios, planícies. O Jalapão é a segunda maior bacia hidrográfica do mundo, tem uma área de 34 mil km2, do tamanho do estado do Alagoas e uma das menores densidades demográfica do mundo, com 1,3 hab/km2 e um dos menores IDH do mundo.

Um lugar singular e com tantas particularidades que é humanamente impossível desbrava-lo em apenas 3 dias. Mas minha passagem por aqui era pra ter uma noção da sua grandiosidade e também como uma forma de motivar mais pessoas a conhecerem esse lugar.

Arrumei um canto na desativada Pousada do Jalapao para armar minha rede, acordei as 7 da manhã e tomei meu café.

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Depois de ajeitar toda a minha tralha, fui dar uma volta para tirar fotos da pousada. A fazenda é imensa, segundo a versão oficial, era uma fazenda construída por americanos que ninguém sabe ao certo o que faziam ali.

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Já a lenda diz que essa era uma fazenda de refino de coca do Pablo Escobar, luxuosíssima e quando foi descoberta, o exército se mobilizou e invadiu. Mas a galera da fazenda ficou sabendo e teve tempo para fugir. Depois acessem o álbum do Jalapão no Facebook e vejam mais fotos da pousada.

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Hoje a fazenda está em litigio, não sei exatamente quem é o responsável por ela, mas já tentaram transforma-la em uma pousada de luxo e não deu muito certo. O caseiro disse que agora estão tentando faze-la funcionar novamente, vamos ver.

Seria um longo dia de pedal, saí de lá as 9h00 com destino a Cachoeira da Velha a 8 kms dali. Ao chegar há duas trilhas, uma para a cachoeira e outra para a praia, virei a direita para a cachoeira. Ao seu final da trilha há uma passarela que nos leva até próximo dela e realmente o visual é lindo, parece uma mini Iguaçu.

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Este é o Rio Novo, simplesmente o maior rio de água potável do mundo, isso mesmo, você pode beber direto essa água sem a necessidade de tratamento. Toda essa água vai desaguar no rio Tocantins.

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Depois fui até a Prainha, pra chegar a ela é necessário descer uma escadaria. Ali no alto tem o estacionamento e um banheiro que pra variar está impraticável graças a estupidez humana.

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Lá em baixo mais um belo visual, um rio de águas cristalinas, com uma temperatura agradável. Inevitável mais um banho de rio.

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Deixei a Cachoeira da Velha pra trás e segui 28 kms voltando para retomar o rumo a Mateiros. Quando voltei para a estrada peguei um trecho horrível com cascalhos de um lado e a pista de areia do outro. Ali não podia andar a mais de 10 km/h para não quebrar a bike.

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Por sorte o trecho era de uns 5 kms apenas e logo consegui desenvolver boa velocidade. Meu destino era a parte alta do Rio Novo mas no caminho havia mais um dos belos rios onde eu consegui me refrescar e abastecer de água.

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A luta agora era para pedalar o mínimo possível de noite, algo que seria inevitável, então soquei a bota e parava apenas para tirar algumas fotos, o que não pude deixar de fazer ao chegar no Rio Novo.

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Logo comecei a avistar a Serra do Espirito Santo com um visual espetacular e até já clássico, todo mundo que passa por aqui deve tirar uma foto desse local.

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Já eram 19h11 quando cheguei na entrada das dunas e ainda tinha mais 30 kms até Mateiros. Tive que abrir mão dessa visita e deixar para o dia seguinte. Tomei uma coca e apertei o ritmo conseguindo pedalar 11 kms com claridade.

Cheguei mais uma vez de noite, já esta virando rotina, mas de qualquer forma, não deixei de curtir esse maravilhoso pedal pelo Jalapão, com surpresas a cada dia.