A cidade de São Paulo registrou ontem o recorde de lentidão do ano no período da noite: 201 km por volta das 18h55, segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego). Com a ajuda da chuva, os motoristas disseram ter alcançado os objetivo do protesto e demonstrado sua força à sociedade.

A paralisação, que envolveu diversos setores da sociedade, contou com carreatas de motoristas com destino a diferentes pontos da capital. No dia de amanhã, mais e mais motoristas prometem aderir a paralisação.

Os manifestantes buzinam porém, negam o título de baderneiros: “Estamos criando empregos e fomentando a economia. Além disso, somos apoiados por grandes empresas e temos incentivos ficais” – disse um manifestante à nossa reportagem.

A manifestação, que ocorre todos os dias, é a única atitude que os motoristas dizem poder tomar diante da crise do petróleo e da sociedade do automóvel.

Questionados sobre os problemas ambientais da manifestação, os motoristas disseram não se preocupar com a quantidade de combustível queimado, nem com a natureza ou com a saúde: “Estamos apenas devolvendo, de forma natural, gases que pertenciam à natureza sob outra forma”.

“Temos nosso direito privado!”

A esta grande carreata somam-se fileiras e fileiras de carros e outros veículos motorizados protestando pelo direito privado de se locomover. A proposta deste ato particular é tornar diariamente inviável a locomoção de todas as pessoas – motorizadas ou não.

“Nós queremos mostrar à população que a mobilidade urbana deve ser um direito de poucos” – disse um manifestante. Outro motorista, que a princípio se recusou a abaixar o vidro, exclamou: ‘Se eu não posso, ninguém pode!’.

Para ampliar a “mobilização”, o movimento organizado faz diariamente intervenções midiáticas em diferentes jornais, revistas e canais de televisão, além de possuírem seus próprios dedicados meios de comunicação. Além disso, o governo e a prefeitura estão abertos as reivindicações e firmaram um acordo que garantirá aos manifestantes a estrutura para que as manifestações sejam cada vez maiores, garantindo as condições democráticas do direito a livre manifestação pela imobilidade urbana.

Uma importante liderança do movimento disse que a manifestação cotidiana é o único meio efetivo de afetar toda a população: “É somente através da imobilidade que alcançaremos novas soluções”.

A investigação de nossa reportagem teve acesso a diversos de seus panfletos, onde pode verificar que tais soluções variam entre a venda de carros maiores e mais confortáveis ou menores e mais ágeis. Um perito em mobilidade urbana escreve que “para os manifestantes mais conscientes(sic), a solução mais correta seria a compra de carros blindados ou a utilização de helicópteros.”

da reportagem local. Quarta-feira, 18 de Março de 2009

Esse texto não é meu, foi um insite genial de uma pessoa que não tem a intenção de levar os créditos. Texto antigo, a primeira vez que eu li foi logo depois da inauguração da Ponte Estragada Estaiada da Avenida Águas Espraiadas.

Queria (e vou) escrever algo sobre essa onda de manifestações sobre o transporte público que estamos vivendo, mas por enquanto acredito que esse texto será uma boa resposta a aqueles que resumem a manifestação que está ocorrendo em diversas capitais como coisas de vagabundos.