Uma super viagem de bicicleta que durou 106 dias (13 de novembro de 2010 a 26 de fevereiro de 2011), onde percorri 6.844 quilômetros pelo nosso Brasil. Clique aqui e veja o trajeto completo.
Quatro biomas: Pantanal, Floresta Amazônica, Cerrado e Mata Atlântica
Quatro grandes parques: Chapada dos Guimarães, Parque do Jalapão, Chapada dos Veadeiros e Serra da Canastra
Durante a viagem mantive um diário de bordo onde realizei 90 postagens no Blog do Bicicreteiro.org. Todas as postagens usando o meu celular escrita pelo celular.
Fazendo um resumo da viagem, primeiro percorri cerca de 1000 quilômetros pelo estado de São Paulo, procurando beirar o Rio Tietê. Vi um rio navegável, limpo, com belíssimos balneários em suas margens. Uma forma bem mais inteligente de se aproveitar um rio do que como um simples esgoto a céu aberto.
Mas também vi muita poluição, bem mais do que encontrei durante as duas viagens que realizei pelo Tietê em 1997 e 2004. Também vi um estado de São Paulo que destruiu quase que toda sua Mata Atlântica original, além de uma grande monocultura de cana de açúcar, formando imensos desertos verdes. O resultado dessa monocultura de cana é a expulsão das fazendas de gado para a região amazônica, destruição de nascentes, um forte aquecimento do interior do estado, além do desaparecimento de outras formas de cultivo, transformando áreas antes destinadas à produção de alimentos em geração de combustíveis.
Entrei no estado do Mato Grosso do Sul e pedalei até a sua capital Campo Grande. Lá planejei a minha travessia do Pantanal. Foram 11 dias cortando o Pantanal pelas fazendas, rumo ao norte, sentido Mato Grosso. Fui o primeiro ciclista a cruzar o Pantanal sozinho, saindo no Porto Jofre, na divisa dos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Encarei muito calor, chuva, areia. Foi disparado foi o trecho mais difícil que pedalei em toda a minha vida. Em compensação encontrei muitos animais, natureza intocada e um povo pra lá de hospitaleiro e acolhedor.
Depois que venci o Pantanal, pedalei até Cuiabá e de lá segui para a Chapada dos Guimarães. Na Chapada, fui até o Ninho das Águias que segundo as histórias contadas, é um local onde um piloto resolveu construir umas casas no meio da montanha. Não se sabe direito para que, mas para se chegar ao local, só a pé ou de avião, tanto é que existe uma pista de pouso abandonada no local. O Ninho das Águias foi onde passei meu Natal, um dos momentos mais difíceis da viagem.
Saindo da Chapada dos Guimarães, segui rumo ao norte do Mato Grosso, passando por algumas das cidades mais ricas do estado, sendo que grande parte, mesmo sendo considerada área de Amazônia Legal, já sofre com o domínio da soja.
Depois de quase chegar a fronteira com o Pará, segui para leste, com o objetivo de cruzar a Reserva Indígena do Xingu. Pedalei por áreas de Floresta Amazônica intacta, mas também pedalei por muitas áreas onde as queimadas já transformaram o que havia de Floresta em pasto. Tentei passar um dia numa aldeia indígena, mas o Cacique, ao saber que eu tinha um blog, me proibiu de ficar na aldeia, me obrigando a pedalar no meio da noite dentro de uma área de reserva.
Passei rapidamente pelo estado do Pará e cruzei o Rio Araguaia, entrando no estado do Tocantins. Lá pedalei até a belíssima e quente capital Palmas. De lá segui rumo ao Parque do Jalapão, um dos lugares mais espetaculares que passei durante a minha viagem.
Cheguei na Pedra da Balisa, marco que divide os estados da Bahia e Tocantins e de lá comecei a rumar a sul, com destino a São Paulo. Depois de vencer o belo estado do Tocantins, entrei em Goiás, onde cruzei a Chapada dos Veadeiros.
Sempre rumo ao sul, passei pela capital Brasília, voltei a Goiás e continuei seguindo rumo ao sul, passando novamente por Goiás. Depois entrei pelo Norte de Minas Gerais, pedalando até Patos de Minas.
De Patos segui em direção a Araxá, rumo ao Parque Nacional da Serra da Canastra, que entre outras particularidades tem a nascente do Rio São Francisco e a cachoeira Casca D’anta, a maior cachoeira do rio, com mais de 160 metros de queda direta.
Da Serra da Canastra em diante, já estava no quarto Bioma, na Mata Atlântica. Cortei as montanhas do Sul de Minas, região com muitas plantações de café. O Sul de Minas é dominado pelas montanhas da Serra da Mantiqueira, com grandes áreas de mata preservada, onde as imponentes Araucárias tomam conta da paisagem.
Depois de vencer as enormes montanhas da Serra da Mantiqueira, atingindo a maior altitude da viagem, cerca de 1800 metros, entrei na cidade de Campos do Jordão, retornando ao Estado de São Paulo depois de quase 3 meses de viagem.
De Campos do Jordão segui para São José dos Campos e de lá pedalei rumo a cidade de São Paulo. No dia 26 de fevereiro de 2011, as 18h00, cheguei ao Parque das Bicicletas, onde fui recebido pelos meus familiares.
Para reler algumas das 90 postagens que eu fiz, você pode acessar o primeiro post do Projeto Biomas e ir avançando dia a dia, ou navegar pelas categorias ao lado direito e acessar os posts de cada região que passei.
Foram mais de 2000 fotos tiradas durante a viagem e a separei por regiões e coloquei legendas em praticamente todas as fotos, veja abaixo a relação delas, sendo que o primeiro link tem uma seleção com as 60 melhores fotos da viagem.
Seleção com as 60 melhores fotos do Projeto Biomas
São Paulo
Mato Grosso do Sul
Mato Grosso
Tocantins
Goiás
Brasília
Minas Gerais
Pantanal
Chapada dos Guimarães
Floresta Amazônica
Parque do Jalapão
Chapada dos Veadeiros
Serra da Canastra
Mata Atlântica
Pra quem desejar mais detalhes da viagem, é possível baixar o livro “A Vida em Ciclos” escrito com base na viagem. Apesar do livro estar em minha loja virtual, ele pode ser baixado de graça, basta acessar o link da loja e ver como.
Encerrando, quero agradecer a todos que me apoiaram de alguma forma e espero poder contar com o prestígio de vocês nas próximas aventuras que virão. Valeu mesmo pessoal.
André Pasqualini