 Como muitos já devem saber, estou escrevendo um livro sobre a viagem do Projeto Biomas. Já passei de 70% do livro, mas confesso que está difícil de finalizá-lo. Depois do texto que publiquei no post anterior, sobre os livros e as cicloviagens dos quatro grandes cicloturistas, impossível não tentar fazer um paralelo da aventura deles com a minha. Não que uma seja melhor do que a outra, uma avaliação impossível de ser feita (até quando me perguntam o melhor lugar que passei não consigo responder), mas uma diferença fundamental é que as viagens de todos eles foram realizadas sem uma carga emocional tão intensa quanto a minha.
Como muitos já devem saber, estou escrevendo um livro sobre a viagem do Projeto Biomas. Já passei de 70% do livro, mas confesso que está difícil de finalizá-lo. Depois do texto que publiquei no post anterior, sobre os livros e as cicloviagens dos quatro grandes cicloturistas, impossível não tentar fazer um paralelo da aventura deles com a minha. Não que uma seja melhor do que a outra, uma avaliação impossível de ser feita (até quando me perguntam o melhor lugar que passei não consigo responder), mas uma diferença fundamental é que as viagens de todos eles foram realizadas sem uma carga emocional tão intensa quanto a minha.
Os quatro eram jovens, menos de 30 anos, solteiros e deixaram apenas os laços familiares para trás (pais, irmãos, etc). Não que nossas famílias não tenham importância, mas todos que já tiveram filhos sabem o que quero dizer. Mudamos por completo a nossa forma de ver o mundo depois que nossos filhos nascem. Até então eu achava que não havia algo nessa vida que me vinculasse a alguém ou a um local, mas o nascimento do meu filho foi um chacoalhão em tudo, valores, referências, sentimentos, absolutamente tudo passou a ter outro sentido.
Enquanto a viagem deles foi motivada mais pela aventura e vontade de desbravar o desconhecido, algo comum a maioria dos jovens (quem nunca pensou em colocar um mochilão nas costas e sair sem rumo?), a minha foi uma busca de algo, de uma luz, de uma perspectiva, pois realmente eu passava por um momento difícil. Uma crise dos 30 com bastante atraso, somada a grandes perdas, afastamentos, depressões. De todas as viagens que citei no post anterior, a que mais se aproximava da minha realidade foi a do Olinto que literalmente estava na dúvida entre casar ou comprar uma bicicleta. Coitada da noiva dele…
Todos sem exceção disseram que ao escrever o livro eles viajaram novamente. Comigo não está sendo diferente, além de viajar eu resgato todas as fortes emoções que senti, com isso fico variando entre momentos de euforia e depressão, tudo que me dominou durante a viagem.
Estranho rever aquele André que tanto mudou em tão pouco tempo. Estou relendo os textos que publiquei no blog, revendo as fotos e relembrando tudo que passou comigo. Ocorre que muito dos meus sentimentos mudaram de forma drástica em muito pouco tempo. Complicado relembrar os sentimentos que você escreveu sobre uma pessoa e confrontar com sua atual realidade. Como deixar o texto fiel ao que você sentia e deixar claro que no momento que você escreve o livro, aquele sentimento mudou?
 Foram menos de quatro meses de viagem, mas minha aventura no teclado já dura mais de oito meses. Estou numa luta interna para tentar finalizar o livro, sinto que essa é mais uma página que preciso virar e a finalização do livro marcará o encerramento de um ciclo que literalmente “foi bom enquanto durou” e o início de um novo ciclo, de uma nova era, a saída do limbo e a entrada no caminho que quero trilhar.
Foram menos de quatro meses de viagem, mas minha aventura no teclado já dura mais de oito meses. Estou numa luta interna para tentar finalizar o livro, sinto que essa é mais uma página que preciso virar e a finalização do livro marcará o encerramento de um ciclo que literalmente “foi bom enquanto durou” e o início de um novo ciclo, de uma nova era, a saída do limbo e a entrada no caminho que quero trilhar.
Na mesma linha do que muitos acompanharam durante minha viagem, meu livro esta indo muito além dos relatos das aventuras e das paisagens exuberantes. Meu livro está repleto de momentos de reflexão, um livro literalmente aberto, aliás como minha vida sempre foi.
As vezes penso a quem interessa alguns detalhes, muitas vezes tão íntimos? Detalhes do meu sofrimento, das minhas reflexões? A resposta vem nos comentários, tenho certeza que muitos são os que se identificam com minhas situações e sinto que eu os ajudo a colocar para fora um sentimento comum. A relação que eu tenho com muitos internautas que me acompanham é muito parecida com meus encontros durante a viagem. Bastava dizer que estava viajando devido a uma separação, a uma busca de um sentido para a vida, para as pessoas abrirem seus corações e contarem suas experiências.
 Creio que muitas das histórias que ouvi, seus autores sequer haviam contado a alguém. Histórias de uma intimidade profunda, sendo que muitas delas estão narradas em meu livro. O que faz uma pessoa abrir seu coração a um estranho que nunca viu na vida e mal sabe se um dia o verá novamente? Aí vem a motivação de continuar sendo eu, de abrir minhas experiências, meus sentimentos, pois não sou apenas eu quem está encontrando sentido para a vida com tudo isso, mas centenas de pessoas que por diversos motivos, guardaram suas angustias e encontram nesse blog e futuramente em meu livro, uma forma de compartilhar sua dor e aprender junto comigo.
Creio que muitas das histórias que ouvi, seus autores sequer haviam contado a alguém. Histórias de uma intimidade profunda, sendo que muitas delas estão narradas em meu livro. O que faz uma pessoa abrir seu coração a um estranho que nunca viu na vida e mal sabe se um dia o verá novamente? Aí vem a motivação de continuar sendo eu, de abrir minhas experiências, meus sentimentos, pois não sou apenas eu quem está encontrando sentido para a vida com tudo isso, mas centenas de pessoas que por diversos motivos, guardaram suas angustias e encontram nesse blog e futuramente em meu livro, uma forma de compartilhar sua dor e aprender junto comigo.
Quanta complexidade, não era mais fácil simplesmente escrever com a cabeça? rs
Mas estou escrevendo com o coração, não tenho pretensão de fazer um livro comercial, que venda milhões de exemplares, quero apenas fazer algo fiel a tudo que eu vivi e senti, por isso tanta demora, pois a cabeça do fulano aqui não é nada simples.
Continuo caminhando, apesar das dificuldades vou vencendo batalhas (perdendo algumas mas faz parte). Fiel a máxima que viver não é fácil, mas pior é fugir da batalha e entregar os pontos. Vamos ver se em dezembro começo o mês com novidades, prometo que vou tentar, embora ciente de que a cabeça do ciclista aqui é muuuuuuito complicada…
Bora escrever então! 😉
André Pasqualini
Ps: Eu já tenho um livro que escrevi em 2003 e disponibilizei em pdf para quem quiser baixar. Para acessar o livro clique aqui.
