Sinop é mais uma dessas cidades com alta qualidade de vida e muito dinheiro que vem do Agronegócio. Fiquei um dia a mais lá com a galera da cidade. Em Chapada conheci o Luiz de Cuiabá que esta morando a 7 meses em Sinop. Ciclista que curte um down hill, me deu uma força enorme enquanto estive na cidade. Agora vacilo mesmo foi esquecer de tirar uma foto com o brother.
Antes de sair de Sinop, dei uma entrevista para o SBT e deve passar apenas no Mato Grosso. Depois passei na casa do Alexandre, brother que me deu pouso no dia que cheguei na cidade.
Parei para tomar um café e lá conheci o senhor José Lourenço e seu filho Luciano. Adoro esses papos, principalmente quando tem criança envolvida, toda criança adora bicicleta e ficarei muito feliz se um dia descobrir que o garoto resolveu fazer uma viagem de bicicleta e mais feliz se souber que eu o inspirei.
Quase meio dia fui definitivamente para a estrada e não precisei pedalar muito para ter a primeira surpresa do dia.
Entre as Castanheiras sobreviventes do desmatamento, uma árvore diferente com um ninho. Dentro dele dois filhotes de Araras vermelhas que dessa vez consegui registrar com minha máquina nova. Essas araras são comuns no Pantanal mas lá passei em branco, ainda bem que a floresta me deu essa alegria.
Logo após as Araras, encontro um ciclista vindo no sentido contrário. Seu nome é Li Mendes, gaúcho, artista plástico que saiu do Rio Grande do Sul e pedalou até o Oiapoque. Agora esta voltando em direção a Ponta Porã.
Como sou péssimo reporter, esqueci de perguntar sua idade, mas com certeza ele deve ter mais de 50. Uma bike de 300 reais e já pedalou mais de 3000 kms, encarando o coração da amazônia. E isso prova o que eu sempre digo, só não faz cicloturismo quem não quer.
Voltando ao pedal, o visual da estrada lembra muito as estradas do sul com uma diferença, enquanto lá quem impera são as Araucárias, aqui são as Castanheiras as donas da paisagem. Dessas árvores enormes é que dão as deliciosas Castanhas do Pará.
As Castanheiras tem todo esse tamanho pois estavam aí desde a época que aqui era tudo floresta. Essas árvores ficam enormes devido a competição com outras árvores. Elas vão crescendo para poder chegar acima das copas e pegar mais sol. Quando não há essa competição elas ficam bem menores e menos imponentes.
Queria pedalar até Santa Helena, mas a reportagem e dois pneus furados fizeram mudar meus planos forçando uma parada em Itaúba. Amanhã vou tentar chegar o mais cedo possível em Peixoto Azevedo. Lá voltarão os pneus de cravo pois de lá serão mais de 300 kms de terra até cruzar o Xingu e provavelmente sem sinal de celular.
Vamos encarar logo essa Floresta Amazônica e espero que não fique muito tempo sem poder mandar notícias para vocês.
Caraca que aventura a sua.
Lendo seus relatos, desde que vc começou, me deu vontade de fazer uma viagem.
Ja tinha planejado uma, mas mulher e mae vetaram imediatamente.
Agora esse mes já comprei um alforge, e outro bagageiro, aos poucos estou “juntando” as tralhas pra no final do ano ir de CWB a Londrina no pedal.
Imagino que indo susse faço quase 400 km em 4 dias.
O duro é o alvará pra ir rs
Boa sorte e boas pedaladas…
Aquele
Olá,
Adoro ler seus artigos, estou sempre acompanhando.
Experimento, contigo, as emoções de um pedal que habita meus sonhos.
Imagino a sua emoção vendo árvores tão magestosas e tudo o mais ao seu redor.
O ninho das ararinhas…
Boa sorte, bicicreteiro.
Que Deus te acompanhe e que a mãe natureza te abrace cada vez mais.
Abraços.