Parti de Patos de Minas já com saudades, foram 7 noites maravilhosas e com gosto de quero mais. Mas já havia atingido meu objetivo, de recarregar as baterias para a jornada final de volta a São Paulo e saí de Patos com objetivo de chegar em Araxá, 160 kms de pedal.
Antes de sair de Patos passei na Band Bike, loja de Patos de Minas que também deu uma força para o Projeto Biomas com uma bela geral na bike para poder encarar os 10 dias que restam de pedal.
Segui rumo a Serra do Salitre por uma rodovia secundaria, relevo pouco acidentado, poucos carros e gostoso para pedalar. Comecei a ver sinal que estava em direção ao sul de minas, as plantações de café. Lembrando quando percorri o Caminho da Fé, passando por muitos cafezais. Como sei que verei muito café pela frente, ainda vou tomar um cafezinho torrado, moído e colhido na hora.
Patos esta a 800 metros e sabia que chegaria a 1200, portanto morro a vista. Depois que passei por Brejo Alegre comecei a subir. A subida pouco inclinada mas para quem carrega tanto peso, qualquer inclinação é sentida. Ao menos curto o visual.
Outra novidade vinha do meu odometro, no alto da Serra do Salitre atingi a marca de 6 mil quilômetros pedalados. Como liguei o GPS apenas no Pantanal depois de 1500 kms de pedal, a cada 500 kms pedalados eu comemoro. Lembro do começo da viagem, ainda em São Paulo, quando perguntavam de onde vinha, eu tinha até vergonha de responder. Hoje quando me perguntam eu respondo “Não estou vindo, mas voltando pra casa”.
Até Serra do Salitre foram 80 kms, eram 16h00 e ainda restavam outros 80. Mais uma vez saí tarde e chegaria de noite. A não ser que eu socasse a bota, mas e essa chuva lá em baixo?
Começou uma corrida, do alto via várias nuvens de chuva ao meu redor, desci a ladeira, as nuvens vinham de lado e as vezes atrás de mim. Socava a bota até conseguir passar por elas antes que alcançassem a estrada.
De repente olhava o velocimetro e estava marcando 33 km/h na reta. Com isso consegui desviar de várias nuvens e via a cidade de Araxá se aproximar cada vez mais.
Mas a minha frente uma enorme nuvem azul, cruzando o horizonte por quilômetros e dessa não tinha como escapar, então parei num bar na estrada para ela passar.
Ela passou mas deixou uma garoa que me acompanhou até Araxá, mesmo assim consegui chegar na cidade as 20h00, 20 minutos após o por do sol.
Em Araxá fui matar a vontade de comer uma boa pizza, algo raro de achar nessa minha viagem (paulista é mal acostumado). Lá conheci uma garotada que ficou alucinada com minha bike e a viagem, portanto tinha que coloca-los no blog. Será que teremos nessa foto um futuro cicloturista?
Quando publiquei este post estava em Tapira, na porta da Serra da Canastra. Como acamparei no meio da Serra, provavelmente não terei sinal de celular até domingo, então deixarei agendado para amanhã um post sobre Araxá até Tapira. Depois mando um único e especial post sobre a Canastra, local onde realizei minha primeira viagem com meu filho quando ele tinha apenas 5 meses. Lugar maravilhoso, lindo e com ótimas recordações. Não perdem por esperar.
A foto do “túnel” aberto pra você passar entre duas partes da tempestade ficou ótima. Vocé bateu um cajado no asfalto pra abrir aquilo? 🙂
E as crianças sempre acham o máximo alguém que está viajando de bicicleta, né? Elas vêem sem nenhum preconceito, como uma aventura legal, e permitem se imaginar fazendo aquilo. É, essa foto me emocionou. 🙂
Para ser um bom fotografo precisamos de sorte. A foto das chuvas foi muita sorte, só apontei a maquina para tras e mandei bala. Claro que usei o meu cajado e tambem afastador de cachorro. Hehe
Agora criança brother, nao importa a classe social, TODAS piram com a bicicleta e isso é muito bom.