As viagens de bicicleta me transformaram numa pessoa privilegiada. Já pedalei por diversas cidades, conheci centenas (porque não milhares) de pessoas, passei por lugares incríveis e constantemente me despeço do local com um desejo enorme de voltar, dividir minha alegria naquele lugar com amigos, família, meu filho e várias vezes isso já ocorreu.

Mas se tem um lugar que com certeza voltarei é para a Pousada do Zinco, que fica no trajeto do Vale Europeu. Na forma que o caminho é sugerido, a Cachoeira do Zinco não passa de um desvio, tanto é que dificilmente eu e a Renata iríamos para lá se não fosse o Dimas do Thapyoka preparar nosso roteiro. A curiosidade é que quando nós dizíamos que iríamos dormir no Zinco, naturalmente as pessoas colocavam a mão na cabeça e diziam “Ai, aquela comida da Margarethe…”

Chegamos lá no escuro, cansados, mortos de fome, fomos recepcionados na estrada pelo Egon, proprietário do local e na Pousada com um forte abraço da Margarethe. A casa é simplesmente linda, vários objetos que o Egon chama de “quinquilharias” de um bom gosto incrível, quase tudo feito a mão. Uma mesa que já deixava bem claro o que nos esperava.

Jantamos como reis e ficou fácil entender que não era porque éramos nós, mas pelos comentários esse tipo de tratamento é mais que natural por parte do casal.

Depois de uma noite agradável, que se não fosse pelo nosso pouco tempo o papo teria durado horas a fio, fomos dormir já que no dia seguinte iríamos conhecer a tão comentada cachoeira do Zinco que fica dentro da propriedade deles e que é aberta ao público de graça.

Ao chegar na cachoeira um visual de cair o queixo. Uma queda de 80 metros, num penhasco recortado que é a coisa mais linda. Até rapel é feito na cachoeira.

Primeiro fomos até o mirante que nós dá uma  vista frontal, privilegiada. Lá tem até um banquinho para ajudar o visitante a contemplar melhor ainda o visual.

Retornamos e agora fomos até a cachoeira. Primeiro eu subi numa árvore que está tombada sobre o rio, pois não estava a fim de molhar meu pé. De lá avistei uma pedra bem no alto da cachoeira e perguntei ao Egon “Dá pra ir ali?”. Como a resposta foi positiva, lá fui eu molhar os pezinhos.

Tenho um cagaço com altura, morro de medo mesmo, mas como tudo nessa vida, sempre fiz questão de enfrentar meus medos. Consegui chegar muito próximo do penhasco a ponto de esticar a mão e tirar uma foto lá do despenhadeiro.

Depois resolvi sentar numa parte onde a queda era bem menor e fiquei apenas observando aquele visual maravilhoso e enquanto a Renata fazia suas imagens para o programa, fiquei pensando na vida.

Coisas inusitadas da tecnologia, ela disse que fez umas imagens minha sentado na pedra escrevendo um email depois dessa foto abaixo.

1 dia apenas para ficar no Zinco chega a ser um pecado. Maior pecado ainda é uma pessoa percorrer o Circuito do Vale Europeu e não passar uma noite na Pousada do Zinco. Ficamos algumas horas lá e saímos com o coração apertado, já estou com saudades da Margarethe e do Egon.

Como disse no começo do post, de todos os lugares que passei, sempre há alguns que eu faço todo o possível para retornar. E já consigo imaginar passar dias maravilhosos novamente nesse local, de preferência com meus amores do meu lado, vendo um deles correndo descalço pelos gramados da fazenda, curtindo a dádiva de estar num local tão lindo e abençoado.

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