Anos atrás tive uma discussão fervorosa com o Bob Sharp que na oportunidade desceu a lenha no WNBR. Acabamos trocando emails raivosos onde ambos falaram muitas asneiras, mais movidos pela emoção e paixão pela causa que defendemos do que pela razão.
Confesso que apesar de as vezes ter vontade de torcer o pescoço dele em diversos momentos, até que me identifiquei com ele, tanto é que lembro de um email que ele me encaminhou em 2009 me desejando um Feliz Natal. Não respondi (confesso, fui grosseiro e me arrependo) mas acredito que ele tenha enviado de bom coração e que também percebeu essa identificação comigo.
Novamente ele surgiu em minha vida, dessa vez fazendo um contraponto a um artigo escrito pelo meu amigo Willian Cruz do blog Vá de Bike para a folha, enquanto um dizia “Não ao Carro” (apenas assinantes), outro dizia “Sim ao carro”.
Quando li seu artigo ri demais, obviamente que era algo escrito por alguém que é apaixonado por carros e que não deve ter o costume de usar outros meios de locomoção. Fiquei tentado a fazer um contraponto e responder os questionamentos que ele colocou em seu artigo.
Claro que não terei a abrangência de uma Folha, mas como ainda tenho seu email fiz questão escrever esse post na certeza de que ele irá ler. Como sei que meu blog será visto por centenas de ciclistas, tenho certeza que, além das dúvidas do Bob fazerem parte do imaginário de muitos motoristas, não deixa de ser uma forma de ajudar meus amigos ciclistas a terem argumentos nos constantes “papos de boteco” que teremos em nossas vidas, por muito tempo ainda.
Abaixo segue seu artigo, com minhas considerações em vermelho. Divirtam-se.
Quem inventou o Dia Mundial Sem Carro não tinha o que fazer
BOB SHARP
ESPECIAL PARA A FOLHA
Não sei quem inventou essa história de Dia Mundial Sem Carro e nem me interessa saber, não vai fazer diferença. Só sei que tal manifestação carece de qualquer sentido prático, coisa de quem não tem o que fazer.
Concordo em parte com você, essa manifestação não tem mesmo o menor sentido prático, até porque para mais de 70% da população de São Paulo, o Dia Sem Carro é todos os dias. Mas serve sim para reflexão, pois grande parte dos motoristas (que se consideram dependentes do carro), não usam seus veículos por amor a eles, mas por achar que não existe outra opção melhor. Conheço muitas pessoas que motivados pelo Dia Sem Carro, descobriram outras formas de locomoção e reduziram o seu uso do carro.
O automóvel não é inimigo nem vilão. Pelo contrário, é uma das grandes conquistas do homem, um bem de consumo que lhe proporciona algo único: liberdade individual.
Liberdade individual? O carro pode até proporcionar relativa sensação de liberdade (pelo menos nos comerciais da TV), mas você fala isso porque não conhece a bicicleta. Eu conheço os dois e nada se compara com a bicicleta em matéria de liberdade individual e te provo isso, pois já cheguei de bicicleta em lugares que carro nenhum chegará.
Nenhum outro meio de transporte se iguala ao automóvel em disponibilidade para usá-lo na hora que quiser e quando quiser.
Ãhnn? Já experimentou andar de carro as 18h00 em São Paulo?
Nem mesmo o helicóptero, que chega perto, pode ser usado instantaneamente, as operações de decolagem e pouso não são tão simples. Perde-se ônibus, avião, trem; automóvel, nunca.
Perde-se ônibus mas se pega outro. Trem você sabe a hora que vai pegar e vai chegar. Quando o carro proporciona isso? Outra coisa, carro também quebra viu! Já vi ferrari parada no meio da Av. Europa e seu dono sem saber o que fazer, portanto perde-se carro também.
Problemas, claro que há. Trânsito parado, dificuldade de estacionar, custo, desvalorização, mas mesmo assim é um preço muito baixo pelo que se recebe em troca.
Se para você gastar 15 mil reais por ano apenas para manter um carro é um “preço baixo”, desculpe mas acredite, nem todas as pessoas do mundo tem as mesmas condições financeiras suas. Mesmo se um dia eu chegar no seu patamar, sempre irei achar um desperdício queimar 15 mil reais por ano só para ter um carro. Quem dera 100% da população tivesse o mesmo padrão de vida de você, para quem um valor como esse não faz falta.
QUEM DERA NÃO! Ainda bem que não tem, senão não teríamos planeta para produzir tudo que esse povo tem sede de consumir, ainda bem que carro é para poucos!
Aos que defendem o transporte público, pergunto como fazer para levar um bebê junto ao sair? É longe de ser conveniente levá-lo num ônibus ou metrô lotado.
Meu pai tinha um carro mas o usava para trabalhar e minha mãe nunca dirigiu (e jamais irá dirigir). Mesmo assim ela sempre levou eu e meus 4 irmãos para tudo que é lado, a pé ou de transporte público. Acredite, nenhum de nós morreu até hoje. Aliás daqui a pouco vou buscar meu bebê na casa da mãe dele. Vou de ônibus e como quase sempre ocorre, alguém vai ceder o seu lugar no bus para eu sentar, mesmo ele já tendo 5 anos.
Há, vou mais rápido do que se fosse de carro, até porque o trajeto inteiro é por corredor de ônibus.
Aos que advogam o uso da bicicleta, como fica num dia de chuva?
Aí você provoca né, pois bicicleta é minha especialidade. Na chuva nada que uma boa capa e uns paralamas não resolvam. Sabendo que minha média de pedal embaixo de chuva é de uma para cada 100 viagens, a chuva está longe de ser um problema. Aí sim uso da sua afirmação vale um plágio “é um preço muito baixo para o que eu recebo em troca.”
Outro detalhe, no verão, basta esperar uns minutos para a chuva passar. De bike não teremos dificuldades de parar num café, tomar um Açaí, ou mesmo um choppinho sem medo. Depois basta seguir viagem onde nem a capa se faz necessária, pois o calor do escapamento dos carros seca as ruas em minutos. E entre chegar em meia hora em casa como um pinto molhado e ficar 3 horas preso num carro devido a um alagamento, vou fácil de bike.
Como fica no caso de ir trabalhar e chegar transpirando? Tomar-se-á banho no trabalho?
Suor é um problema para ciclistas iniciantes, mas quando chega o condicionamento físico (menos de um mês de pedal é suficiente), suor deixa de ser problema. Na maioria das vezes chego aos meus compromissos menos suado do que se estivesse a pé ou mesmo de carro sem ar condicionado. Quando vou longe integro minha bicicleta dobrável com o Metro, faço pernas curtas e raramente transpiro. Nunca precisei tomar banho no trabalho, nosso amigo que fez o seu contraponto (Willian Cruz) é um bom exemplo, pedala uns 12 quilômetros até o trabalho todos os dias e vai de social ainda.
Como fica para uma família ir de um lugar a outro?
Meu filho ADORA quando eu levo ele de bike na cadeirinha. Se precisar levar a família e tiver um carro a mão, vou numa boa, não vejo problemas em levar várias pessoas nos carros. Nós sabemos que a maioria dos carros em circulação está com uma pessoa dentro e isso considero um problema. Não é ser contra o carro e sim contra o seu uso indiscriminado e muitas vezes desnecessário.
Deixemos que a razão prevaleça sobre a emoção. Todos sairão ganhando.
Isso, fechou com chave de ouro, meu problema “emocional” com o carro é a poluição que ele causa. Me sinto mal quando sou obrigado a usá-lo, mas se ele não poluísse (você sabe muito bem que existe tecnologia para isso, mas as montadores e distribuidores de petróleo boicotam essas alternativas) eu até poderia ter um carro.
Mas mesmo se esse carro existir, como raramente o usaria, é quase certo que chegaria a conclusão de que o mais inteligente será usar taxi ou alugar um carro quando necessário. Os apaixonados por carros como você devem entender é que diferente do que a Ipiranga inventou, “nem todos os Brasileiros são apaixonados por carros”.
A maioria só usa porque o considera a melhor opção. A partir do momento que descobrirem outra opção melhor, não hesitarão em deixar seus carros na garagem. Quando isso ocorrer, todos sairão ganhando, inclusive pessoas como você que não abrem mão de se deslocar com seus possantes.
André Pasqualini
Cada resposta infantil nessa tentativa de rebate, que desclassifica o interlocutor.
Concordo contigo Rosana! O que sou contra é esse militarismo anti-carro que andam pregando atualmente…
Sim, agora ficou clara sua opinião, antes parecia um militarismo anti–bicicleta. =)
Tenho a mesma paixão que o Bob tem por automóveis, realmente é um divisor de águas na história da humanidade. Pra quem de fato gosta de carros nem o tráfego complicado e fruto de uma Administração incompetente atrapalha. É um prazer guiar, não existe nada mais prazeroso e relaxante, por mais que pareça contraditório.
Respostas
“Liberdade individual? O carro pode até proporcionar relativa sensação de liberdade (pelo menos nos comerciais da TV), mas você fala isso porque não conhece a bicicleta. Eu conheço os dois e nada se compara com a bicicleta em matéria de liberdade individual e te provo isso, pois já cheguei de bicicleta em lugares que carro nenhum chegará. ” Compre uma passagem de ônibus ou trem para viajar. Você tem que ir de acordo com o horário que a empresa coloca. Com o carro você anda e viaja a hora que quiser. Os lugares que o carro não alcança seria as trilhas? Compre um jipe!
Nenhum outro meio de transporte se iguala ao automóvel em disponibilidade para usá-lo na hora que quiser e quando quiser.
Ãhnn? Já experimentou andar de carro as 18h00 em São Paulo?
“Perde-se ônibus mas se pega outro. Trem você sabe a hora que vai pegar e vai chegar. Quando o carro proporciona isso? Outra coisa, carro também quebra viu! Já vi ferrari parada no meio da Av. Europa e seu dono sem saber o que fazer, portanto perde-se carro também.”
Sim, carro é sujeito a quebras e posso à vontade pegar ônibus (transporte MOTORIZADO para horror de ciclistas xiitas) E sua magrela não é sujeita de quebrar também? Tipo correntes, raias…
“Se para você gastar 15 mil reais por ano apenas para manter um carro é um “preço baixo”, desculpe mas acredite, nem todas as pessoas do mundo tem as mesmas condições financeiras suas. Mesmo se um dia eu chegar no seu patamar, sempre irei achar um desperdício queimar 15 mil reais por ano só para ter um carro. Quem dera 100% da população tivesse o mesmo padrão de vida de você, para quem um valor como esse não faz falta.”
Compre carros mais baratos e velhos então. Ahh! Mas esqueci, “ambientalistas” acham que carros mais velhos poluem muito…Carros de 15 já tinham catalisador, injeção eletrônica…
“QUEM DERA NÃO! Ainda bem que não tem, senão não teríamos planeta para produzir tudo que esse povo tem sede de consumir, ainda bem que carro é para poucos!”
“Meu pai tinha um carro mas o usava para trabalhar e minha mãe nunca dirigiu (e jamais irá dirigir). Mesmo assim ela sempre levou eu e meus 4 irmãos para tudo que é lado, a pé ou de transporte público. Acredite, nenhum de nós morreu até hoje. Aliás daqui a pouco vou buscar meu bebê na casa da mãe dele. Vou de ônibus e como quase sempre ocorre, alguém vai ceder o seu lugar no bus para eu sentar, mesmo ele já tendo 5 anos.”
Há, vou mais rápido do que se fosse de carro, até porque o trajeto inteiro é por corredor de ônibus.
“Aí você provoca né, pois bicicleta é minha especialidade. Na chuva nada que uma boa capa e uns paralamas não resolvam. Sabendo que minha média de pedal embaixo de chuva é de uma para cada 100 viagens, a chuva está longe de ser um problema. Aí sim uso da sua afirmação vale um plágio “é um preço muito baixo para o que eu recebo em troca.””
Mas pergunto, seu impermeável não tem um ponto onde é sujeito a se molhar?
“Outro detalhe, no verão, basta esperar uns minutos para a chuva passar. De bike não teremos dificuldades de parar num café, tomar um Açaí, ou mesmo um choppinho sem medo. Depois basta seguir viagem onde nem a capa se faz necessária, pois o calor do escapamento dos carros seca as ruas em minutos. E entre chegar em meia hora em casa como um pinto molhado e ficar 3 horas preso num carro devido a um alagamento, vou fácil de bike.”
Claro, num alagamento dá para ir pedalando numa boa(ironic mode on)… Mas te pergunto: e se no caso de seu compromisso você ter que chegar logo? Vai parar nos seus 30 minutos para tomar seu chopp e seu açaí? Outra utilidade para os carros que você apontou “pois o calor do escapamento dos carros seca as ruas em minutos.”
“Suor é um problema para ciclistas iniciantes, mas quando chega o condicionamento físico (menos de um mês de pedal é suficiente), suor deixa de ser problema. Na maioria das vezes chego aos meus compromissos menos suado do que se estivesse a pé ou mesmo de carro sem ar condicionado. Quando vou longe integro minha bicicleta dobrável com o Metro, faço pernas curtas e raramente transpiro. Nunca precisei tomar banho no trabalho, nosso amigo que fez o seu contraponto (Willian Cruz) é um bom exemplo, pedala uns 12 quilômetros até o trabalho todos os dias e vai de social ainda.”
Ah, é…E ficar pedalando debaixo de um sol escaldante torrando a cabeça não deixa suadouro…Duvido que os mais experientes não ficam suados depois de pedalarem por horas…
“Meu filho ADORA quando eu levo ele de bike na cadeirinha. Se precisar levar a família e tiver um carro a mão, vou numa boa, não vejo problemas em levar várias pessoas nos carros. Nós sabemos que a maioria dos carros em circulação está com uma pessoa dentro e isso considero um problema. Não é ser contra o carro e sim contra o seu uso indiscriminado e muitas vezes desnecessário.”
Pelo menos sabe que carros tem utilidade…
“Isso, fechou com chave de ouro, meu problema “emocional” com o carro é a poluição que ele causa. Me sinto mal quando sou obrigado a usá-lo, mas se ele não poluísse (você sabe muito bem que existe tecnologia para isso, mas as montadores e distribuidores de petróleo boicotam essas alternativas) eu até poderia ter um carro.
Mas mesmo se esse carro existir, como raramente o usaria, é quase certo que chegaria a conclusão de que o mais inteligente será usar taxi ou alugar um carro quando necessário. Os apaixonados por carros como você devem entender é que diferente do que a Ipiranga inventou, “nem todos os Brasileiros são apaixonados por carros”.A maioria só usa porque o considera a melhor opção. A partir do momento que descobrirem outra opção melhor, não hesitarão em deixar seus carros na garagem. Quando isso ocorrer, todos sairão ganhando, inclusive pessoas como você que não abrem mão de se deslocar com seus possantes.”
Ah, sim, como se os carros fossem o principal vilão no quesito poluição. Esquecem que as indústrias são os maiores responsáveis…Ok, andem em suas bicicletas, mas lembrem-se, numa ciclovia ou num meio fio porque boa parte de vocês fazem questã de pedalar no meio da rua e mesmo quando somos inocentes nos atropelamentos não fiquem nesse mimimim de “Motoristas são assassinos! Morte aos carros” blá blá blá
Ciclovia onde houver, onde não houver, é na rua conforme permite a lei. Há lugar para todos e haverá mais ainda quando mais e mais pessoas se sentirem seguras para sair de bicicleta. Quanto a chuva, sol. calor, certamente o cidadão de bicicleta vai saber administrar; os cidadãos de carro não precisam se preocupar com esses aspectos pessoas, só precisam se preocupar em cumprir a lei.
além de ter adorado as considerações me convenci em trocar meu carro pela bike, há tempos pensava em fazer isso, e quando comecei a pesquisar sobre, achei esse artigo, muito interessante.
só falta achar o modelo de bicicleta certo pra mim!
abraço!
Que legal Ricardo, feliz em saber que minhas considerações te ajudaram em algo. Sobre começar a pedalar te sugiro dois links. Primeiro um que eu escrevi sobre uma bicicleta urbana barata a acessível que surgiu. Veja o link mas não deixe de visitar alguma loja de bicicleta (recomendo a Ciclourbano) para conhecer melhor a bicicleta ideal para ao menos você começar.
https://temporariositepe1.hospedagemdesites.ws/2011/10/19/uma-bicicleta-urbana-de-verdade/
Outra dica é tentar achar um Bike Anjo (www.bikeanjo.com.br) quem sabe não tem um ciclista experiente que seja seu vizinho e possa te ajudar a entrar nesse mundo do pedal?
[]s
André
só faltou de argumento contra o número de mortos pelos carros… inclusive de PEDESTRES E CICLISTAS…
Ao ver a foto do Bob no blog, entendi sua aversão a bike. Ele dá pinta de não conseguir pedalar uma Caloi Ceci na descida…
E você decerto deve tremer até em dirigir um Fiat Uno em um engarrafamento, hahaha!
Pior de tudo…mas o pior de tudo meeessssmo…é a FOLHA deixar ele escrever….escrever para riquinhos….
E tenho que concordar…o texto dele é de uma profundidade….vergolha alheia dele.
Moça, o pior de tudo é você achar, com a maior naturalidade e sem sentir vergonha nenhuma, de que o cara não teria sequer o direito de escrever!!!
Incrível, o que você falou revela uma brutalidade imensa: para você somente tem direito de expressão as pessoas que comungam da sua opinião!!!
Você tem todo direito de discordar das idéias do cara. Eu mesmo discordo delas. Acho que deveriam ser feitas ciclovias adequadas, dotar de infraestrutura urbana adequada para bicicletas.
Mas vocẽ não pode discordar que ele tem o direito de se expressar. Você simplesmente falou que a Folha não deveria sequer deixar ele escrever!!!!
Se você não consegue compreender a brutalidade dessas suas palavras, que cassam o direito de livre pensamento e expressão, então Dona Cláudia, só tenho a agradecer aos Céus por você ser uma ciclista, pois se usasse carro ou caminhão e dirigisse da mesma forma que respeita a liberdade de expressão alheia, não sobraria nenhum pedestre na rua.
Quem é você para definir o que as pessoas podem ou não escrever, quais opiniões elas podem ter ou não, e onde elas podem publicar isso?
Você é uma típica chavistinha Incubada.
Por favor, não vamos resumir o debate a adjetivos simplorios, “ecochatos” nao matam ninguem, no máximo sao pessoas de bem que não tem habilidade para seduzir alguém a aderir a uma causa.
O Bob tem sim todo o direito de se expressar, mas somos reponsáveis pelo que escrevemos, ele tem que saber que pode alimentar uma guerra contra os ciclistas onde outras pessoas (e não ele) podem se dar mal, tanto um ciclista que pode ser atropelado por um motorista que odeia ciclista, como esse motorista que poderá sofrer até uma execração pública por causa de um ato estúpido.
Todos temos que ser responsáveis pelo que escrevemos e é isso que eu sempre irei cobrar do Bob.
Dizer que o automóvel é uma conquista do homem e que proporciona liberdade individual é pura bobagem. O automóvel é um instrumento tecnológico de uma era que diante de outro mais avançado será substituído. E foi o prórpio Ford quem incentivou a emancipação feminina no século passado para posteriormente vender carros às mulheres.
A maior liberdade que já tive, foi quando viagem com a minha bicicleta, fui transportado para um outro mundo, inesquecível.!
Do ponto de vista das políticas públicas, sabe-se que os usuários individuais de automóveis são extremamente beneficiados na distribuição de recursos públicos, em inúmeros aspectos e disciplinas, até mesmo na esfera criminal. Essas políticas precisam ser modificadas, no sentido de se obter maior justiça social com liberdade individual. É por essas e outras que foi inventado o DMSC.
Que quem quer (ou precisa) andar a pé tenha tanta condição de fazê-lo quanto quem anda de carro ou transporte público. Que quem quer (ou precisa) andar de bicicleta possa fazê-lo sem ser submetido constantemente a ameaças à integridade física por quem se acha superior no comando de uma máquina de transporte. Que os transportes públicos tenham preferência de circulação sobre os carros particulares e preços acessíveis à população.
Espera-se que o gosto do senhor Bob, e de todo usuário de carro, seja pelo objeto de consumo, pelo seu uso como transporte, e não como objeto de poder, prepotência e arrogância com o objetivo de dominar o espaço público de forma ameaçadora. O usuário do carro precisa entender que o desfrute do mesmo tem um preço maior do que lhe é cobrado atualmente e que o grau de liberdade individual sempre será limitado pela liberdade dos demais. Achar que transitar à velocidade que achar necessária não deva ser limitado pelo risco à integridade de terceiros em meio urbano ou rural é um grande absurdo.
O usuário do carro também precisa entender que favorecer deslocamentos não motorizados e os transportes públicos podem ser fatores benéficos ao próprio uso do automóvel!
Meu Deus! Peters, você OBLITEROU qualquer argumento que qualquer monstrorista possa ter. Pena que nenhum deles tenha interesse em um texto tão “difícil” de ler…
Não vou perder tempo com ciclistas”xiítas”. Curtam as suas magrelas que eu curto os automóveis.
Poxa Bob, depois nós somos “xiítas”?
É que vcs não viram os comentários ao post no blog do Bob (http://autoentusiastas.blogspot.com/2011/09/dia-mundial-sem-carro-o-dia-da.html), cada viagem, os caras falam de metrossexual (o operário que vai de bike todo dia pra obra ia “adorar” ser chamado disso), de vegano (oi? nada a ver), de carro de dois lugares (a gente vê muitos, né?) que ocupam menos espaço que a bike! Ah, aproveitem pra ler o post mais recente dele esperneando contra a faixa de pedestres. Mas veja bem, em seu comentário aqui ele até que conseguiu vislumbrar que não se deve perder tempo com “xiitas” (acredito que referindo-se aos que não aceitam ponto de vista diferente do deles). Parabéns por esse momento de lucidez, Bob.
Exatamente Rosana. Você acertou na mosca: ele não tolera um ponto de vista diferente do dele. Não raro deleta comentários em seu blog. E não, não seguirei sua sugestão de ler o post dele mais recente sobre a faixa de pedestres.
Ô, Fábio, vc não sabe o que está perdendo, parece um texto para stand-up comedy.
Se “somos” “xiitas”… vc seria…. ?????
Amigo… ter ou não carro não é o problema em questão, mas o comodismo em torno de sua posse sim. Ficou ridícula a situação em que para ir a 2 quarteirões de casa as pessoas saiam de carro. Muita gente não “escolhe” o carro, apenas usa pq nunca pensou em outra forma de mobilidade… ou mais comum, assim como vc, tem o pre-conceito de que qualquer outro transporte é ruim.
Não é errado achar o carro uma opção, é errado achar a ÚNICA OPÇÃO.
Bob Sharp não perde tempo com ciclistas xiitas porque o tempo dele já é perdido diariamente nos congestionamentos causados pelos carrodependentes . O problema é que mau uso do carro prejudica a todos, não só aos carrólatras xiitas.
A Folha publicar um texto com idéias tão obtusas só mostra a que ponto chegamos. Alguppem deve estar financiando este tipo de reação insustentável. Mais ou menos como médicos que faziam propaganda de cigarro na década de 70 que tentava nos convencer que o tabaco não era prejudicial à saúde. Mas o cara não é só ingênuo: ele mente. Que bom que vc respondeu.
Incrível como esquerdistinhas de boutique, não importa qual a modinha que adotem (ecochatos, cicloativistas etc) não suportem a mera expressão da opinião alheia discordante da deles. Querem um monobate, um debate de mentirinha, onde só possam falar aqueles que comunguem de uma mesma opinião.
Esses caras tem todo o direito de discordar do bob sharp, tem todo o direito de defender a alternativa de ciclovias, mas o preocupante nessa sua postura não é a defesa do que você acredita – coisa que você nem sequer fez – mas sim falar que o Bob Sharp não tem o direito sequer de se expressar.
Você não defendeu nada, apenas atacou o direito a livre expressão da pessoa. Você acha que já atingiu o cume da conhecimento, o ponto mais alto do bom senso, e por isso qualquer outra pessoa não tem sequer o direito de se expressar.
Você lamenta ” a ponto chegamos que a Folha publicou um texto do Bob Sharp!!!!”
Incrível!!! Para os ecochatos de plantão, qualquer pessoa que discorde deles não tem sequer o direito de se expressar e publicar um texto no jornal!!
Vamos lá. Primeiro meu blog é um espaço democratico e eu como cicista (nao cicloativista) nao concordo com diversas opiniões, nem a do Bob, tão pouco as de algumas pessoas que postaram aqui.
Podemos classificar as pessoas em dois tipos, as que querem pedalar e as que não querem. As que querem, meu trabalho é ajudá-los a irem para as ruas. Já as que não querem eu faço questao que elas respeitem esse meu direito e cumpram a lei que manda elas darem a preferência a nós e nao usar seus carros como armas. Esse é um ponto.
Agora o que eu fiz no meu blog foi justamente responder as dúvidas colocadas pelo Bob, aliás são dúvidas comuns não só a motoristas que não tem a menor vontade de pedalar, como afligem as pessoas que querem pedalar mas acham que não saberão lidar com esses problemas citados. Portanto como meu blog é basicamente lido por ciclistas, meu texto só irá ajuda-los a ter a base de informações uteis nos nossos debates diários, debates esses que acabam inspirando novos ciclistas a tomar coragem para pedalar.
Eu não vejo nem defendo uma guerra entre ciclistas e motoristas, até porque não seria uma guerra, mas sim um massacre, pois só haveria mortos do lado dos ciclistas.
Os únicos que alimentam essa guerra estúpida, infelizmente são pessoas como o Bob, algo que só tenho a lamentar pois infelizmente, com a força de suas palavras, pode acabar inspirando apaixonados por automóveis a descarregarem sua ira no primeiro ciclista que ver na rua e da forma mais covarde. E acredite, isso infelizmente ocorre.
Kkkk… Fiquei tao desconcertada que escrevi “bike” ao inves de “carro” no comentario anterior…. Rsrsrsrs
De verdade esse Bob? Ele existe mesmo? E pior, a Folha deixa ele escrever???? Impressionante o pre CONCEITO dele com qqr outro transp que nao seja a bike! E todas as afirmacoes foram eletistas…
Querido Bob, vergonha alheia de vc.
Olha, as considerações feitas sobre o que ele falou são um tanto óbvias pra quem não está tão ligado emocionalmente ao carro, mas é bacana e vale a pena deixa-las claras pra quem não vê alternativas ao uso do carro. O que eu achei mais bacana foi quando você disse “Confesso que apesar de as vezes ter vontade de torcer o pescoço dele em diversos momentos, até que me identifiquei com ele…”. Por mais difícil que possa parecer haver algum tipo de conversa entre esses dois opostos, essa discussão é muito proveitosa. Achei muito legal você ter reconhecido que se identifica com ele, abre precedente pra que haja um novo debate mais comedido e interessante.
Excelente, sobra pra ele apenas reconhecer que não muda porque não quer nem ao menos tentar mudar. Ele não entendeu a essência do dia sem carro, pra ele soa como se nunca mais devesse dirigir, mas eu entendo que é a idéia é pra refletir sobre o uso desenfreado e sem sentido do automóvel, algo que ele nem quer tentar. Provavelmente é daqueles que talvez pegaria um metrô apenas se a plataforma fosse na porta da sala de casa.
[]s
A melhor réplica ever…
André.
Se me permite faço das suas as minhas considerações.
A cequeira que a grande parte dos motoristas é submetido parece absurda, e é! Como pode um sujeito postar no artigo do BS que o carro é a expressão máxima da liberdade? kkk 2, 3 ou 5 horas dentro de uma cela de metal é liberdade?
Eu tenho um carro novo, uma moto muito boa mas tenho 3 bikes e uso tudo, cada um a seu tempo. Tenho um enorme prazer de deixar tudo na garagem e vir trabalhar com uma bike. Aqui no escritório somos em 7 e temos na garagem… 7 carros! eu não, mas tem o carro da empresa ainda e todos os outros passam o dia parados…
O pensamento rodoviarista desse povo chega a me enojar, apesar de respeitá-los em seus limitados horizontes. Acho que se eu ainda morasse em São paulo não teria mais carro, faria uso de um taxi nos momentos de extrema necessidade – tenho uma filha cadeirante.
Mas o melhor de tudo é o movimento que o DMSC gerou. Isso é exatamente o que precisamos.
Saudações