Não acredito em mudanças súbitas, não acredito em messias, em salvadores da pátria, que dependemos de um “grande lider” para fazer com que nossa vida melhore.

Mas acredito nas mudanças lentas, na construção de uma base sólida, na democratização e disseminação da informação, pois isso é o que fará as coisas mudarem para melhor de forma natural.

Não acredito nessa geração que está no poder, movidos pela ganância e por esse capitalismo selvagem, que em busca do lucro destroem tudo ao seu redor. O fazem mesmo sabendo que essa destruição alterará drasticamente o meio ambiente, colocando vidas em risco. Mas não se preocupam, pois acreditam que seu poder financeiro irá protegê-los dos grandes desastres.

Mas acredito na geração que estamos preparando, que será bem menos egocêntrica, terá muito menos ganância, pensará mais no coletivo e buscará usar a informação para poder coexistir sem destruir nosso meio ambiente, que abrirá mão de um benefício em troca do bem estar de toda uma sociedade.

Acredito demais na próxima geração, que terá muito mais facilidade do que nós para convencer as pessoas que temos que fazer algo já, não só para continuar vivendo nesse planeta, mas para viver em paz e harmonia, mesmo sem muito dinheiro, sem ter que consumir tanto, sem ter que destruir nada.

Ontem de manhã dei uma entrevista para o pessoal da TV Morena de MS sobre a minha viagem. Eles foram ao meu encontro na saída da cidade e lá entrevistaram a mim e ao Yanko. A matéria deve ter ido ao ar na região hoje e tomara que passe também em nível nacional, pois daí, até as pessoas das cidades menores ficarão a par da minha viagem, o que me ajudará muito.

Depois o Yanko ainda pedalou mais uns 15 quilômetros comigo, até pararmos numa tenda de fruta para tomar um tereré.

Mais tarde nos despedimos, enquanto eu tomava meu rumo ele voltou para casa. Super parceiro e muito obrigado ao Yanko e a toda galera de Campo Grande que me deu uma força enorme durante minha passagem por aí.

Antes de sair ainda me deu uma dica de uma escola no distrito de Aguão, pertencente ao município de Campo Grande. Lá ele me disse que poderia pegar água geladinha caso a escola estivesse aberta.

Cheguei na escola e encontrei um bebedouro bem geladinho, pedi para abastecer de água e logo começou o bate papo bem agradável, como ocorre praticamente sempre que estou na estrada. Não demorou e me ofereceram um prato de comida e obviamente não neguei.

Mais tarde a garotada da escola saiu para o intervalo e começou um papo ainda mais agradável. Em todas minhas viagens causo fascínio na garotada. Eu não (quanta pretensão) mas minha bicicleta faz um enorme sucesso entre crianças e adolescentes.

A bicicleta é o sonho de 9 para cada 10 crianças, eles devem me ver e se imaginam naquela situação, desbravando esse mundão de uma forma simples, fácil e muito próxima a eles. Esse é o poder da bicicleta.

Fiquei um bom tempo na escola, mas precisava sair e tomar o rumo de Corguinho, então me despedi da garotada, dos professores e funcionários da Escola Orlandina Oliveira Lima e entrei novamente na carreteira.

Já era tarde e consegui escapar de duas nuvens de chuva que estavam no meu caminho, mas chegando em Corguinho, lá do alto via uma enorme tempestade a oeste da cidade. Foi só chegar na cidade e encontrar o Ginasio para a tempestade tomar conta da cidade.

Diferente das outras, essa era enorme e ficou mais de uma hora sobre a cidade. Depois que passou, acabei encontrando o responsável pelo ginásio e me liberou para dormir aqui. Jantei e armei minha “cama” num local bem interessante.

Hoje o dia foi muito bom, conheci novamente pessoas maravilhosas e espero que isso continue assim, um dia melhor que o outro. Agora é meu maior desafio, finalmente entro no Pantanal.