Nesse post vou falar sobre o conceito de família. NÃO, NÃO, NÃO! Não vou pedir para você pegar um terço ou abrir a bíblia em versículo tal, nada disso. Primeiro porque não sou religioso e segundo, não acho que as pessoas precisam de uma religião para fazer o que é certo.

Devo ter vivido uns 500 anos nesses 3 meses, se eu somar a idade de todas as pessoas com que troquei experiências. Tive diversos exemplos de vida que carregarei pelo resto da vida.

Claro que a gente nasce em uma família, que ela é extremamente importante, embora raramente damos o valor que ela merece, mas quero falar sobre o começo de verdade, quando nós montamos a nossa família.

Para não citar todas as experiências que vivi nessa viagem, quero falar apenas da história do casal, Angela e Domingos. Eles me deram pouso no vilarejo Panambi, na divisa da Bahia com o Tocantins.

Não sei quando eles foram para lá, mas isso ocorreu faz tempo, ambos trabalhavam numa fazenda onde ela era cozinheira e ele operador de trator. No começo ela fazia comida para duas pessoas, mas a fazenda cresceu e logo ela cozinhava para 200.

O tempo passou, eles compraram uma casinha na vila, tiveram filhos que ficavam longe da mãe. Dia sim dia não eles voltavam para a casa pois trabalhavam longe. Seu marido, percebendo o sofrimento da mulher, fez ela sair do emprego, trabalhou muito e montou um restaurante para ela, isso tudo resumindo.

A Angela cozinha maravilhosamente bem e hoje, mesmo nem ganhando tanto dinheiro assim, é muito feliz e está sempre alegre. Faz algo que gosta, ama e é amada pelo seu marido, algo que ficou muito claro nesse pouco tempo que fiquei com eles. Tudo isso tem como resultado uma família feliz e um sentimento de orgulho, dedicação e doação que é repassado aos filhos.

A base disso? Muito amor, cumplicidade e um orgulho enorme de um pelo outro, onde ambos batalham pelo sucesso do outro, nada de religião, obrigação, apenas amor.

 

 

Essa viagem tem como principal objetivo tentar buscar minha melhora interior, tentar me compreender melhor e nortear o meu futuro, além de falar da viagem em si. Mas falando do trecho, não teve nada muito interessante mas vou resumir.

Muita costela de vaca, costela de vaca, costela de vaca…

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Areia, areia, areia…

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Lama, lama, lama…

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Pedra, pedra, pedra…

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Chuva, chuva, chuva teve mas consegui escapar de todas.

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E teve também essa figura fantástica da dona Angela que acabou inspirando esse post, que me emocionou com sua história e que a fiz chorar com a minha dor, me desculpe principalmente por essa parte dona Angela.

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Agora começo a contagem regressiva, sempre rumo ao sul. Hora de concentrar no pedal e socar a bota.