14º. Dia Morro da Água Quente/Sta Rita Durão/Camargos/Mariana 50km

Dia de pedal delicioso. O problema é o começo: saindo de Morro, os marcos nos levam a pedalar 3km na rodovia sem acostamento, com caminhões GIGANTES da mineradora passando. Quando isso acontecia na nossa mão, tínhamos de descer da bici e entrar na valeta, pois não tem como os caminhões nos ultrapassar já que na mão oposta passam caminhões gigantes também! E para a situação ficar completa, o pedal acontece na subida de uma serra! Então o que deveria passar rapidão demora um pouco…

Logo que saímos do asfalto pedalamos num trecho bizarro mas maravilhoso e logo chegamos à Sta Rita Durão. Mais um pedalzinho chegamos a Bento Rodrigues, onde a Kika comeu um ovo frito! Figura ela!

Mais um marco, um dos últimos antes de Mariana

A cidade seguinte era Camargos, e já tínhamos 1 friozinho na barriga de saber que encararíamos a subidona até Mariana. Bom, na entrada de Camargos vimos uma cachoeira interessantíssima na beira da estrada, e para não romper com tradições decidimos dar 1 mergulho.

Para nosso espanto aquele lugar era LOTADAÇO de borrachudo, do nível Ilhabela nos bons tempos! Um inferno! Nos molhamos rapidinho e vazamos dalí! Chegando ao centro do minúsculo vilarejo e também cheio dos “insetinhos”. Ficamos sabendo que essa praga é recente (coisa de cinco anos), que segundo um morador local, uma mineradora que trouxe (…).

Bom, tomamos fôlego e partimos em direção a Mariana. Surpresa: a subida é TRANQUILAÇA, com várias descidas, inclusive! Não é a primeira vez que a altimetria da Estrada Real apresenta equívocos, e dessa vez foi para o bem geral da comunidade cicloturista.

A estrada é deliciosa de pedalar, é maravilhosa de ver! Chegamos à Mariana e o impacto foi imediato: CIDADE GRANDE. A quase 15 dias na roça… Aiaiai doeu. Mas o centro históricos é de tirar o fôlego, maravilhoso! Comemos um macarrãozinho gostoso e corremos para o Hostel. Havia vagas, uma sorte pois estava acontecendo o Festival de Inverno.

Chegada feliz à Mariana

Acomodação em Mariana – Hostel Mariana – (31) 3557-1435. Apresar do preço um pouco salgado para hostel (R$43,00 por pessoa, sem toalha, em quarto coletivo e com café da manhã) valeu à pena pelo clima gostoso, pelo silencio do lugar e pelo cafezão. Os donos são muito simpáticos.

15º. Dia – Mariana/Ouro Preto/Mariana 11km – DE TREM (FOI MAL!)

Olha o pedal Mariana/Ouro Preto não aconteceu e não nos sentimos mal pois a estrada é perigosa, com muito movimento e asfaltada. Fomos com o trem da Vale para Mariana. O trem nos custou 25 reais, e anda a menos de 10km/h. Passa pela periferia das duas cidades, rios poluídos (com sofás e tanquinhos nas margens) , pelo menos mostrando duas cachoeiras bonitas.

Desculpem o pessimismo: foi medíocre perto do que tínhamos vivenciado na viagem. E pagar 25 reais para a CIA VALE DO RIO DOCE foi triste. Como meu pai disse: tinha de ser de graça, caramba! Passeamos por Ouro Preto, lindo! Bem mais turístico. Visitamos as principais igrejas e museus e voltamos exaustas à Mariana. Dessa vez de coletivo (menos de três reais)…

Nesse dia não havia mais vagas para o Hostel então migramos para o Getsêmani (3557-2667), que é bem confortável com excelente café, perto da Igreja de Santana.

Trenzinho da Vale
E… OURO PRETO!

Fechamos a viagem com chave de ouro. Aconteceu em Mariana um show aberto ao público simplesmente do grandioso e mineiríssimo Milton Nascimento, acompanhado pela banda Lado B, de Jazz. PUTZ SHOW. De chorar de lindo. Sem aperto. Civilizadíssimo! Êeeee Minas Gerais! Dois amigos de BH foram nos encontrar, foi demais.

Para o retorno peguei uma carona até BH (mas tem ônibus também) e de lá um Gontijo até o Tietê. Para embarcar a bici tive de pagar, não sob muito protesto, 10 reais para embarcar a bici. Puta falta de sacanagem.

Feliz da vida.

Itens importantes que fizeram a diferença na viagem:

– Bucha vegetal – a poeira encarde a pele!!!!

– Blusa de bike de manga comprida – o sol pega. Existe o protetor, mas tem de ficar repassando, aí junta com suor, aí gruda a poeira!! TÔ FORÍSSIMA!

– Boné – para as caminhadas e trechos longos de subida com sol, quando o capacete é dispensável!

– Um par de pastilha para freio, gancheira. Passamos por algumas bicicletarias, mas não acredito em um algo grau de especialização. Se for fazer uma viagem para um lugar assim com freio hidráulico de duas, uma: ou manja tudo do sistema ou faça como eu: reze para terminar tudo bem. Eu sei trocar a pastilha. Só. Quanto à gancheira, dói no bolso comprar uma de reserva (R$97,00), mas se quebra na viagem e você não tem, pronto: acabou. Não há gambiarra que resolva. Tenho m amigo que teve a gancheira quebrada só da bici cair no chão… Outro de despachar em avião, e por aí vai.

– A cada três dias limpamos a corrente e lubrificamos. Também verificamos os parafusos (do alforges, principalmente), que muitas vezes simplesmente haviam caído pela trepidação.

Camila Doubek

Muito obrigado Camila e Kika para a belíssima contribuição ao Blog. E fica o convite, se você tem uma viagem interessante e quer publicar em algum lugar, mande uma mensagem para bicicreteiro@gmail.com que se o material for bom, terá espaço garantido aqui.

André Pasqualini