Em 2003 comecei a escrever um livro com a intenção de descobrir onde começou essa minha paixão pela bicicleta. O livro é meio autobiográfico, num primeiro momento pretendia escrever o início da minha história até minha primeira grande Cicloviagem pelo Rio Tietê em 1997, mas como isso renderia o dobro de páginas e não teria dinheiro para imprimir, resolvi encerrar essa edição narrando detalhes da minha primeira cicloviagem para Cananeia, em janeiro de 1996, onde “lançamos” oficialmente a viagem pelo Tietê realizada no ano seguinte.
Quando lancei esse livro (em 2003), fiz uma tiragem de 50 exemplares e tentei vender a amigos numa tentativa de levantar dinheiro pra realizar a segunda cicloviagem pelo Rio Tietê em 2004. Minha estratégia não deu muito certo e só consegui dinheiro para essa viagem na última hora, quando um patrocínio caiu no meu colo praticamente. Com a viagem garantida, resolvi colocar todos os livros que sobraram no alforge e fui presenteando a todos os personagens da primeira viagem que reencontrava. O lado bom é que ao final da viagem minhas malas estavam com metade do peso da saída.
Mais tarde bateu a vontade de retomar o projeto original, incluindo não apenas a primeira viagem pelo Tietê, mas também a segunda de 2004, ano que também passei a me dedicar mais ao tema Mobilidade Urbana. Seria a forma de encerrar fechar um ciclo e dar a outro, que ilustraria meu próximo livro com o tema Cicloativismo.
Acontece que se eu tentar reescrever meu livro, com certeza irei descaracterizá-lo, interferindo até na narrativa, pois pode não parecer muito mas dos 30 para os 40, eu particularmente mudei demais. Esse livro tem uma linguagem fácil, as vezes até um pouco infantil, mas reflete exatamente como eu era naquela época, um cara muito alegre, pilhado ao extremo, extremamente sonhador e que acreditava demais no ser humano, ou seja, uma pessoa completamente diferente do cara amargurado e ranzinza que me tornei.
Lembro que um amigo meu recebeu a indicação do meu livro e só percebeu que se tratava de mim quando estava no meio da leitura. Ele disse que o texto era meio bobo, mas envolvente, de fácil leitura e não conseguiu parar até acabar, apesar dele ser relativamente curto. Quando ele me disse isso fiquei com um baita orgulho daquele moleque que eu um dia fui.
Mesmo assim ainda pretendo escrever outro livro que completaria minha saga inicial, mas tentarei inspirar naquele moleque divertido que um dia fui e prometo também manter sempre essa versão à disposição da galera, pois acredito que esse livro é um dos melhores remédios para a rabugice que existe.
Se quiser baixar o livro, basta clicar aqui ou na imagem da capa, é “de grátis”. Depois conte aqui o que achou do livro, irei adorar seu feedback.
André Pasqualini