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Comparo a primeira cicloviagem com a retirada das rodinhas da bicicleta. O cansaço e a exaustão misturados com a gostosa sensação de poder olhar para trás e ver o quanto você pedalou, aonde você chegou contando apenas com o auxílio das suas pernas. Descobrir o tamanho da nossa força, do quanto somos capazes.

Essa era para ser uma viagem relativamente tranquila, tirando o Leo que já havia pedalado comigo na cicloviagem de Jundiaí a Itú, quando fizemos a primeira perna da viagem de trem, todos os demais 17 ciclistas estava conhecendo nesse dia. Novos rostos, novas histórias e novos grandes amigos.

Saímos em grupo compacto de São Paulo até acessarmos a Marginal Tietê e de lá até a Castelo. Um trecho plano mas com muitos carros, mesmo assim o grupo foi numa boa até a primeira parada num posto Graal logo após da entrada de Barueri.

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Parecia que o pedal seria tranquilo, e seria se não tivessemos a intervenção do Deus Sol que só queria dificultar a viagem.

Senti falta das garotas, tinha ficado feliz ao ver que várias mulheres haviam colocado presença no evento do Facebook, mas mesmo assim o pedal estava abrilhantado com duas cicloturistas de primeira viagem, a Mei e a Solange, ambas que apesar da inexperiência no Cicloturismo, me deixaram motivado pois dava para perceber que não fariam feio.

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Estava com minha Barra Forte e segui firma no pedal, tirando o banco nada confortável me impressionava com o desempenho primoroso de uma bike tão simples. Quem sabe um dia nossas grandes fabricantes de bicicleta não se inspiram nessa bike para fazer uma Urbana ou mesmo uma Touring?

Passados os primeiros 40 quilômetros os trechos planos deram lugar para as colinas. O vento a favor ajudava, mas quem não queria facilitar era o Sol.

As longas subidas debaixo de um Sol que beirava os 40 graus (sensação) esvaíam as forças de alguns. O que era para ser um pedal fácil contrariava as expectativas e cobrava um esforço desumano de cada um.

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Depois do Rodoshopping no Km 72 da Castelo, a 20 quilômetros de Sorocaba, tivemos que separar os grupos infelizmente. De qualquer maneira todos chegaram ao se destino, a belíssima cidade de Sorocaba com não seus mais 80, mas sim 200 quilômetros de ciclovias e cerca de 80 quilômetros em obras e projetos. Em pouquissimo tempo teremos nada mais que a cidade com a melhor estrutura cicloviária do Brasil. Mas sobre Sorocaba deixo para contar no próximo post.

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Dormimos eu, o Leo, a Mei, o Flávio e a Solange aqui no Véritas e hoje vamos pedalar num passeio e depois curtir um pouco mais da linda Sorocaba.

Parabéns a todos que conseguiram realizar essa façanha. Saibam que poucos são os cicloturistas que conseguem realizar com sucesso sua primeira Cicloviagem. Um dos que não teve esse sucesso é esse ciclista que aqui escreve.

Tenho certeza que todos vocês teriam concluído a viagem sem maiores dificuldades se não fosse o sol, mas toda conquista tem um sabor mais especial quando surgem as adversidades e mesmo assim superamos.

Cada um de vocês descobriram hoje uma força interior que não conheciam, cada um aqui saiu conhecendo um pouco mais de si e essa é a mágica do Cicloturismo, a busca constante de auto-conhecimento. Saibam que o mais importante não é o destino, pois como disse meu amigo Clemar “Nós nunca iremos chegar a lugar algum, estaremos sempre caminhando”.

Parabéns guerreiros e um parabéns especial as duas guerreiras, Solange e Mei. Tenho muito prazer de fazer parte da primeira cicloviagem da maioria e muito orgulho de todos vocês.

André Pasqualini