Como já disse nos posts anteriores, durante os treinos para o 2º Desafio Bicicletas ao Mar, farei um relato depois de cada treino de domingo, com um convite ao próximo desafio. Para mais informações sobre o treino de 05 de agosto, percorra a página.
A proposta do Desafio é introduzir ciclistas iniciantes no mundo do cicloturismo, mas isso não significa que os pedais serão fáceis. Como são treinos, o objetivo é exigir o máximo dos ciclistas para que eles evoluam no condicionamento a cada semana, chegando no dia do Desafio em boas condições físicas.
Muitas pessoas têm me perguntado se ainda podem entrar no Desafio e a resposta será sempre “depende”. Se você iniciar os treinamentos um mês antes do Desafio e realizar no mínimo dois treinos por semana, é muito provável que você consiga, mas só depois da participação de um treino é que eu conseguirei fazer uma avaliação mais precisa. Um ciclista que consegue pedalar num final de semana distâncias de 50 a 60 quilômetros (ou por uma 4 horas em um dia), tem 90% de chances de conseguir, mas sem uma preparação especial, fará do Desafio algo muito sacrificante. Os treinos servirão para forçar o ritmo numa situação mais controlada para, no dia do Desafio, o ciclista ter condicionamento para percorrer o trajeto curtindo a viagem.
Fica a sugestão (aos iniciantes), para o pessoal da cidade de São Paulo, que participe ao menos de um dos treinos durante a semana para que eu possa fazer essa avaliação da sua necessidade de carga de treinos. Para a galera de fora de São Paulo, realizem em suas cidades um ou dois treinos durante a semana, pode ser o estilo “Hamster” (bicicleta ergométrica) e a cada final de semana um pedal longo, de forma que nas duas semanas que antecedem o Desafio, que um desses pedais sejam de 100 quilômetros no caso de asfalto, ou 50 quilômetros em terra. Se seguir esse plano a risca, com certeza você realizará o Desafio no dia 02 de Setembro.
Já a galera que já tem uma boa quilometragem nas costas, se inscrevam no Desafio como ciclistas experientes e detalhe sua experiência no campo a isso destinado na inscrição. Apenas conferindo o relato já dá para dispensar o ciclista do Brevê. Mas um detalhe, não aconselho ninguém a mentir, pois os ciclistas iniciantes terão uma camiseta diferente dos experientes e a equipe de apoio terá uma atenção maior aos iniciantes, pois acreditamos que os experientes não terão dificuldades físicas ou mecânicas para realizar o Desafio.
Mas agora vamos falar do pedal para o Templo Zu Lai. A começar me impressionei com o tamanho da massa que encontrei no Ibirapuera. Nos treinos para o primeiro Desafio que ocorreu em abril de 2012, éramos um máximo de 15 ciclistas por treino, já nessa ocasião éramos cerca de 70 ciclistas.
Pedalar com uma massa grande é complicado, principalmente quando poucos conhecem o trajeto, assim mesmo, graças a ajuda do pessoal (muitos que venceram o primeiro Desafio), conseguimos levar todos os ciclistas até o Templo.
Pedalamos pela Ciclovia da Marginal e seguimos pela Eliseu de Almeida até Taboão da Serra. Lá a massa de ciclistas invadiu a Ciclovia do Taboão que foi entregue em 2010, ano que, “em tese”, deveria ser inaugurada a Ciclovia da Eliseu de Almeida, mas deixa esse assunto para outro momento.
Percorremos quase toda a Ciclovia do Taboão evitando assim a complicada BR-116 no trecho que ela não tem acostamento. Pegamos apenas um trecho de uns 300 metros sem acostamento, mas a massa nos ajudou a vencê-lo sem maiores problemas. Depois seguimos por acostamento até próximo a entrada do Rodoanel onde começaram as subidas que forçaram a separação dos grupos, pois até então o trajeto havia sido bem plano.
Em Embu das Artes separei os grupos deixando o pessoal que estava mais bem condicionado ir à frente, guiado pelo Luisão (mais um vencedor do primeiro Desafio) que conhecia bem a região, já eu fui com o grupo mais lento. Em tempo, essa quebra de pelotão é absolutamente normal, difícil num grupo com tantos ciclistas haver uma homogeneidade de ritmos. Sei que em breve verei muitos dos ciclistas que penaram lá no fundão pedalando lá no pelotão da frente. Pior, sem muita paciência com os retardatários, como se eles esquecessem que um dia ficaram incomodados com a dificuldade de acompanhar o ritmo dos outros.
Não escrevo isso para puxar a orelha da galera acelerada, pelo contrário, até porque o pessoal que hoje é experiente ajudou demais no passeio. Mas digo isso para mostrar aos iniciantes que a condição deles é temporária, todos os ciclistas já passaram por isso, eu principalmente e só depende de nós mudá-las.
Além do mais, mesmo sabendo que o trajeto teria muitas subidas e que a galera lá do fundão iria sofrer, sabia que no final todos chegariam e isso é o que importa, até porque (repetindo) isso é um treino e não um passeio e todos precisavam chegar no limite, pois só assim para descobrir que subestimamos nossos limites.
Mas vamos ao pedal novamente, levei o pessoal avançado até o início da maior piramba do dia, o morro a mais de 900 metros entre Embu e Cotia, um desnível com cerca de 150 metros. Parece pouco, mas para comparar, o desnível do Parque do Ibirapuera até a Paulista (via Abílio Soares) é de 77 metros. Clique no link e depois em Show > Elevation Profile para ver a altimetria.
Depois do morro descemos e seguimos em um trecho praticamente plano até a Raposo Tavares, mas diferente do pelotão da frente que encarou a Rodovia por cerca de 2 quilômetros, nosso grupo fez um caminho diferente, evitando a rodovia, saindo em uma passarela praticamente em frente a via que nos levaria ao Templo. Dali bastou pedalar mais uns 2 quilômetros e chegamos ao templo por volta das 13h30.
Lá almoçamos e já marquei nosso retorno para as 15h00, o pessoal do pelotão da frente seguiu viagem logo depois que chegamos. O templo é realmente muito bonito, como o dia estava ensolarado, havia muitos visitantes. Tiramos belas fotos que podem ser conferidas na minha página do Facebook (aproveita e clique em curtir minha página J). As 15h00 nos reunimos e nos preparamos para o retorno, seriam uns 10 quilômetros até a estação Jardim Silveira da CPTM, o problema é que teríamos muitas subidas pelo caminho.
As subidas nem eram tão fortes como a que havíamos encarado entre Embu e Cotia (como pode ser visto na altimetria nesse link), mas como o pessoal do fundão já estava bem desgastado, qualquer desnível já seria uma tortura e foi isso que aconteceu. Foram 3 fortes subidas até começar a descer, aí rapidamente estávamos na estação.
Mas como desgraça pouca é bobagem, ao chegar à estação, ficamos sabendo que aquela linha da CPTM estava em obras e que os ciclistas deveriam descer numa estação a frente e depois seguir de ônibus até Presidente Altino a cerca de 17 quilômetros dali. Lá ficamos sabendo que algumas pessoas do pelotão da frente já haviam partido de trem e colocaram as bicicletas nos ônibus do Paese (depois contem mais detalhes dessa saga nos comentários). Alguns encararam o trem mesmo assim, mas a maioria resolveu pedalar até Presidente Altino de onde poderíamos pegar sem baldeação a linha Esmeralda da CPTM, que beira a Marginal Pinheiros.
O trajeto acompanhou a linha do trem e era bem menos acidentado do que havíamos encarado até então, mas não deixou de ter algumas subidas pela frente. Chegamos em Presidente Altino as 18h00, bem cansados. O pedal que era para ser de 51 quilômetros teve mais de 80 para a maioria e apesar do sofrimento de muitos, tenho certeza que foi fundamental para a preparação dos desafiantes.
Foi o primeiro teste de verdade para esse Desafio, que promete ter um número de ciclistas bem maior que o primeiro. Como queremos sempre evoluir, no próximo estaremos mais preparados para os contratempos que estão por vir, vamos então para detalhes do nosso próximo treino.
Treino de Domingo, dia 05 de agosto de 2012 – Ciclofaixas e Ciclovias Paulistanas
Ponto de Encontro: Estação São Miguel Paulista da CPTM (Linha 12 – Safira)
Horário: 8h00 da manhã
Informação importante: Se programe para chegar até as 7h00 na estação Brás da CPTM e de lá entrar na linha 12 Safira até a estação São Miguel.
Veja o Trajeto clicando no link abaixo
http://www.bikely.com/maps/bike-path/ciclofaixas-e-ciclovias-sp
Um trajeto um pouco mais longo que o Templo Zu Lai, mas com um nível de dificuldade bem menor, nada de longas subidas, o que pode ser conferido no link acima. Cerca de 90% do pedal será em ambiente seguro, Ciclovias, Ciclofaixas ou Ciclorrotas, uma bela maneira de conhecer as infraestruturas cicloviárias da cidade. São 85 quilômetros, partindo da Estação São Miguel Paulista da CPTM (se você não for da região, recomendo ir de trem até a estação, fazer baldeação na estação Brás do Metrô) e de lá pedalamos até a Ciclovia do Parque do Tietê.
Visitaremos o Parque Ecológico do Tietê e depois entramos na Ciclofaixa de Lazer da Zona Leste. Percorreremos os 7 quilômetros de Ciclofaixa até acessarmos a Ciclovia da Radial Leste. Mais 12 quilômetros pedalando até a Estação Tatuapé, de lá seguimos por uma Ciclorrota (ainda não sinalizada pela Prefeitura) até a Zona Norte.
Passaremos por dentro do Parque da Juventude, antigo Carandiru e entraremos na Ciclofaixa de Lazer da Zona Norte. De lá seguiremos pela Brás Leme onde futuramente haverá uma Ciclovia, depois cruzaremos o Rio Tietê entrando na Zona Oeste de São Paulo.
Ali seguiremos por uma Ciclorrota ao lado da linha da CPTM até o Jaguaré, onde entraremos novamente na Ciclofaixa de Lazer, agora na Zona Oeste. Passaremos em frente ao Parque Villa Lobos e entraremos na Ciclovia da Marginal Pinheiros.
Percorreremos o trecho novo da Ciclovia até a Estação Vila Olímpia e lá acessaremos novamente a Ciclofaixa de Lazer, agora em plena Zona Sul, até o Parque do Ibirapuera, onde encerraremos o circuito.
A novidade é que dessa vez o trecho será planilhado, ou seja, todos os participantes receberão uma planilha na estação São Miguel. Com a planilha em mãos, os ciclistas terão que zerar seus ciclocomputadores (quem não tiver um velocímetro, poderá usar aplicativos do celular) e seguir observando a planilha, dificilmente alguém irá se perder. Na dúvida basta parar e esperar o ciclista que vem logo atrás.
Diferente dos outros pedais, dessa vez eu ficarei no final do pelotão, seja para ajudar os ciclistas com problemas mecânicos, ou para tirar dúvidas quanto ao trajeto a ser percorrido. Não precisaremos andar numa massa coesa e ciclistas de diferentes níveis poderão pedalar cada um no seu ritmo.
Se a experiência funcionar, pretendo adotar o mesmo método em todos nos demais treinos e principalmente no dia do Desafio. Assim o pessoal pode ir se acostumando a usar planilhas, muito comum em corridas de regularidades. Depois vou disponibilizar as planilhas na internet, para qualquer pessoa percorrer o trajeto quando quiser realizar um pedal pela cidade.
Espero ver o pessoal domingo em São Miguel, mas antes temos os treinos as terças e quintas, não deixem de participar. Entrem também no grupo de discussões do Facebook para esclarecer suas dúvidas, veja como acessar nos links abaixo.
Veja todos os links relevantes, referentes ao Desafio Bicicletas ao Mar
Página para a inscrição no Desafio
Grupo de discussão do Desafio Bicicletas ao Mar no Facebook
Página com o calendário dos treinos
Post no Bicicreteiro com dicas para descer a Rota Márcia Prado
Eu e mais 3 participantes perdemos o primeiro pelotão e não poderíamos esperar o segundo então partimos em um pequeno pelotão intermediário até Barueri, onde deixamos um dos participantes que ficaria por lá mesmo. Pegamos o trem após o aviso sobre a interdição de algumas estações e sobre a possível impossibilidade de entrar com as bicicletas no ônibus. Insistimos ainda na estação e o encarregado entrou em contato e disse que até poderíamos ir, mas apenas um ciclista por vez poderia entrar no ônibus. Ao chegar no ponto da interdição, descemos e chegamos ao ponto do ônibus de ligação e vimos que teríamos dificuldades.
A fila estava grande e os trens despejavam pessoas mais rapidamento do que os ônibus as colhiam. A idéia era tentar colocar as 3 bikes juntas, e com o grande apoio de um policial ferroviário conseguimos colocar na cabeça do fiscal que tínhamos o direito de pegar o ônibus, mesmo sendo difícil. Com a insistência ele entrou em contato com a central que acelerou a chegada de alguns ônibus diminuindo a concentração de gente.
Não foi com muita facilidade que entramos no ônibus, bem cheio, na frente de todos (sendo que já estávamos no começo da fila havia um bom tempo) e posicionamos nossas bikes no local para deficientes, sob alguns protestos em forma de piada.
A viagem foi meio sofrida mas, de verdade, eu achei graça. Ficamos pensando que havíamos pegado o trem, ônibus, metrô e carro com as bikes, tudo em um único dia.
Essas dificuldades nos deixaram fadigados mas, pelo menos da minha parte e de minha namorada, não desanimou nem um pouco. Na verdade nos ensinou uma lição: Sempre que for fazer um passeio do tipo é muito importante tentar se informar sobre todos os passos que iremos tomar. Assim podemos nos planejar e encontrar menos imprevistos.
Obrigado a todos os participantes, organizadores e monitores.
Desculpem a bagunça no texto..rs.. escrevi de uma vez, mas espero ser compreendido. Abraço!
André, nós do primeiro pelotão, que seguimos pedalando até o Ibirapuera por todo o percurso, pegamos zero de subidas ou elevações…. Levei o grupo “Beirando” a linha do trem até Carapicuiba. De lá, saimos em direção a Castelo Branco, mas não a pegamos. levei-os por uma “Marginalzinha” da Castelo de pura reta até a Marginal Pinheiros. Seguimos pela Pinheiros até a entrada da Ciclovia, na Ponte Cidade Universitaria. Dé lá, seguimos para o Ibira. Chegamos no Parque as 17:30. Uns 70 Km de pedal no total. Um belo treino. Ansioso para o pedal do Solo Sagrado.
Caraca, to acompanhando tudinho à distancia, daqui do PC msm, pois minha bike quebrou e não tenho como acompanhá-los pessoalmente 🙁 Mas fico na torcida pra que td corra bem e no próximo desefia (acho que é o 3º, né?) estarei com vcs… bjuss
André, também tivemos problemas com os trens no final de semana e é muito provável que teremos novamente. Na Quinta-Feira a CPTM costuma colocar em seu site como será o esquema para o próximo final de semana. Vale a pena ficar atento pra informar a galera.. Abs