“O mais importante em uma cicloviagem é o caminhar e não o destino. Numa cicloviagem como na vida, nós nunca chegaremos a lugar nenhum, mas estaremos sempre caminhando…” Essa é uma adaptação da frase de um amigo cicloturista que considero como a verdadeira essência do Cicloturismo.
Todo caminho que resolvemos trilhar, principalmente os novos, há riscos. Posso elencar vários que vão desde acidentes, a primeira coisa que vem a mente quando usamos a palavra “risco”, mas há outros as vezes ignorados, como os problemas familiares por exemplo, já que a bicicleta acaba causando uma mudança radical no nosso estilo de vida que de certa forma impacta na vida das pessoas que nos rodeiam. Passamos a enxergar a vida de forma muito diferente e em um curto espaço de tempo. Nossa vida muda, mas nem sempre nosso cotidiano acompanha a velocidade das mudanças e as vezes isso pode causar problemas.
Não é incomum relacionamentos terminarem, ocorrerem mudanças de emprego, de estilo de vida depois que a pessoa entra nesse mundo da bicicleta. Tenho amigos que acabaram vendendo seus carros por falta de uso, terminarem relacionamentos, pois os parceiros não conseguem entender porque deixamos de dormir até o meio dia no domingo para acordar as 6h00 da manhã e passar o dia inteiro pedalando. Tanto é que aqueles que menos tem problemas são os que buscam realizar essa mudança ao lado dos seus parceiros(as).
Eu considero a experiência de realizar o Desafio Bicicletas ao Mar uma dádiva. Nesses meus anos no mundo da bike já observei inúmeras dessas mudanças, mas elas sempre ocorriam de formas isoladas. Já no Desafio eu estou vendo essas mudanças acontecerem com várias pessoas ao mesmo tempo, alguns passeios até parecem terapias em grupo. São pessoas que abandonam os remédios, que melhoram o humor, o rendimento no trabalho, que vêem as calças terem dificuldades de entrarem na coxa e sobrar na cintura, melhora significativa no condicionamento físico e consequentemente no desempenho sexual. Sim, quando descobrimos quanto prazer a bicicleta pode trazer em nossas vidas, é como se elas dessem um giro de 180 graus e tomasse um novo rumo. Por isso que tenho a certeza que todos aqueles que chegarem na praia no próximo domingo darão início a uma nova forma de ver a vida.
Mas como qualquer mudança precisamos aprender a conviver com essa nova responsabilidade, até mesmo para absorvermos apenas seus benefícios. Observando essa galera, uma das coisas que eu mais me atento é a dificuldade de lidar com essa empolgação que que a bicicleta nos traz. Aquela velha história do excesso de confiança que acaba nos levando a displicência, quando as merdas acontecem.
Vocês, principalmente aqueles que estão realizando o Desafio desde o início, o que mais devem ouvir de amigos e familiares é – “Andar de bicicleta é perigoso” – o que é uma grande farsa. Viver é perigoso e o novo e o desconhecido pode ser perigoso caso a pessoa não estude e não se prepare para o novo. Vou fazer aqui um pequeno paralelo com o capacete de ciclista, algo que a simples menção já causa polêmicas homéricas.
Quem pedala comigo já deve ter reparado que eu raras vezes faço uso do capacete e sempre que ocorre uma discussão onde algum ciclista classifica quem não usa o capacete de irresponsável, não demora para eu me manifestar, pois vejo essa afirmação como uma ofensa direta. Mas quem me conhece a mais tempo, também deve lembrar que eu era um defensor ferrenho dessa casca de isopor, além de ser um desses ciclistas chatos que vivia tentando colocar o capacete na cabeça das pessoas.
Lembro que havia acabado de realizar uma pesquisa com os acidentes fatais envolvendo ciclistas e constatei que metade dos ciclistas morreram por trauma craniano. Não tinha como saber se um capacete salvaria esses ciclistas e mesmo sem essa informação, ao invés de me concentrar nas causas dos acidentes, foquei na tentativa de protegê-los, como se os acidentes fossem inevitáveis, mas não são.
Qualquer acidente que eu vejo relatado por ciclistas nas redes sociais, principalmente naqueles que os acidentados exaltam o fato do capacete ter salvo suas vidas, facilmente constato que se o ciclista tivesse prudência ele teria evitado o acidente. Ou mesmo nos casos onde o acidente foi causado por outro agente, nada garante que o capacete é certeza de salvação, como nos casos da Márcia Prado e da Julie Dias, ambas de capacete. As pessoas precisam entender que a prática do ciclismo pode ser perigosa, já o cicloturismo definitivamente não é. Pode até ser quando tentam misturar as duas atividades.
Tá bom, eu as vezes acelero forte, adoro descer e alcançar grandes velocidades, mas sempre que faço isso levo em consideração diversos fatores. Primeiro eu sempre conheço muito bem o local onde me coloco nesse suposto risco, chego a conhecer cada buraco no meu trajeto, isso deve ser graças a uma facilidade de localização e memorização, por isso só “abuso” quando sei muito bem o que estou fazendo. Mesmo assim eu nunca abuso da velocidade ou elevo meu risco quando estou num local que não conheço.
Também tem o equipamento, as pessoas olham para a minha bicicleta e acham que ela é uma porcaria, de tão suja e feia que ela fica. Não dou muita atenção a estética da bicicleta, em compensação gasto horas, se necessário, para deixá-las bem reguladas e principalmente seguras. Esse meu pleno conhecimento do equipamento me dá segurança para arriscar ou não. Mas para chegar nesse ponto foram muitos anos de praia e muito estudo, vocês não tem noção do quanto eu estudo antes de fazer algo.
Me lembra das crises que tive antes de entrar no Pantanal sozinho. Fiquei 6 dias em Campo Grande apenas me preparando, tanto na busca de informações como psicologicamente, a galera de Campo Grande sabe muito bem o quanto os suguei nesses 6 dias que passei na cidade. Pensei várias vezes em desistir de fazer a travessia do Pantanal, mas quando me decidi a fazer, montei um plano e segui a risca. Quem quiser pode conferir no meu livro “A Vida em Ciclos” que por enquanto está disponível para download.
Outro exemplo foi no meu Desafio que fiz para o litoral quando saí do Jabaquara e cheguei na balsa entre Santos e Guarujá em 3 horas. Os leigos devem ter imaginado que eu desci a Estrada de Manutenção como um retardado, o que não foi verdade. Toda minha descida levou 44 minutos, conforme pode ser observado nas fotos, mas se eu me arriscasse, poderia ter ganho uns 15 minutos pelo menos. Como tinha plena consciência de que uma queda ali poderia até ser até fatal, justamente pelo fato de estar sozinho e sem ninguém para me ajudar, preferi socar a bota nos trechos planos, onde uma boa velocidade média faria eu ganhar muito tempo, sem a necessidade de me colocar num risco extremo e ganhar 15 minutos.
Na minha viagem pelos Biomas Brasileiros, antes de chegar a Bauru eu já havia abandonado meu capacete e trocado por um boné legionário. Naquela situação o capacete só servia para fritar minha cabeça nos 40 graus do interior paulista. Trazia pouca proteção contra o sol, enquanto o boné não só protegia minha cabeça como minha nuca. Sem falar nos 50 quilos de bagagem que carregava e me obrigava, por bom senso, a ter cuidado redobrado nas descidas, com isso eu conseguia preservar a bicicleta e os equipamentos, pois um simples bagageiro quebrado poderia acabar com minha viagem.
Aliás, foram vários os tombos que levei em minha viagem, muitos ocorreram durante minha travessia do Pantanal. O motivo era simples, a bicicleta ficava presa no areião, eu perdia a tração e não conseguia tirar a sapatilha a tempo. Levei vários tombos, mas nenhum me trouxe riscos, até porque eu caia na areia. Em nenhum momento da viagem eu me coloquei em risco por displicência, por isso ao abrir mão do uso do capacete só tive benefícios e não senti nenhuma falta dele, mesmo depois de perdê-lo em algum lugar perto da divisa do Mato Grosso com o Pará.
Mas vou voltar a essa galera que passou a fazer parte da minha vida depois que inventei essa história do Desafio. O que eu mais vejo neles é essa empolgação enorme, muitos parecem crianças em suas bicicletas, como estivessem resgatando uma emoção que lhes foi tirada devido as responsabilidades que a vida lhes impôs. Como se eles estivessem querendo ter o direito de serem deliciosamente displicentes, já que, na pior das hipóteses, eles teriam alguém por perto para ajudá-los. Falando sério, vejo em muitos ciclistas comportamentos idênticos ao do meu filho de 6 anos, uma confiança extrema em mim (e nos demais ciclistas que estão colaborando muito durante o Desafio), como se a segurança que passamos lhes dessem o direito de serem displicentes.
Claro que não deixaremos ninguém na mão, claro que ao menos eu, até mesmo pela minha personalidade, vou tratar todos como se a integridade de vocês fossem de minha responsabilidade. Mas poxa galera, não é nada agradável passar por situações tensas com risco de perder amigos. Nem é o caso de culpar esse ou aquele, pois são vários os ciclistas que agem com displicência e se só não se deram mal por sorte, por isso essa mensagem é direcionado a todos os ciclistas (até a mim).
Minhas experiências mostram que podemos praticar o Cicloturismo com baixos riscos e usufruindo de todos os prazeres que ele pode proporcionar. Eu não sou melhor do que nenhum de vocês e se eu consigo, qualquer um consegue também, mas é importante termos a noção exata de até onde podemos abusar ou não da sorte. Essa é uma compreensão que nem todos os ciclistas ainda possuem.
No próximo domingo, dia 02 de setembro de 2012, deveremos ter uns 200 ciclistas chegando a praia, mas não teremos uma viagem mas sim 200 viagens diferentes, cada ciclista fará a sua viagem e terá a sua experiência. Será a consolidação de um trabalho árduo de todos, sejam dos guerreiros de camisetas verdes, que estarão descobrindo uma força que nem eles imaginavam ter, como dos experientes de branco que como anjos, estarão ali com o objetivo de colaborar para que os iniciantes consigam vencer esse desafio.
Cada ciclista terá seu ritmo, suas emoções, suas dificuldades, seus deslumbramentos. Já a minha viagem no próximo domingo será a de vivenciar as emoções de cada ciclista, principalmente os de camisa verde. Essas emoções podem até parecer pequenas (aos olhos dos outros) devido a tantas emoções que já vivi, mas tenham certeza que irei me emocionar com a conquista de cada um. Será uma forma de resgatar os deslumbramentos que eu tive um dia, embora hoje eles estejam meio apagados na memória, no próximo domingo eles serão resgatados ao final do Desafio.
Galera, o que eu tinha que fazer já fiz, agora é com vocês, tenho certeza que todos que participaram dos treinos terão plenas condições de chegar à praia em segurança. Mas peço para se cuidarem, protegerem a si e aos demais companheiros, vamos criar uma energia bacana que impeça que qualquer grande problema possa ocorrer. Que as dificuldades sejam pequenas e simples de serem superadas. Que os perrengues sirvam apenas para ser mais um assunto na deliciosa comemoração que irá ocorrer no Canal 1 da cidade de Santos, onde espero chegar junto com o último pelotão e encontrá-los de braços abertos, me esperando com uma lata de cerveja na mão. Até domingo.
André Pasqualini
Sobre o capacete: não julgo irresponsável quem não o usa. É diferente de dirigir alcoolizado, por exemplo, quando o motorista coloca em risco a vida de outras pessoas. Usar capacete ou não afeta apenas a vida de quem o usa, ou não. Espero que você não se sinta ofendido com minha opinião.
Essa estatística, que eu não conhecia, de que 1 em cada 2 ciclistas que morrem em acidentes tiveram traumatismo craniano, para mim já é argumento suficiente para usá-lo, mesmo sabendo que o capacete não impede todos os traumatismos. A estatístca mais conclusiva seria saber quantos dos que tiveram traumatismo craniano estavam usando capacete. Você tem essa informação? De qualquer forma, se 60% dos traumas ocorreram em quem estava sem e 40% em quem estava com capacete, para mim já e motivo para usá-lo. Mas aposto que esta estatístca é bem mais favorável para os com-capacete do que minha hipótese acima.
“Nada garante que o capacete é certeza de salvação”, isto é verdade, mas podemos afirmar sem erro de errar que ele aumenta consideravelmente as possibilidades. Também nada garante que mesmo o mais prudente dos ciclistas não vai sofrer um acidente. Tem sempre um dia em que você está mais cansado ou mais desatento. Isso para não entrar no enorme universo de fatores que estão fora do seu controle enquanto você pedala: motoristas (ou outros ciclistas) imprudentes ou alcoolizados ao seu lado, chuva, um cisco no olho, buracos (mesmo em ruas que você conhece, eles podem surgir de um dia para o outro) etc, etc. Portanto é temerário afirmar que a prudência pode evitar qualquer acidente. Prudência não é senão diminuir as possibilidades de acidentes e diminuir a gravidade dos ferimentos, caso eles aconteçam.
E temos também que ver o outro lado da questão: qual é o prejuízo em usar o capacete? Você diz que ele fritava sua cabeça nos 40 graus do interior paulista. O que frita a cabeça não é o capacete, é o sol. O capecete na verdade fornece alguma proteção contra o calor, pois faz sombra e o isopor é isolante térmico. Talvez seu boné legionário seja mais eficiente contra o sol, mas uma bandana, ecohead ou mesmo um boné por baixo do capacete resolvem o problema. Alguns vão dizer que o capcete é feio, pode ser, mas pelos seus comentários sobre a aparência da sua bike, acho que você concorda que não devemos colocar a estética acima da segurança.
Sendo assim, meus caros, não julgo ninguém e se você não quiser usar não vai me afetar em nada, mas o meu conselho é: USE! Até porque é uma forma de nos identificarmos: já puxei muito papo com desconhecidos só porque eles estavam usando ou carregando um capacete, então logo sacamos que pelo menos uma qualidade a pessoa tem: ela pedala!
Durval, quer dizer que você trata os ciclistas de forma diferente só porque eles usam capacete? Quer dizer que eu não pedalo só porque eu não uso? Quer dizer que você é uma pessoa superior a mim só porque usa um capacete? Se a resposta for sim, nem dá para começar a discutir.
Fico imaginando então você pedalando no Japão ou na Europa, não vai conseguir puxar papo com ninguém, já que só existem ciclistas irresponsáveis por lá pois a coisa mais rara é achar alguém com capacete, a não ser que eles estejam treinando.
Meu capacete na viagem era um Bell que custa no mínimo 300 reais, mesmo assim fritava minha cabeça. Chegou um ponto que eu tinha que optar, usei meu chapeu e ele resolveu meus problemas.
Na pesquisa que eu fiz cheguei a uma única conclusão. 90% das mortes poderiam ter sido evitadas se o motorista fosse prudente ou se a prefeitura realizasse intervenções nos pontos mais críticos para eliminar os acidentes. Apenas menos de 10% das mortes estava claro que o capacete “poderia” salvar o ciclista, como o caso de uma criança de 5 anos que morreu numa rua sem saída.
Então entre tentar colocar capacete na cabeça de todo mundo e trabalhar para evitar os acidentes, preferi trabalhar no segundo e considero minha decisão a mais acertada.
Da mesma forma que um ciclista prudente pode sofrer um acidente, um ciclista imprudente (ou mesmo prudente) pode morrer com um capacete na cabeça.
O que quis dizer é que eu não vou aconselhar ninguém a usar ou deixar de usar, se a pessoa usa ou não é problema dela. Agora alguém me chamar de irresponsável só porque eu optei em não usar…
Não vou escrever um palavrão, mas faço um desafio. Pedalo com qualquer um desses “ciclistas superiores” e provo que ele é bem mais imprudente com capacete do que eu sem.
André, não sei se me expressei mal ou você entendeu mal, mas sua resposta até parece endereçada a outra pessoa.
Por favor me aponte onde eu disse que me considero superior, que eu trato diferente quem usa capacete, ou quem não usa não é ciclista (!?!).
Você se pegou a um ponto absolutamente secundário dos meus argumentos, onde disse que reconheço um ciclista por estar com capacete. Se eu vejo alguém com a camisa do Corínthinas (substitua pelo time da sua preferência), deduzo que ele é corinthiano e posso então puxar conversa sobre as glórias e tristezas do nosso time, mas não vou deduzir que só é corinthiano quem está com a camisa! Com capacete (e fora de uma bicicleta), um ciclista é mais reconhecível como tal, só isso, sem julgamentos de valor!
Gastei metade do meu comentário anterior explicando que NÃO julgo ninguém e não acho que não usar capacete é irresponsabilidade, porque isso não afeta a segurança de terceiros.
Onde discordo do seu ponto de vista (e nem por isso me julgo superior ou sua opinião como ofensa pessoal) é sobre a conveniênca de usar o capacete. Acho que já expliquei no comentário anterior e não preciso repetir, fica aí um contraponto para cada um tirar suas próprias conclusões.
Se eu morasse num país com boa infraestrutura para a bicicleta e onde elas são respeitadas pelos motoristas, talvez eu o dispensasse, mas NO BRASIL, embora estejamos evoluindo neste sentido, infelizmente a imprudência dos motoristas e as intervenções das prefeituras para facilitar nossa vida deixam muito a desejar, como você bem sabe, tornando o ato de pedalar nas nossas ruas algo bem mais arriscado do que em certos países da Europa.
Entre uma campanha para evitar acidentes e uma para todos usarem capacete, sem dúvida a primeira é mais importante. Mas elas não são excludentes.
Entre o ciclista prudente sem capacete e o imprudente com capacete, o que tem menos chances de se machucar é o ciclista prudente e com capacete!
Durval, primeiro acho que você tem que conhecer melhor o Brasil pois ele é muito diferente em seus rincões, como conheço bem esse pais que eu moro, já tendo pedalado em centenas de cidades (umas 500 no mínimo) garanto que tem alguns lugares que o tratamento dado ao ciclista não fica longe dos europeus e mesmo com ZERO de investimento em infraestrutura cicloviária.
Você encerrou o texto dizendo isso: “já puxei muito papo com desconhecidos só porque eles estavam usando ou carregando um capacete, então logo sacamos que pelo menos uma qualidade a pessoa tem: ela pedala!”
Não sei o que realmente você quis dizer, mas pelo que entendi, se você parasse ao meu lado no semáforo e me visse sem capacete, quer dizer que eu não tenho essa qualidade acima?
Entendo e respeito a SUA opção de usar capacete por medo, por não confiar nos motoristas brasileiros e imaginando que se você estivesse em outro país, dificilmente usaria essa proteção, mas você não consegue entender e respeitar a minha opção?
E um dos motivos que eu não uso é porque eu não concordo com essa sensação de insegurança que é pregada por muitos ciclistas inclusive, quero mudar essa situação, quero não me sentir obrigado a usar um capacete para me proteger de ninguém. Tem um adesivo em inglês que traduzido fica assim – “Uso capacete para que você possa dirigir como um idiota”
Apesar de concordar com a frase, me recuso a me proteger dessa forma. Aliás eu me protejo de outras maneiras, uso luvas, uso roupas adequadas, procuro andar bem iluminado, não abuso da velocidade em locais que eu não conheço, planejo minhas rotas, evito avenidas movimentadas e por causa de tudo isso não acho necessário usar o capacete. Aliás, nem lembro qual foi meu último tombo um pouco mais sério, meu filho nem tinha nascido eu acho, isso só me prova que os métodos de proteção que eu adoto são eficientes.
Certo, é que eu nunca peguei uma rodovia antes e vou pegar a Oswaldo Cruz e a Rio Santos. A Rio Santos parece ter um bom acostamento, são só 30 kms que vou andar, você tem algo a dizer sobre essa rodovia para ciclista? Algum cuidado que devo tomar além do habitual?
Obrigado.
Cara: o que é mais perigoso? 1. Atravessar um viaduto em São Paulo ou 2. Pedalar pelo acostamento de uma estrada como a Oswaldo Cruz?
É muito relativo. Já pedalei na Oswaldo Cruz e não achei nada tenso, bem melhor do que muitas estradas que já rodei pelo Brasil, principalmente pelas asfaltadas do MT. Viadutos também depende, tem alguns que são extremamente tensos, outros nem tanto, como o da rua da Mooca por exemplo.
Abs
No acostamento você ocupa a faixa ou fica na extrema esquerda? Sobre o viaduto, o que eu pensei e esqueci de falar é o do Pacaembu.
Abs.
No acostamento eu ando do meio para a direita, bem no canto, mas isso varia de cada estrada e do acostamento, tem rodovias que eles tem pouco mais de um metro ou simplesmente não existem. Então cada caso é um caso. Já esse da Pacaembu é foda, não tem lugar nem para o pedestre passar, esse viaduto é um crime. Já os da Rio Branco e da Sumaré são mais tranquilos, o da Sumaré tem acostamento e o da Rio Branco tem uma larga calçada que o ciclista pode usar. Mas como disse, cada caso é um caso
É isso aí André, você sabe bem as minhas vontades e medos, afinal já falamos sobre isso durante as pedaladas, e acho que nesse domingo cada um tem que dar o seu melhor e respeitar os seus limites… Afinal a ideia tb é curtir a viagem e não sofrer tentando acompanhar o pedal alheio… Esse ultimo domingo me vi por +/- 1 hora pedalando na estrada sozinha, o ritmo do meu pelotão era pesado e eu não tinha condicionamento pra isso, preferi me respeitar e me preservar ainda mais que morro de medo de descidas… fui no meu ritmo e alcancei um ciclista de cada vez, e cheguei na rodoviária inteira e feliz… O gosto de terminar o trajeto as 17h ou as 17h35 deve ser o mesmo, pelo menos o meu rosto era o mesmo dos outros que chegaram antes que eu…
boa viagem a todos,vao em segurança ,paz e muita alegria.