Por favor, não quero mais participar de nenhuma manifestação em memória a mais algum amigo que perdeu a sua vida no trânsito, sempre que vejo um corpo no chão, vítima da carrocracia, algo morre dentro de mim. Sexta passada, tomando para mim a mensagem da bicicleta de um amigo, foi um dia “que eu morri também”.
Mas não morri apenas ao ver o corpo da Julie coberto por um papel alumínio na Paulista, mas morri várias vezes ao ver inúmeros comentários em matérias sobre o tema. Aquele mesmo descrédito pelo ser humano que tomou conta de mim pouco antes da viagem do Projeto Biomas, retornou e com muita força.
“Ela era muito estúpida em pedalar na Paulista, tinha mesmo que morrer!”
Essa é só uma várias mensagens na mesma linha que consegui ler sem vomitar. Me coloco no lugar da Julie e da sua família, fico imaginando se sou eu o presenteado pelo cobertor de alumínio. Já estou vendo alguns dos meus “odiadores” despejando suas opiniões, dizendo que eu merecia morrer mesmo. Agora imaginem meu filho, depois de perder o pai, ainda ter que ler uma mensagem dessa. Não dá para dizer que todos são assim, mas definitivamente há uma parcela considerável de pessoas que pensam dessa maneira.
Essas sim são pessoas perigosas, que nutrem um ódio irracional pelos ciclistas, pelo simples fato de estarmos em evidência. É claro que percebo que de uns anos para cá o comportamento da maioria dos motoristas mudou para melhor, mas também aumentou a quantidade de motoristas que não concordam com as leis, não acham correto dividir espaço conosco e muitas vezes motivados por matérias toscas e tendenciosas como essa (na integra para assinantes aqui), podem se sentir encorajados a tentar fazer (in)justiça com suas próprias mãos, nesse caso, com seu próprio volante.
Nem preciso ir muito longe, tem um tal de Silvio Pereira que enche meu saco desde que fui preso durante o WNBR de 2008. O cara não pode me ver dando uma entrevista na mídia para tentar me massacrar, chegando ao cúmulo de me acusar de querer tirar proveito da morte da Julie. Infelizmente não conheço pessoalmente essa figura que sonha em me “desmascarar”, como se fosse eu quem está se escondendo na internet. Mas ainda bem que as palavras deles são ditas sob a proteção do computador, pois ditas pessoalmente poderia significar uma tragédia.
Mas a estupidez humana não acaba aí, lembram daquele professor de Santos que estava fazendo um trabalho para provar que a bicicleta não é um meio de transporte? Pois bem, bastou saber da morte da Julie que voltou a atacar me mandando uma mensagem reforçando sua tese. Segundo ele, como a bicicleta não tem controle por parte do estado, não deve dividir espaços com motoristas. Já o ciclista que assim o faz deve ser responsabilizado por qualquer acidente.
Segundo ele, cidades como Londres, Paris, Dinamarca, apesar de não terem nenhum controle sobre as bicicletas, lá a bicicleta pode ser considerada um meio de transporte. O motivo não entendi direito, só porque eles tem uma melhor infraestrutura de mobilidade pública? Vai ver é porque eles são mais loiros e tem olhos mais azuis que nós, mas aqui no Brasil, onde tem mais gente andando de bicicleta do que de carro, não pode porque ele “acha” que não pode.
Segundo a tese dele, a Juliana tem que ser responsabilizada pela sua morte, pois ela estava errada em dividir a pista com os demais. Triste essa sordidez humana, para justificar uma tese absurda, que inclusive contraria as leis brasileiras, o indivíduo usa uma tragédia para se promover. O que ele quer? Retirar todos os ciclistas do Brasil das suas bicicletas para que eles passem a pagar para se locomover, seja usando o transporte público ou usando nossos poluidores carros de passeios.
Como estupidez pouca é bobagem, apesar de muitos não acreditarem, hoje temos pessoas de alto escalão na prefeitura fazendo o máximo que eles podem pelos ciclistas. Não darei os nomes das pessoas para preservá-los, até porque isso foi um papo pessoal, mas não é que essa pessoa recebeu uma ligação de outra importante autoridade do poder público dizendo o seguinte:
“Essa menina morreu por culpa sua, graças sua história de tentar incentivar essa molecada a pedalar!”
Estou péssimo, triste saber que vivo no mesmo planeta com pessoas tão desumanas. Como será que essas pessoas reagiriam caso uma tragédia como essa ocorresse em suas famílias? Como eles receberiam os comentários estúpidos dizendo que seus filhos ou filhas mereceram morrer? Pra que apostar na máxima de que “Coisas ruins só ocorrem na família dos outros”, torço para que continue assim para eles, pois não desejo essa dor ao meu maior inimigo.
Depois de tantas manifestações estúpidas, resolvi deixar aqui minha mensagem. Apesar do meu blog ser lido basicamente por ciclistas, gostaria mesmo é que essa mensagem chegasse a todos aqueles que lutam para erradicar as bicicletas das ruas como se elas fossem pragas:
Se você “acha” que eu não devo pedalar, que lute para mudar as leis do país que você vive e não use o seu achismo para justificar o uso do seu veículo como arma para cima de mim. Eu não acho correto as pessoas dirigirem veículos que poluem, não acho correto dirigir veículos motorizados barulhentos e em velocidades altas que atentam a vida humana, mas nem por isso eu tento impedir as pessoas de usufruírem do seu direito de dirigir um carro.
No máximo peço para que o façam com prudência, como manda a lei. Não consigo entender como alguém pode se incomodar em dividir espaço com outro ser não motorizado na rua, entendam de uma vez por todas, a rua é de todos e IPVA significa imposto sobre propriedade de veículo e não de PROPRIEDADE DA RUA!
Eu pedalo porque eu quero, porque me faz bem e principalmente PORQUE É MEU DIREITO! Pedalar me faz muito bem mesmo, graças à bicicleta consigo sair de casa mesmo sem dinheiro. Graças à bicicleta, sequer tenho plano de saúde. Graças à bicicleta já me livrei há anos do sofrimento que é pagar o IPVA. Graças à bicicleta tenho praticamente o mesmo corpo que eu tinha com 20 anos. E graças à bicicleta não tenho problemas de impotência como o que ocorre com alguns amigos da mesma idade que não pedalam e levam uma vida sedentária (o carro com certeza ajuda nesse padrão de vida que eles escolheram).
E o mais importante, graças a bicicleta eu acabo ajudando outras pessoas a pedalarem, a vivenciar a mesma experiência de liberdade que sinto diariamente. É bom saber também que de alguma forma acabo ajudando a diminuir o número de carros as ruas. Uma diminuição que ajuda a reduzir o número de mortes causadas pela poluição, acidentes e até mesmo pelo stress e sedentarismo que o uso do carro proporciona.
Isso sem falar na transformação que ocorre na maioria dos motoristas que passam pela experiência de se ver sobre uma bicicleta. Quem daqui não passou a agir de forma mais prudente, ao guiar seu carro, após a experiência de um dia de pedal na Ciclofaixa, numa cicloviagem? Não tem melhor maneira de tirarmos o manto da invisibilidade dos ciclistas do que colocando motoristas sobre uma bicicleta.
Mas e quando perdemos alguém importante? Sempre que um ciclista morre eu fico destruído, mas se existe algo para me confortar é saber que enquanto em 2005 tivemos 93 ciclistas mortos no trânsito, no ano passado esse número foi de 49, em tese mais de 40 famílias deixaram de chorar porque hoje está mais seguro para se pedalar.
Estamos longe do ideal, mas inegável dizer que não melhorou de uns anos para cá, por isso que vemos tantas pessoas pedalando hoje em dia e não apenas a classe média, mas principalmente o povão que esta descobrindo uma excelente alternativa ao busão caro e cheio. Vivemos um momento de transição e esses momentos sempre serão tensos e difíceis, até porque há um número substancial de pessoas que não querem perder a falsa sensação de poder que o carro lhes proporciona.
Fico feliz em ver que nossa cidade hoje está mil vezes melhor para se pedalar, fico feliz em ver uma galera da prefeitura se desdobrando para (na velocidade deles) fazer algo pela bike na cidade, fico feliz em ver uns mil ciclistas se reunindo com poucas horas de mobilização, para homenagear a Juliana, fico feliz em ver uns 500 ciclistas pelo menos encarando a pé aquela tempestade que caiu sobre nós. A mesma tempestade que nos visitou três anos antes, quando estávamos a 200 metros do local, chorando a perda da querida Márcia Prado.
A única coisa que irei concordar com esses intolerantes é que há riscos em se pedalar. Mas haver riscos em pedalar não significa que pedalar é perigoso, que a bicicleta é perigosa. O Ciclista é FRÁGIL, como o pedestre também é frágil. Dirigir de forma imprudente é perigoso, já pedalar não.
Por isso vou continuar pedalando, vou continuar lutando para uma cidade mais justa, não apenas com o ciclista, mas com todo mundo que não se desloca de carro, até porque para os motoristas essa cidade já é boa até demais.
Mas não quero mais mártires, não quero mais ver nenhum ciclista (conhecido ou não) perder sua vida nesse trânsito que já foi muito mais assassino do que é hoje, mas sou realista e sei que isso poderá ocorrer durante esse período de transição. Mas o que podemos fazer?
Quero ver essa cidade continuar mudando para melhor, de preferência sem mais mortes estúpidas, por isso o apelo a todos, inclusive àqueles que não querem que a gente pedale. Deixem a gente pedalar, nos deixem exercer nosso direito com segurança, até porque a maioria das mortes de ciclistas podem ser evitadas pelos veículos maiores.
E ciclistas, não vamos deixar de pedalar, sabemos que com menos ciclistas nas ruas elas ficam mais perigosas para nós e não dêem voz a aqueles que alegam existir uma guerra entre ciclistas e motoristas, sabemos que isso não existe. Você que acha que a maioria dos motoristas não nos respeitam, passe a prestar atenção, comece a contar quantos motoristas tomam atitudes protecionistas e relação a nós, vai se surpreender com o resultado.
Os bons são maioria, pessoas de bem querem viver em paz, vamos nos unir àqueles que querem conviver pacificamente conosco no trânsito. Todos têm o direito de escolherem sua forma de se deslocar. Se a pessoa quer dirigir, problema dele, pois se o fizer com prudência qual o problema?
Vamos continuar nos espelhando nos bons exemplos e continuar lutando para trazer “os que querem pedalar” para o nosso mundo, não vamos gastar energia com quem não quer pedalar. Como minha avó já dizia, “Pra que gastar vela com defunto ruim?”
Vamos também dar o exemplo, sei que as vezes é difícil conter nossa agressividade e revolta, mas vamos agir com a inteligência que falta a esses intolerantes, até porque somos nós os que mais tem a perder se entrarmos nesse clima de guerra que alguns querem criar.
Deixemos a raiva longe da bicicleta, vamos continuar pedalando com sorriso no rosto, pois é esse sorriso vai contagiar os potenciais ciclistas. Vamos levar a eles a coragem que os faltam para realizarem a mesma escolha que fizemos um dia e que hoje nos faz tão bem.
André Pasqualini
Oi André. Seu texto tá super fundamentado, sem dúvida vc tem seu ponto. Mas o seu texto também tem uma visão um pouco tendenciosa, e até entendo isso. Mas bike não é a alternativa diária pra maioria das pessoas em Sp; a cidade é muito grande, abafada, poluída, geograficamente acidentada; não é pra qualquer um ir e voltar do trampo todos os dias. Pra mim não rola pedalar 4km ida-volta trabalho nesse p.. calor, ou que seja no frio. Sou um m… por isso? Talvez pra alguns eu seja. Fico imaginando meu pai que mora em Sto Amaro e trabalha no centro de terno, faz como? Temos que ser realistas, não é uma alternativa tão eficaz quanto transporte público ESTRUTURADO.
Aqui vc diz: “Dirigir de forma imprudente é perigoso, já pedalar não.”
Aí mesmo vc já afirma que há ciclistas imprudentes, certo? Outro dia minha mãe estava saindo da garagem e não viu o rapaz vindo com tudo pela contra-mão, não houve perigo nessa imprudência?
Ela tomou um susto e conseguiu frear; poderia ter visto? Sim! Aliás, no reflexo ela viu. Mas ele veio rápido e na contra-mão. Complicado né? Acho que pedalar com imprudência pode ser perigoso até para os pedestres, eu mesmo já tirei fina de cara no pau de bike, na calçada.
Quero ressaltar que sou a favor de se desenvolver melhor o sistema viário visando ciclistas e me revolto com a atitude de motoristas desse tipo ignorante descontrolado, acho péssimo, mas não é prático desafogar a cidade (do que quer que seja, poluição, carros..) apenas com ciclovias. Temos que ter os pés no chão se queremos propor soluções sérias e efetivas.
Apoio que continue o movimento, mas vamos enxergar a coisa como um todo, por todos os seus lados, senão estaremos fazendo aquilo que criticamos, um “individualismo de causa”.
* sou 100% pedestre, usuário de bus/metrô
Me mostra em meu texto aonde eu digo que todo mundo tem que pedalar? Seu pai nunca vai andar de bicicleta, mas minha mãe nunca vai dirigir um carro, já se ela se sentisse segura, com certeza pedalaria. Minha causa é ajudar QUEM QUER a pedalar e não colocar uma bicicleta nas pernas de quem não quer, já deixei isso claro em diversos posts.
Ciclistas imprudente se mata, motorista imprudente pode matar alguém. Não vou dizer que nunca um ciclista matou alguém num atropelamento, mas as probabilidade disso ocorrer são ridículas perto das chances de um ciclista morrer quando é atropelado por um carro.
Se esse ciclista imprudente tivesse colidido com sua mãe ele se daria pior. Já se sua mãe ultrapassar um ciclista sem reduzir a velocidade e sem uma distância segura, o ciclista estará em risco e não sua mãe. Jamais vou aceitar alguém que tenta inverter a responsabilidade, o CTB diz que o maior sempre tem que proteger o menor. Eu sempre defendo em meus textos que temos que ter o máximo de cuidado com pedestres, já atropelei uma senhora que atravessou o farol vermelho, ela estava errada, mas eu tinha a obrigação de evitar a colisão, pois eu sou mais forte. Só não evitei pois no dia anterior havia pego uma forte chuva e meu freio não estava bom, portanto mesmo a senhora atravessando no vermelho, a culpa foi minha e ponto, não tenho o que discutir!
Você não pedala e não quer pedalar, tudo bem, eu respeito sua opção. Mas não vou admitir que alguém diga que eu não tenho o direito de pedalar. Hoje eu sai do Jabaquara as 10h00 da manhã, depois fui até o Parque Villa Lobos, de lá para a estação Paraíso e depois retornei para o Jabaquara. Pedalei acho que uns 40 quilômetros debaixo do sol forte. Foi sacrificante? Não muito pois já estou acostumado, até transpirei muito, mas não muito mais do que eu transpiraria caso estivesse de carro sem ar ou de transporte público. E não trocaria minha bicicleta por um carro ou pelo Transporte Público.
Mas repare bem no meu texto, eu não condeno quem usa o carro, sinceramente, se o cara quiser se fundir ao banco e ao volante do seu carro, o problema é dele, mas JAMAIS foi admitir que tentem me impedir de pedalar. Quando encontro aquele mar de carros atrapalhando meu deslocamento eu não reclamo, porque um motorista tem que reclamar (quando não tentar me agredir) por eu estar ocupando uma faixa tendo umas 3 para ele passar?
Preste mais atenção, meu texto foi sim um desabafo e de certa forma percebi que não sou o único que tem essa sensação.
Abs
André
No que eu falei nunca disse que vc ou qq outro não tem direito a pedalar. Se falei, eu que te peço pra me mostrar. Realmente vc não diz que todo mundo tem que trocar motor por pedal, vc fez um protesto pra respeitarem seu direito e falou sobre o que o desrespeito e ignorância podem causar, como a fatalidade com sua amiga. Interpretei de outro jeito, mas por outro lado vc insinua que é uma opção muito mais inteligente que o busão “caro e lotado” e coloca o carro como um vilão, que apesar de não ter direito de reclamar, não acha correto que se use esse transporte barulhento etc, sendo portanto tendencioso ao ponto de colocar como que, tudo bem o ciclista ser imprudente pois não se compara com imprudência ao volante. Se vc consegue pedalar suave 40km, isso é ótimo pra vc. Pode ser questão de costume ou pode não ser também, por motivos dos mais diversos a maioria das pessoas nunca fará esse trajeto, principalmente quem tem horários apertados ou não quer/pode chegar no trampo já precisando de um banho. Só porque se o ciclista tiver culpa numa colisão se “dará pior”, isso alivia o fato de ele agir com imprudência e andar na contra-mão? Veja bem isso, mesmo não se comparando com a imprudência atrás do volante, isso não dá o direto a ninguém de ser imprudente e colocar em riscos outras pessoas, isso se chama “respeitar”. Acho que todos tem que prestar atenção, inclusive a senhora que vc se acidentou. Nós vivemos no meio de milhões de pessoas, não podemos nos eximir da responsabilidade de atravessar no farol verde só pq o pedestre é mais fraco, a culpa é de quem está errado e pra isso servem as regras, senão vira uma zona. Não vou crucificar quem erra e não presta atenção, pois vacilar acontece, mas não dá pra se eximir da responsabilidade.
Sobre menos ignorância na direção, eu concordo 100%. As pessoas aqui são muito estressadas e descontam isso ou no volante ou de outra forma. Se eu tivesse de bike ACHO que não teria ficado discutindo com um motorista, mas pelo fato disso tirar minha atenção. Mas isso nunca vai justificar alguém jogar o veículo pra cima de uma pessoa, uma coisa horrível e muito lamentável, que tem que ser punida de acordo.
Quanto ao trânsito, eu quero transporte público planejado, com soluções eficientes de verdade para desafogar os carros das ruas e termos mais espaço e segurança para TODOS. Por exemplo, proibir caminhões nas marginais não resolve nada!
É mais ou menos o que eu penso,
Abs.
Vamos por partes:
1º) O carro é vilão sim: Não podemos negar, se o carro não poluísse poderiamos nos ater apenas ao mal uso do carro. Quando o carro não poluir mais (e ele só polui porque o mercado do petroleo aborta qualquer iniciativa do carro ser limpo) eu não vou mais chamá-lo de vilão.
2º) Sobre ciclistas imprudentes, leia esse artigo https://temporariositepe1.hospedagemdesites.ws/2011/06/20/os-ciclistas-e-as-calcadas/ e depois leia o outro no final dele. Verá que a maioria das infrações cometidas pelos ciclistas no trânsito não é por safadeza, mas porque ele considera isso uma forma de direção defensiva. Se nossas cidades fossem planejadas para os ciclistas, 90% das atuais infrações que os ciclistas cometem seriam desnecessárias.
Por isso que não foco apenas na educação do ciclista, eu vou é na causa da infração para que ele não tenha a necessidade de cometê-las. Diferente de muita gente (não digo que é o seu caso) que coloca o ciclista que pedala numa contramão no mesmo patamar de um Ricardo Neis. Da mesma forma que não vou chamar de assassino um motorista que as 3 da madrugada, para num semáforo vermelho, verifica se não vem ninguém e cruza a rua com medo de ser assaltado.
3º) Busão é caro sim e a bicicleta é uma excelente alternativa para um transporte público caro. No momento estou passando uns perrengues financeiros e se não fosse a bike eu não sairia de casa.
4º) Eu não encorajo as pessoas a pedalarem 40 quilômetros logo de cara, a não ser que ela queira muito fazer isso. Indico pequenos trajetos, até uma estação do Metro, se o trabalho esta num raio de 7 quilômetros. Mas depois que a bicicleta vira rotina na vida de “qualquer” pessoa, pedalar 20 quilometros até o seu destino (e voltar) não é nenhuma coisa impensável.
Finalizando, eu quero algo muito parecido com o que você quer, tenho minhas considerações sobre o carro e seu uso indevido e sobre a carrodependência que não é radicalismo, mas sim muito estudo e embasamento. Mas não tenho nada contra a pessoa que opta por se deslocar apenas de carro, só não concordo que ele se considere uma prioridade no trânsito, pois primeiro vem todo mundo, ônibus, bicicleta, pedestres e só depois deveriam ser suas prioridades.
Abs
Reinaldo Azevedo sobre as bicicletas…
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/fascisbikers-e-talibikers-voces-nao-me-intimidam-tirem-um-pouco-o-traseiro-do-selim-e-vao-estudar-democracia-submetam-se-a-constituicao/
Um cara que escreve que só vai aceitar comentários de quem concordar com a opinião dele nem merece atenção. Meu único medo é que ele acaba estimulando seus (literalmente) seguidores a usar suas armas motorizadas contra nós.
Ele é só o porta voz dos adoradores do PSDB. Nada sério.
ÓTIMO ARTIGO!
“Os cães ladram enquanto as bicicletas passam, porque a carruagem ficou lá atrás num congestionamento”
Thiago Gabriel Daher
Aplaudo de pé o seu desabafo. Não há mais o que dizer depois disso. Meus respeitos a todos que, como eu, morreram um pouquinho com a tragédia de sexta-feira.
Ontem na via Anchieta km 22,5 uma pedra de mais ou menos uns quinze centímetros de diâmetro quase me derrubou, se não fosse a minha pratica com o guidão e com a magrela eu poderia estar no cicloiso ( paraíso dos ciclistas).
O que isso tem a ver? E que eu trafego com minha magrela todos os dias mais ou menos no mesmo horário 7:00 inicio o trajeto no km 27,5 sentido são Bernardo até km 17:5, em frente a companhia da policia rodoviária tem um ponto de ônibus onde já presenciei varias vezes navalhadas de motoristas de ônibus quando vão retornar a pista, dias a traz fui levado até o meio da pista em paralelo com o ônibus quando já estava junto ao eixo dianteiro, eu tive que segurar para ele passar e eu retornar ao acostamento. Fique claro que quando comecei a ultrapassar esperei que ele me visualizasse, em outra ocasião o mesmo motorista alguns metros antes do ponto entrou na minha frente e brecou para parar no ponto, me fazendo balançar para poder parar pois na tive tempo nem de olhar para traz.
Conclusão se tiver que ser eu um mártir que seja, mas derrubado por uma pedra.
ai Andre muito bom o texto abraço um dia venceremos o desrespeito para com o proximo, como no tempo de grerra so morrendo pessoas para sermos enchergado mas que burrice abraço amigo fique com DEUS!!!
André, daqui de pernambuco te envio um abração, parabéns gostei muito do texto, diante desta tragedia que foi a morte da Ju, o negócio é enxugar as lagrimas e tocar a vida, e tentar descontrair, deixa este abestalhado pra lá, falando em descontração, agora em Maio proximo faço 60 anos pedalo desde os 6 anos e GRAÇAS A BICICLETA NÃO SOFRO DE IMPOTENCIA, kkkkkkkkkkkk, abração.
Andre, seu texto é ótimo. Outro dia estava comentando com meu irmão que ler nos fóruns dos jornais os mesmos argumentos toscos de sempre dava muita raiva, e que seria legal compilar uma lista de respostas para estes argumetos do tipo “nao paga IPVA” etc.
No entanto, esta sua abordagem ficou ótima, pois é bem menos confrontadora e muito mais concientizadora.
Vou tratar de passar este texto para um pessoal por aqui!
Um grande abraço,
David
André parabéns pelo post,suas palavras são as de milhares de ciclistas,ouvi muito disso que ela estava no lugar errado,infelizmente as tais pessoas que disseram isso não pedalam,então dá para imaginar os tipos de pessoas atraz de seus volantes né?Obrigado e continue na luta.Abs
Muito bom. Acho que quem pedala pela cidade acaba compartilhando essa visão.
Sábias palavras meu velho.
Me orgulho em saber que no movimento existam pessoas iguais a você, que com certeza fazem a diferença!
Bom pedal
Muito bem pensado! Pena que ao insistirmos em pedalar “nas grandes cidades e pequenas aplicações das leis”, ainda ouçamos gente que pedala pergurtando ao “sermos atropelados”, eu por culpa de um coletivo aqui em Porto Alegre, e sem ter sido socorrida novamente após o atropelamento, ouço assim ó: E agora que que tu aprendestes disto tudo? Só tenho a lamentar também que tenhamos pessoas interessadas em lutar e levantar bandeira em nome dos que se F… e a cada manifestação que fazemos em prol de mais segurança no trânsito e por mais aplicação de recursos para que as coisas progridam em prol de mais pessoas utilizando a bike, como meio de transporte, esportes ou cicloturismo tenhamos que ouvir absurdos e mais absurdos!
Parabens pelo texto. Sempre que acontece uma tragédia como essa (infelizmente acontece com certa frequencia) penso que é mais um motivo para pedalar. Não podemos deixar passar em branco ou nos intimidar. Sei que a grande maioria dos motoristas quer um ambiente saudável, não gosta do transito ou do stress e adoraria ver uma cidade mais amigável, e por isso quem tentar manter um convívio harmonioso com os carros, em geral irá conseguir. Mas confesso que quando sou agredido no trânsito (carros, motos, onibus e caminhões que se deslocam em alta velocidade projetando seus automoveis contra mim) não consigo mesmo ficar quieto. É uma minoria, mas que infelizmente não pdoeria ter o direito de dirigir.
Pra variar André,
disse tudo o que eu penso… Parabéns cara… me espelho muito em vc e seus pensamentos!