Muitos já devem saber do meu novo blog, o Bicicreteiro.org. Sim, com r mesmo. Minha principal motivação foi valorizar o ciclista mais humilde (que é maioria), muitas vezes discriminado até mesmo por outros ciclistas.
Ser “bicicreteiro” tem vários sentidos. No interior, é aquele cara que manja muito de bicicleta, o máximo de elogio que você pode receber. Sou bicicreteiro com orgulho, pois me identifico muito com a figura do especialista, com o mais humilde, já que, antes mesmo de adotar a bicicleta como estilo de vida, ela já era minha única opção de transporte.
Ao assumir de vez esse meu lado “bicicreteiro”, mudei meu modo de pedalar na cidade. Deixei de ver o trânsito como uma guerra, em que, para pedalar, teria de usar até armadura. Passei a encarar as pedaladas como algo simples e prático. Vou devagar para não transpirar, planejo minha rota evitando avenidas. Em grandes distâncias, integro minha magrela com o transporte público. Às vezes, uso o sistema de aluguel de bikes. Uso a bicicleta como usaria um carro. Você usaria luvas, capacete e roupas especiais para dirigir?
Buscando a praticidade, me inspirei nesses ciclistas que usam um caixote de plástico no bagageiro. Para tornar tudo mais prático, comprei um caixote e adaptei um sistema de engate rápido. Com um clique, coloco e retiro o caixote em dois segundos. Já usei no mercado, feira, carreguei sacos de cimentos e até outra bicicleta.
Mas, no meu primeiro dia com o caixote, num trajeto de 20 km, levei três finas. Numa delas, parei para conversar com o “monstrorista” e ficou claro que ele fez de propósito, apenas por me considerar mais um “bicicreteiro de m…”, e que talvez ele não fizesse isso se me julgasse um “ciclista de verdade”.
Imagino quantas pessoas foram assassinadas só porque um “monstrorista” resolveu fazer o papel de juiz. Semana passada, transcrevi o texto da minha amiga Falzoni, que sabiamente se colocou como praticante fervorosa do “não preconceito”. Quero seguir também essa religião e ficaria muito mais feliz se mais pessoas fizessem o mesmo, pois não é nada agradável estar na pele de alguém que sofre preconceito. Por isso, peço: pratique o não preconceito, pois ele pode fazer com que mais pessoas continuem pedalando, além de salvar vidas. E, por favor, respeite o meu caixote, tá?
Todas as terças escrevo para o Jornal Destak de São Paulo, na coluna “Seu Destak”. Clique e veja a coluna no site do Jornal.
Cara, também to super interessado “nesse sistema de engate rápido”.
Já faz um meio ano que prendi a caixa de plastico (igual a tua só que azul) na bike por um motivo em especial e desde então não tirei mais. É muito bom pra tudo.
Seria mais perfeito se conseguise tira e botar com mais facilidade.
manda o tutorial aí.
Tá com medo que alguém patenteie?
abraços
e o tutorial?! Morreu?!
Morreu não… Mudanças, correrias do Dia Sem Carro, internet só no celular e estou sem tempo para escrever… Mas assim que as coisas se ajeitarem eu mando bala no tutorial.
Ops corrigindo – aos “bicicleteiros” do cotidiano.
Muito bom! Principalmente a bandeira ao “Não preconceito” dos “bicicleteiros” do cotidiano.
Curiosa para ver o guia rs
Abraços,
Fernanda Cortez
Opa!
mais um que quer o tutorial!!
Ach oque as camisas de ciclista valem a pena… Eu transpiro d+ e usar uma camiseta de algodão não é uma boa ideia!
de resto… Tudo marretagem!
Um caixote! Como eu não pensei nisso! 🙂
Mas viu, vou com meu camelback mesmo. Uso sempre luva, óculos & capacete. Equipamentos de proteção individual. Sei lá, compra uma luva de serviços gerais, um óculos de proteção e um capacete de obra?
A luva para não arranhar a mão num tombo e para ter mais pegada.
O óculos para não ter que enfrentar fila no postinho de saúde para tirar cisco do fundo do olho.
E o capacete para manter a integridade da sua caixa craniana & proteger seu cérebro?
😀 Bacana o texto, a prosa, gostei!
Olá Tom,
Além de usar um capacete de pedreiro, uso também uma luva de pedreiro que comprei na loja de 1,99 e óculos por ser míope. Sou pobre mas não tenho a cabeça “dura”…rsrsrsr
Brincadeira a parte, o que fico é indignado uma luva de ciclista custar 100 paus, uma bermuda 90 paus, um óculos de ciclista 200 paus, selim de gel 65 paus, anti-furo 50 paus e capacetes de isopor 150 paus. É muito “paus” no c* do bicicReteiro. Isso é muito $$$ para um bicicReteiro. Aliado a falta de ciclovias ou ciclofaixas, monstroristas safados, etc.
Abraços e vamos pedalar a magrela!
O Tutorial virá completo galera… Até com o preço do que paguei nos equipamentos do sistema. Vou ver se consigo montar ainda essa semana.
Abraços
Opa, mais um interessado no tutorial!
Salve, André
Também fiquei interessado no sistema de encaixe do caixote. Tô no aguardo pelo tutorial =P
Abraços de Juiz de Fora, MG
Ótimo post!
Ou, fiquei muito curioso com esse “sistema de engate rápido”… como você fez? Às vezes levo coisas nas costas só pra não enfrentar a preguiça de amarrar tudo no bagageiro. E recentemente consegui um “caixote” mais simples, uma cesta de plástico daquelas de mercadinho. Já vem com alça e tudo. O único inconveniente dela, além da falta do engate rápido (hehehe), é usá-la para fazer compras na padaria e o caixa pensar que estou roubando uma das cestas deles…
Abração.
Puxa vida, estou vendo que vou ter que fazer um tutorial de como produzir esse engate rápido, pois não é o primeiro que me pergunta… rs
Mas vou preparar um post em breve explicando como funciona.
Abração
Com certeza André, também to aqui curioso pra saber com funciona hehehehe. Só não sei onde encontro essas caixas, tem algum lugar pra indicar?
[]s
E cade o Tutorial? também estou interessado em fazer uma bike caixote..gostaria de saber também a onde que eu posso comprar um caixote de plastico
Olá André,
Ser bicicreteiro não é fácil.
Em abril deste ano montei uma bike para minha mulher, como ela é baixa e andava numa GTK tamanho 17 resolvi montar uma do tamanho 13.5, pesquisei vários quadros nesse tamanho e encontrei uma da Canadian, fui a uma loja próxima a Fnac Pinheiros, perguntei para o dono da loja se tinha quadro Canadian, como ele só vende quadros caros o senhorzinho nem saiu do lugar para mostrar uma opção que ele tinha que custava o dobro da minha “Insano” que procurava, sai chateado pela discriminação, mas procurando pela internet encontrei uma loja em Pirituba (ciclobeto.com.br) e resolvi o meu problema com 60% do que gastaria por aqui em Pinheiros e com atendimento nota DEZ. Isso é preconceito de gente que vive e explora o próprio mercado de bicicletas.
Outro preconceito que vejo dentro do próprio meio ciclista é os chamados “ciclistas mauricinhos” em suas bikes Kona, Scott, etc. adotam os mesmos comportamentos dos “monstrorista” com suas possantes BMW, Audi, etc. Será que não posso pedalar sem ser desprezado em minha GTK “sem tradição” com minha mulher na sua Canadian “made in Brazil”?, ou pedalar sem vestir as calças, camisetas e luvas que custam metade do preço das minhas bikes?
Deixem os preconceitos de lado e me deixem pedalar com meu capacete de pedreiro em PAZ.