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Depois de chegar de noite em Mateiros, cansado pelos extenuantes dois dias da travessia de Ponte Alta até Mateiros, queria descansar mas tinha muito a fazer ainda, pois desejava ao menos, conhecer a Cachoeira Formiga e o Camping do Vicente.

No dia anterior encontrei, saindo das Dunas, o Flávio da NorteTur que tem receptivo de Palmas, com quatro turistas de São Paulo. Me ofereceram carona e até levar minhas malas, mas recusei pra variar. Depois os encontrei na Pizzaria do Carioca, onde já iria passar pois o proprietário havia me encontrado na estrada no dia anterior.

Lá ele me sugeriu ficar na Pousada Buriti em Mateiros, pois a dona poderia me apoiar na viagem como vários já fizeram e foi o que ocorreu.

No dia seguinte eles iriam fazer um trajeto parecido com o meu, Cachoeira da Formiga, Camping do Vicente e depois o Fervedouro Mumbuca. A diferença é que eu queria visitar a comunidade Mumbuca, um quilombola, onde surgiu o artesanato do Capim Dourado.

Parti tarde novamente, perto do meio dia e segui rumo a Cachoeira da Formiga. Seriam 25 kms na estrada principal mais 6 de desvio. Meu medo era ser de areião. Aqui no Jalapão, cascalho só na estrada principal, todos os acessos é areião.

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No caminho o Flávio e as meninas passaram por mim, nessa hora percebi o vacilo, poderia ir com eles até o Fervedouro e de lá seguir para a comunidade Mumbuca para voltar pedalando.

Cheguei no acesso a cachoeira e pra variar era de areião. Mas devido as chuvas ele estava “pedalável”, mesmo assim é muito desgastante. Quando cheguei na Cachoeira lá estavam eles. Me juntei ao grupo e curti essa belíssima cachoeira.

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A água tem esse tom de verde devido ao calcário do leito do rio. Diferente da maioria das cachoeiras que conheci, a água aqui não é gelada, você entra e se acostuma rapido com a temperatura. Dá pra ver detalhes do fundo e até os peixes na água. Alguns trechos são fundos e de fora dá a impressão de ser raso, mas não é.

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No dia anterior o Flávio havia me convidado a almoçar no Vicente, então aproveitei e pedi uma carona. Chegamos no Vicente e brindamos as belezas do Jalapão e as novas amizades. Na foto a Rose, Tereza, Flávio, Ana, Rute e eu.

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Depois de almoçar fui até o fundo do Camping do Vicente ver o rio Formiga, o mesmo da cachoeira que acabamos de visitar. De noite deve ser uma visão dos sonhos esse rio.

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Seu Vicente infelizmente não estava, mas seu filho, o “Junior” nos fez companhia e demos boas risadas. Se você passar por aqui, peça para o Vicentinho contar a história de quando seu pai, de moto, cruzou com um Lobo-Guará voltando para casa. Antes de ir embora mais uma foto para gravar pra sempre o encontro dessa turma.

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De lá seguimos para o Fervedouro Mumbuca que fica a uns 5 kms dalí e caminho para o Quilombola. Chegamos no fervedouro e novamente uma visão deslumbrante.

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O fervedouro nada mais é que uma nascente. Como já disse, a região do Jalapão é a segunda maior bacia hidrográfica do mundo, menor apenas que a região amazônica. As águas das chuvas formam os aquíferos subterrâneos que buscam os pontos mais frágeis do solo para expelirem a água.

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O Jalapão é uma região arenosa e até com muitos pontos de areia movediça. Quando um aquífero encontra esses sistemas mais frágeis, cria esses fervedouros, onde a água não “ferve”, mas verte criando um mini lago. A foto abaixo é da areia que parece “ferver” mas é apenas a força da água passando pelo ponto de areia mais frágil.

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Estou no meio do fervedouro, abaixo de mim um buraco com uns 10 metros por onde a água sai empurrando tudo para cima. O único trabalho que tenho é me equilibrar, mas não faço força nenhuma para não me afundar. É uma experiência muito maluca.

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Saímos do fervedouro meio tarde, até queria ir ao Mumbuca, mas teria que pedalar 10 kms ida e volta no areião. Desisti e resolvi pegar a carona pra Mateiros. No final acabei tendo um ótimo dia de turista.

A promessa é que certamente retornarei ao Jalapão. Tomara que, com meu filho e minha melhor companheira de viagem. Mas farei com o Flávio pois o cara manja muito de Jalapão, além de ser uma agradável companhia.

Mais um pico que visitei e me deixou com vontade de voltar. O Jalapão é um local único que todo mundo tem que conhecer um dia, não dá para morrer sem ter passado por aqui. Mas ainda não posso morrer, pois tenho uns 2000 kms ainda para desbravar até São Paulo.