A maioria das pessoas ao ver um problema, procura fazer um desvio e seguir em frente. Já outras, a minoria, ao avistar um problema tentará resolvê-lo. Enquanto essa pessoa busca uma solução, a maioria segue contornando, pois sabe que sua resolução é muito difícil, prefere seguir o caminho mais sofrido, pois na sua cabeça, eles precisam seguir em frente.

Entre aqueles que optaram pelo caminho difícil, enxergam oportunidades e passam a explorar os demais, criando dificuldades para tentar vender facilidades. Eles também observam com atenção aquela pessoa parada em frente ao problema. Sem se preocupar pois não acreditam que ele jamais irá resolver. Com isso seguem felizes pois conseguiram sucesso explorando o caos.

De repente, algumas pessoas que estavam no caminho, começam a observar essa pessoa parada e perguntam:

“Mas o que te leva a ficar aí parado tentando resolver o problema?”

Ela responde:

“Não está claro para vocês que o correto é seguir por aqui? Vejam como aqueles que optaram ir por ali estão sofrendo, alguns até perdem a vida por não ter outra opção. Pior é ver pessoas lucrando com isso, é revoltante. Sei que se muitos ajudarem conseguiremos resolver esse problema, mas enquanto isso não acontece, prefiro tentar, além do mais, não consigo aceitar que só posso ir por ali.”

O tempo passa, enquanto aquela pessoa está tentando resolver o problema, a maioria segue em frente, sofrendo, mas seguem. Alguns vislumbram que é possível resolver e param para ajudá-lo, outros ficam um tempo tentando, mas com as dificuldades e a uma pressão maior para seguir em frente, abandonam o problema vão pelo único caminho imposto.

Certa vez aqueles que estão ali tentando resolver (agora já não é apenas um) conseguem um grande progresso. Isso assustou aqueles que estão lucrando vendendo facilidades no caminho tortuoso e pela primeira vez tentam impedir que eles continuem evoluindo. Esse ataque apesar de motivar ainda mais alguns, faz com que outros fiquem receosos e com medo, abandonando os demais e seguindo tristes pelo caminho mais difícil.

Anos, décadas, séculos se passam, aqueles que optaram por parar e enfrentar o problema viraram especialistas no assunto, sabem exatamente o que fazer e já vislumbram um progresso, uma grande evolução. Mas alguns ficaram tempo demais parados, estão cansados e sem motivação para seguir. Dentre eles, um daqueles que está desde o começo, pensa, “Será que valeu a pena perder tanto tempo aqui parado?” Ele está cansado, sabe que seus anos de dedicação não foram em vão, mas todo aquele tempo teve um custo alto, custou a sua felicidade.

Hoje ele está sozinho, as pessoas que ele amou, que a princípio deram força para ele se dedicar em resolver o problema, não estão mais ao seu lado. Ele até tentou segui-los no caminho tortuoso, mas praticamente sucumbiu na primeira tentativa. Tenta voltar ao problema e vê várias pessoas ali se dedicando, percebe que com ou sem sua ajuda, em questão de tempo, logo o problema estará resolvido. Apesar de ter perdido tanto tempo, ter se doado tanto, não sente mais vontade de seguir o novo caminho.

Porque ele resolveu tentar enfrentar o problema? Porque não fez como a maioria e seguiu o tortuoso? Será que ele teria sido feliz? Sua mente é dominada por dúvidas e incertezas. Observando as pessoas no caminho difícil, vê que apesar do sofrimento, algumas pessoas parecem felizes. Mas ainda o incomoda ver que quem está no caminho difícil aceita passivamente algumas imposições que ele jamais aceitaria.

Hoje ele vê que sua escolha foi inevitável, devido sua natureza ele não havia outra opção. Mas ele não tem mais motivação, nem para seguir pelo caminho novo, nem pelo antigo. Será que existe um terceiro caminho? Será que existe um caminho para a felicidade? Ele não sabe.