6º dia, geralmente esse é o dia que precede o Day Off, dia que as pernas começam a fraquejar pedindo o descanso merecido. Eu já havia feito o Caminho da Fé e achei extremamente pesado, tanto é que numa conversa com o Almiro Grings, um dos idealizadores do Caminho da Fé, ele me disse que algumas pessoas dizem que estão fazendo o caminho como treinamento para o de Santiago. Ele respondia com propriedade “Você tem é que fazer o de Santiago para treinar, pois o Caminho da Fé é muito mais difícil”.

Não gosto muito de comparações entre qual é o melhor, mas realmente o Caminho da Fé pode ser considerado mais difícil principalmente porque é mais longo, mas eles tem muitas particularidades no quesito dificuldade, pois ambos tem dias de trechos tranqüilos e dias bem pesados, deixando uma grande descida para o último dia nos dois caminhos.

Na planilha que recebemos ao começar o Circuito do Vale Europeu, há um plano altimétrico de cada dia, com destaques coloridos nas subidas, marcando como amarelo as subidas fortes e em vermelho as “muito fortes”. Curiosamente nesse dia não havia nenhum destaque, mesmo assim não me iludi achando que seria um dia tranqüilo, pois cicloturista experiente sabe que trechos planos só no litoral ou em vales, pois em regiões de montanhas pode esquecer.

Para sairmos da pousada do Duwe, temos que atravessar a represa de Alto Cedros novamente. Até daria para ir por terra, mas com certeza, atravessar de barco é bem mais bonito. Remete a uma das minhas primeiras viagens de bicicleta, pelo Rio Tietê, quando terminamos nossa viagem de barco, saindo do Rio Tietê e entrando no Rio Paraná.

Depois do barco hora de pedalar, contornamos um trecho da Represa até encararmos de vez as montanhas, sabendo que estávamos a 600 metros e atingiríamos mais de 900 na metade do trajeto. De atrativos teríamos os portais da Fazenda Custódio Bona (que não é parente do nosso companheiro Bona) e a Cachoeira Formosa.

Novamente temos mais um dia onde não há nada no meio do trajeto, apenas algumas chácaras, grandes fazendas e grandes plantações de Pinus e Eucalíptos. Mas o visual não deixa de ser belo.

Também outro dia sem nada de sinal de celular, algo que iria ocorrer apenas num único ponto, nos Portais da Fazenda Custódio Bona. Local que rendeu a única “Twittada” em praticamente 3 dias.

Faltando 10 quilômetros para terminarmos a etapa, há um desvio com cerca de 1 quilômetro para a Cachoeira Formosa. Não há sinalização específica para a cachoeira, você tem que prestar atenção na quilometragem e na planilha apenas.

Quando o velocímetro marcar 30,7 quilômetros, há uma ponte a esquerda com uma porteira do outro lado. Cruze a ponte, a porteira e siga a direita por 1 quilômetro até uma fazenda. Pode atravessar a porteira e observe ao seu lado direito a primeira queda.

Depois de se banhar na cachoeira e conhecer a mini usina de geração de energia, volte novamente para a parte alta e caminhe mais alguns metros no sentido do rio para ter uma visão espetacular.

Uma belíssima cachoeira com cerca de 30 metros de altura, para onde toda aquela água do rio vai. Com certeza vale a pena realizar esse desvio para curtir esse visual.

De volta a estrada, pedalamos 3 quilômetros para começarmos uma longa descida até chegarmos a represa de Palmeiras, sinal que o trajeto do dia está quase no final.

Antes de chegarmos à pousada mais outra surpresa. Encontramos um pessoal fazendo uma manutenção numa colméia ao lado da estrada. Parece que as abelhas haviam feito um ninho num buraco na terra e eles estavam movendo as abelhas para o lugar certo. A Renata foi filmar e eu tirar fotos lá em cima e de brinde, não ganhamos ferroadas, e sim um pouco de mel.

Por fim chegamos na pousada do Distrito de Palmeiras com dia claro e sabendo que teríamos que dormir cedo e descansar bem, já que a última etapa seria a mais longa em distância e curta no quesito tempo, pois tínhamos vôo da volta marcado para o mesmo dia.

Veja as fotos desse dia no Facebook do Bicicreteiro.