Sempre me perguntam: “Qual é a melhor bike para praticar o Cicloturismo?”
Eu sempre respondo: “A que tem um ciclista em cima”
O cicloturismo é “literalmente” para qualquer um. Não há necessidade de ser atleta, de ter equipamentos caros, complicados, a prática do Cicloturismo, podemos dizer que é a forma mais justa socialmente, pois até quem tem muito pouca grana pode fazer.
Claro pelo meu estilo cicloturista de ser, onde o lema é “quanto pio, mio”, um bom equipamento e acessórios certos, não só podem como já facilitaram minha vida. Mas já fiz cicloviagens de “pneus veganos” (recheados com folhas de bananeira), já transformei minha bicicleta numa “single speed” devido a quebra de cambio, já pedalei com um toco de madeira no lugar do pedal, puxando o cabo de aço com a mão porque o manete de freio quebrou…
Todas essas roubadas, além de provar que tudo pode acontecer, também me mostraram o quanto pode ser simples a prática do Cicloturismo.
Certa vez meu amigo Albert (@cycloffee), durante uma Cicloviagem que realizamos até Ubatuba, disse que ainda iria fazer uma cicloviagem de Barra Forte, bermuda jeans e chinelo de dedo. Ele comprou a bike (na foto abaixo, temos a “Vida Louca” trabalhando num Pedal Verde) mas fazer uma cicloviagem de bermuda jeans e chinelo, até agora nada. Juro que esperei todo o tempo necessário para ele realizar essa viagem e se ele não fosse meu amigo, iria espalhar que ele comprou a bicicleta amarela por motivos óbvios.
Ocorre que surgiu no mês passado (julho de 2011) a oportunidade de fazer essa viagem. Estava em São Miguel Arcanjo (SP), passando uns dias com meu filho na casa de uns primos. Havia levado minha bicicleta urbana no ônibus para poder levar meu filho pra cima e pra baixo enquanto estivesse na cidade. Numa conversa com um dos primos, ele começou a falar dos benefícios e praticidade da Barra Forte, algo que já havia constatado a primeira vez que a pedalei.
Em 2010 realizei um trabalho para a Caloi, tracei várias rotas urbanas e de cicloturismo para o site novo deles e como pagamento eu ganhei 3 bicicletas. A Two Niner, que acabei usando na minha viagem do Projeto Biomas, uma Caloi Strada (que ganhei por esse trabalho e não porque intermediei o apoio da Caloi no Intermodal como maldosamente espalharam por ai) e pedi também uma Barra Forte. Lembro que meu contato na Caloi até achou engraçado o meu pedido e mesmo assim me mandaram a bicicleta.
Quando pedi a Barra Forte, meu objetivo era realizar uma cicloviagem com ela e o momento não poderia ser melhor. Anos atrás havia presenteado um outro primo (na época com 11 anos e hoje com 16) com uma MTB. Hoje seu irmão mais novo está com 11 anos e pedala numa bicicleta aro 20 caindo aos pedaços, então decidi deixar minha bike urbana lá e levaria a Barra Forte para ele, pedalando é claro.
Durante o Projeto Biomas eu conheci o senhor Li Mendes, um cicloturista que saiu do Rio Grande do Sul, pedalou até o Oiapoque. O encontrei perto de Sinop, no Mato Grosso, voltando para o sul com destino a Ponta Porã. Tudo isso com uma Caloi Poti que é praticamente uma Barra Forte mas com a barra superior do quadro rebaixada. Ela tinha algumas alterações, trocou o guidão original por um mais alto, instalou uma suspensão dianteira, trocou os aros comuns por uns aeros e arrancou os paralamas que só atrapalham no caso de lama. Provavelmente todas essas modificações devem ter sido feitas durante a viagem.
Minha bicicleta terá poucas alterações, troquei os freios e coloquei um Vbrake (aqueles manetes de plásticos são assassinos), vou trocar as manoplas pois ninguém merece as originais e talvez troque o banco. Não sei ainda se compro um novo ou tiro o de outra bike pelo menos para fazer a viagem, mas ela vai praticamente assim, como saiu de fábrica.
O trajeto que farei não é nada simples (clique aqui para ver o mapa), serão uns 170 quilômetros e segundo o Bikely, irei subir quase 2000 metros. Como se eu subisse três vezes a Rodovia dos Imigrantes. Farei São Paulo a São Miguel em um dia só, portanto quero sair cedo para não chegar de noite, algo muito provável de ocorrer.
Mudanças de planos: Pretendia realizar essa viagem no dia 03 de setembro, mas por problemas físicos, acabei abortando a viagem, mas pretendo fazer em breve, ainda em setembro, mas num dia da semana, assim ficará mais fácil para a galera acompanhar a trip.
Aguarde que por aqui e pelo Twitter do @oBicicreteiro e pela página do Bicicreteiro no Facebook aviso o pessoal de quando irei realizar a viagem, mas garanto que será muito em breve.
Gostaria de saber se é possível instalar câmbio traseiro numa barraforte ou similar(há várias marcas vendendo bikes com ‘design’ idêntico e a mesma proposta)e ficar com 7 marchas(6 no câmbio traseiro e 1 no pedivela)?Tenho interesse em comprar 1 bike que tenha acessorios proprios pro uso urbano(bagageiro,paralama,refletor,etc)e que custe pouco,afinal,gostaria de usá-la 5x por semana no mínimo(ônibus lotado,nunca mais!!).Grato
Uma coisa que ainda não testei é instalar um Shimano Nexus (cambio interno no cubo) numa bike como essa. Acredito que seja possível, mas mesmo sem marchas, usaria uma bike dessa na cidade numa boa.
Como é a manutenção desse câmbio??Não seria menos custoso a instalação de um câmbio convencional?Era a esse que eu me referia,mas ao invés de combinar 3 coroas no pedivela e 6 atrás,ficar somente com 6 atrás e 1 na frente.Seria possível tal alteração numa barraforte?
Acho mais fácil colocar um cubo com cambio interno do que tentar colocar uma catraca, até porque essas bikes nao tem suporte para o Câmbio traseiro. E até onde eu sei, esses cambios são de fácil manutenção e muito confiáveis, eu apostaria neles numa boa.
O câmbio Shima Nexus com 3, ou mias velocidades cabe como uma luva nesta bicicleta.
A paz d Jesus, bicicreteiro…rsrs Gostei do “com orgulho”. Ando de bike a muito tempo, mas ainda não tinha pedalado um pouco mais longe. Um dia, andei 10km. Achei um máximo. Nunca mais parei. Tenho uma mountain bike e pretendo comprar uma barra circular usada pra ir ao trabalho. Pretendo deixar a “motoca” por uns dias da semana. Mas conta ai, vai! Vc recebe algum patrocionio ou ajuda para praticar o Cicloturismo? Vi q vc gosta quando é ruim mesmo. Bom turismo pra vc!!!
Hoje vivo da bicicleta, não tenho patrocínio específicos, mas os projetos que eu trabalho e apoios que recebo (como da Curtlo por exemplo) acabam me dando a possibilidade de realizar viagens. Não ganho mais do que ganharia se tivesse um trabalho convencional como tinha anos atrás, mas como bom cicloturista, aprendi que podemos viver com muito pouco e não troco essa minha vida pela que eu tinha anos atrás por nada nesse mundo.
mais como o aro naum entorto pq naum tem camera de ar so folhas secas
legal essa ideia parabens
vcs são fodas
Rapaz tô entrando nessa de ser ciclista e tô muitissimo ansioso pela chegada da minha caloi poti que vai esta chegando aqui em Belo Jardim PE dentro de uns 20 dias. Comprei essa por que acho que a manutenção é bem fácil, lembro que um amigo tinha uma bicileta com marcha que vivia quebrando, e meu objetivo e usa-la como meio de transporte aqui no interior. Mas ^tá surgindo na minha cabeça umas idéias meio malucas de ir até Machu Picho com ela.
A Barra Forte fica muito boa com o cubo Nexus 3v.
André, sou iniciante no ciclismo e gostaria de tirar uma dúvida: o que você acha da Barra Forte para deslocamento casa – trabalho – casa, com aproximadamente 22 km diários? Você acha possível colocar câmbio traseiro e dianteiro na Barra ou não precisa? Um abraço.
Bruno, leia o artigo. “Pneu Vegano” é uma brincadeira, inventaram esse nome depois que eu enchi um pneu da bike de um cara com folhas de bananeira porque não tinhamos mais como remendar o pneu. Por isso que inventaram esse nome pneu vegano. A primeira foto do post e minha enchendo o pneu com folhas secas.
Olá.
Eu estou a procura de pneus para bike’s que não utilize nada de origem animal
e um rapaz de uma comunidade do orkut me indicou o seu blog.Dizendo que já leu
uma postagem aqui sobre uma atleta vegetariana que utilizava pneus veganos
você poderia me informar quais são estes pneus ?
Muito obrigado.
É piada ou você não entendeu a brincadeira com o “pneu vegano”?
Velho eu não sei só me indicaram este blog
Bem legal este post. Gostaria de te acompanhar um dia destes, mas subir 2.000m é para quem já é pró, e eu ainda sou iniciante aprendendo a subir 100mts até a Paulista… Um dia eu chego lá!
Achei muito engraçada a história do pneu vegano, ri muito aqui!
Um grande abraço e boa viagem!
André, aproveitando que você mencionou bikes pra crianças, deixa eu te perguntar aqui: minhas filhas têm 10 e (quase) 8 anos, respectivamente. A mais velha tem uma Sundown aro 20, a outra uma Caloi aro 20. Mas, para voltar para casa, nós temos que subir uma ladeirinha boa, e as bikes delas não são lá essas coisas. Cada vez mais procuro usar com elas a bike como meio de transporte – para poluir menos e fazer exercício – só que fico pensando se as bikes delas são adequadas para transporte. Alguma dica para mim?
Oi Silvia, para migrar de bicicleta, não é a idade que conta e sim o tamanho das crianças. A criança tem que praticamente esticar a perna ao pedalar, se o joelho fica muito dobrado, com a altura do bando no limite, pode ser que ela já pode ir para uma 24.
Se você for de São Paulo, vá até a Ciclofaixa, no Parque das Bicicletas e pergunte para o pessoal da tenda do SOS Bike se já está na hora de trocar de bicicleta ou apenas fazer uns ajustes. Ou vá numa bike shop e faça a mesma pergunta.
Se tiver umas fotos das crianças pedalando, de lado que dê para ver, mande para bicicreteiro@gmail.com, pois olhando já dá pra ver se elas podem migrar para outra bike.
Abs
André
Tive uma Monareta contrapedal 🙂 minha segunda bike.
Concordo com o q vc fala: o q importa são as pernas; outro ponto é que com uma bicicleta básica vai sempre encontrar mecânico poraí afora.
Gostaria de entender essa ausência de marchas na Barra Forte, visto que é uma bike para transportar coisas pesadas no bagageiro.
E onde estão os freios desta amarelinha?
Mesmo sendo uma bike para carregar peso, dá pra encarar trechos com desníveis sem marcha e no plano, depois que embala, pode ser o peso que for, a relação dela é ótima.
Já a amarelinha é uma Barra Circular da Monark com freio contra-pedal. Tá lá, dá uma olhada com mais atenção.
Dizem que a Monark lançou a Barra Circular noas anos 50/60 e a Caloi foi de carona com a Barra Forte. Parece-me que no Carrefour e Lojas CEM ainda vendem a Barra Circular CP, que quer dizer contra-pedal.
Parabéns pelo site e pelas estórias.