No meio do texto tem a explicação para o título, mas vou começar me desculpando. Sei que foi um sacrilégio passar pela Chapada dos Veadeiros sem ficar um dia sequer, mas é que quero muito chegar em Brasília hoje. Além do mais, são vários os lugares que, com certeza, eu voltarei. Voltarei com meu filho e se possível, com minha melhor companheira de viagens.
Saí de Teresina as 8h30, não consegui acordar cedo devido ao cansaço. Medo de encarar tanta subida e não chegar de dia em São João da Aliança. Teresina está a 700 metros de altitude e sabia que pelo menos a 1200 eu subiria.
Logo no início uma forte subida e já estava a 1000 metros de altitude, mas ainda era pouco. A Chapada dos Veadeiros e toda essa região da Serra da Contenda e a Serra Dourada é a verdadeira caixa d’água do Centro-Oeste, vários dos principais rios da região nascem aqui. Portanto é fácil encontrar nascentes e riachos de águas cristalinas. Mais fácil ainda se você estiver de bike.
Subi muito, mil e cem, duzentos, trezentos. Atingi o ponto mais alto da Chapada (e da viagem) a 1539 metros.
Um detalhe, todas as placas informando os pontos turisticos estão viradas para quem vem do sul, ou seja, quem vem do norte que tenha olho na nuca. Se eu tivesse encontrado a entrada do Mirante Pouso Alto, com certeza teria subido, mas só via a placa depois que havia passado muito da entrada.
No alto da serra fiquei fugindo da chuva com sucesso, peguei poucos trechos planos, um sobe e desce constante e desgastante, até que finalmente avistei de cima do morro a cidade de Alto Paraíso.
Parei para almoçar na cidade, cheguei as 14 e fiquei lá por cerca de 2 horas, quando estava saindo conheci Antonio Toro, Colombiano que faz parte da Cicloexpedicion por Suramerica. A coincidência é que ele esteve em São Paulo quando a Renata Falzoni ganhou a Medalha José de Anchieta e me reconheceu por causa do vídeo que mandei para passarem na hora da cerimônia de entrega. Video que fiz em 3 Lagoas, durante essa viagem.
Se reparar na foto acima, dá para ver a enorme nuvem de chuva que estava em meu caminho, mas resolvi encarar assim mesmo pois logo atrás outra enorme nuvem de chuva se aproximava. Quando já estava na estrada, percebi que essa era uma nuvem de raios e logo vi um clarão. Contei e depois de 10 segundos lá veio o barulho do trovão.
Isso quer dizer que os raios estavam perto, na estrada não havia nenhum local para me proteger, estava molhado e confiando no fato dos pneus de borracha me isolarem, mas lembrei que estava usando pedal clip. Nunca fiquei sabendo de um ciclista atingido por um raio e não queria ser o primeiro.
De repente outro raio, esse ocorre muito perto de mim, num campo aberto vejo o raio atingir o chão a menos de 1 km de mim. Bateu o desespero, a chuva estava ao meu lado e apertei muito o pedal, nem a cachorrada fez eu pedalar tanto, até que consegui me afastar bem daquela nuvem e me senti mais seguro.
Ainda pedalei uns 20 kms pegando chuva, até que o tempo secou e consegui pedalar com mais tranquilidade. Depois de Alto Paraíso peguei muita descida e colinas mais leves. Meu destino era São João da Aliança a 150 kms de Brasília, daqui pra frente me despeço da Chapada e encaro muitas fazendas.
Cheguei bem no comecinho da noite em São João e fiquei muito feliz ao ver um outdoor enorme na entrada da cidade. Em toda minha viagem, não vi nada parecido, nem nas capitais.
Faltando dois quilômetros para a cidade, parou ao meu lado um carro para perguntar de onde eu vinha, era o Mauro e uns amigos. Me convidaram para comer um peixe que eles haviam acabado de pescar. Cheguei na cidade e fui até o bar do Paulo, lá jantei com o pessoal e conheci pessoas maravilhosas como a Marisa, o Cleber, Geraldo e mais um monte de gente bacana que me proporcionaram uma agradável noite.
Agora estou indo para Brasília onde pretendo passar o final de semana. Espero rever meus amigos, bater bons papos e ter mais um fim de semana agradável. Por isso já convido a galera do pedal de Brasília, da Bicicletada e dos demais grupos a me procurarem. Agora é tocar forte e tentar chegar antes de escurecer na cidade, pois já pedalei em Brasília e sei que a galera corre demais, espero chegar inteiro na Capital Federal. Até mais.
parabens amigo maguinifico isso espero um dia poder pedalar com vc nessaa aventuras to teinando pra isso te abraço fique com deus !!
Parabéns irmão, muito legal a sua pedalada! Tenho muito vontade de fazer uma dessas mais ainda não tive coragem. Espero ainda poder fazer uma dessas! Grande abraços e boa sorte sempre
Parabéns pela experiencia! E que lugar hein!
André,
Quantas emoções heim?
Parabéns e força no pedal!
Foge dos raios!!
Highlander!
A nuvem estava a 3 km e meio, perigosíssimo, já fui em um trabalho de campo procurar fulguritos, não achamos os tais mas achamos o boné do cara que morreu um dia antes. Foi perto daqui, em um bairro de Jacareí. Achamos um cara que ouviu o raio, olhou na janela e viu o CICLISTA, um pedreiro caído no chão, mais ou menos a uns trezentos metros de distância, quando chegou nele ele não respirava… o pior é que se fizer ressuscitação cardio-respiratória, o famoso boca-a-boca e massagem no peito, as vezes o cara revive. O raio passou por fora dele, o boné estava literalmente explodido, com várias costuras rasgadas. A BORRACHA DO PNEU DA BIKE NÃO ADIANTA NADA , para as voltagens e tensões de um raio; mais detalhes google “ELAT”. Abraço & Take Care!!! 😉
São as pessoas que colocam cor na história. boa volta!!!