Dormi muito mal, estou com uma dor nas costas que preocupa. Não parece muscular, fica na parte de baixo e esquerda das costas, parece bem interna. As vezes doi ao respirar. Durante o dia é bem mais suportável, já a noite é de matar. Se não melhorar até Cuiabá terei que ir no médico.

Noite mal dormida fez eu acordar cedo, comi um miojo no café da manhã e logo peguei a estrada, pois a próxima fazenda estava bem longe.

Logo na saída mais um areião desgraçado, haviam várias pistas e nenhuma dava para pedalar. Então entrei pra dentro do Cerrado e fiquei pedalando entre as árvores. Desvia daqui, corta dali e quando vi a distância para o próximo ponto  só aumentava. Ou seja, estava voltando.

Nessa hora o GPS me ajudou pois com certeza me perderia no meio daquele mar de areia.

Mais um trecho longo sem fazendas de apoio no meio. O tempo estava novamente colaborando, não era o frio do dia anterior, mas em compensação nada de sol. A próxima fazenda estava a 50 kms e o dia prometia.

No meio do caminho encontrei uns lobinhos tomando água numa poça na estrada, a natureza sempre viva.

Esse foi um dia com poucas fotos, infelizmente, mas com uma preocupação danada para chegar na fazenda antes do anoitecer. Consegui achar uma casa abandonada e lá havia umas fogueiras, provavelmente era ponto de pouso de comitivas.

Havia um poço nessa fazenda, fiz meu almoço ali, peguei água do poço e pra garantir joguei uns clorins na água e deixei agindo enquanto comia. A água estava potável e cristalina, mas havia um monte de sujeira boiando. Peguei uma camiseta e usei como filtro para poder colocar a água no garrafão e mandei ver.

O Yanko e seu amigo se perderam nesse dia e tiveram que acampar na estrada, tentei fazer um caminho diferente e acabei me perdendo também. Então começou uma correria, a fazenda estava a 10 kms de mim e entrei para umaa estrada que pelo gmaps parecia ser um grande lago ou pasto, mas havia uma floresta me separando do meu destino.

Até que encontrei uma cerca nova atravessando meu caminho, com uma picada cortando a mata fechada. Mas como queria ir sempre pra frente, me arrisquei e tentei atravessar a mata. Impossível, direto encontrava um mar dessas “unhas de gato”, parece com as babosas, cheias de espinhos e nem me arriscava pedalar pois já tive um pneu furado com essas plantas.

Resolvi voltar mais de 1 km e procurar novamente a cerca, até que achei, segui até o final e encontrei um imenso pasto aberto para me levar até a direção da fazenda.

Depois de uma hora encontrei a fazenda e aí foi só curtir o por do sol e descansar para o próximo dia, pois esse rendeu, com mais de 50 kms de pedal.