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Primeiro dia de descanso total da viagem, descanso meio forçado, pois devido ao tempo ruim e a boa previsão para os próximos dias, resolvemos ficar mais um dia em Cambará do Sul, esperando boas condições de teto.

Ficamos na pousada Simone, 30 reais por cabeça, local simples mas confortável, Cambará é a cidade que você deve ficar para conhecer a parte de cima dos Canions do Parque Aparados da Serra, você pode descer a serra e a partir da cidade de Praia Grande, desbravar o interior dos Canions.

Saímos por volta das 11h00 de Cambará, não saímos antes pois o tempo amanheceu frio, só depois das 10 é que o céu abriu de vez. De Cambará até a entrada do Parque são 17 kms. Eu queria ir no Canion Fortaleza, mas são 20 kms e não é possível ir de um Canion para o outro, sem voltar a Cambará, então decidi ir ao principal, Itaimbezinho.

A estrada é de terra, o trecho de asfalto tem menos de 1 km, nem dá para considerar. De lá teríamos que voltar na estrada uns 7 kms e pegar uma estrada de terra para sair na RS-020, mas em Cambara, um pessoal disse que dá para cortar por dentro do parque e sair bem a frente na 020.

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Chegamos no Parque e já fiquei feliz pois aqui o pessoal é vacinado contra a Bikefobia. São 6 reais por pessoa para entrar no parque mais os veículos, carro é uns 10 reais, motos e similares 3 reais. Só pagamos a entrada e de bike ainda podemos pedalar pelas trilhas do parque.

Entramos pedalando e fomos até a administração, lá conversamos com o Kempes e ele liberou nossa travessia pelo parque quando fossêmos embora, muito legal mesmo o apoio e o bom senso deles.

São duas trilhas, uma curta de 500 metros, a mais visitada e outra mais longa, de 3 mil metros, fomos de bike para essa trilha pois de lá era só seguir em frente que sairíamos na rodovia.

A primeira trilha já é muito bonita, bem sinalizada, com vários mirantes e um visual maravilhoso. Canions com uns 300 metros de despenhadeiro, embora o parque inteiro tenha canions maiores, de até 1000 metros, aqueles alí não deixam de ser impressionantes.

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Percorremos a trilha mais curta a pé e deixamos nossas bikes do lado da administração, nem me preocupei em trancar a bike, fui na confiança e para variar, ninguém tocou nas bicicletas.

Voltamos para a administração, pegamos as magrelas e seguimos para a outra trilha que também tem um visual imponente, muito lindo.

Tiramos várias fotos, nesse outro mirante o Bertrand e a Vanessa fizeram uma pequena entrevista comigo para o documentário que eles estão produzindo. Falei sobre a bicicleta no Brasil, um pouco da minha luta por melhorias e valorização do ciclista, espero que a galera do Canadá tenha uma visão mais próxima da realidade sobre o nosso Brasil.

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Percorremos um pouco mais da trilhal sempre na beira dos precipícios, tirando uma foto mais bela que a outra.

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Depois seguímos pela estrada, atravessamos uma porteira que é o limite até onde os visitantes podem ir e rumamos até a guarita. Já eram 17h00 e tinhamos menos de uma hora de sol, assim que passássemos a guarita nós começaríamos a procurar lugar para acampar.

Na guarita descobrimos que mesmo após a cancela, ainda estávamos em área do parque, portanto não poderíamos acampar, mas o guarda nos disse para pedalar uns 2 kms, até a primeira estrada a direita, onde haveria uma casa e nos deixariam acampar.

Seguimos em frente e encontramos uma estrada bem cascalhada, atravessamos uma simbra (porteira de arame) e encontramos uma longa descida, mas nenhuma casa no horizonte. Se descêssemos e não achássemos a casa, iríamos acampar ali mesmo e não deu outra. Lá em baixo a estrada sumia antes de um córrego e armamos nossa barraca atrás do morro.

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A lua crescente fazia sombra em mim, apesar do frio de lascar, não havia uma nuvem no céu, inteiramente estrelado. Sob esse céu fizemos uma sopa no pão, queríamos comer uma sopa em Cambará, como estava muito caro, compramos um sopão, um pão sovado no mercado (não tinha italiano) e improvisamos. Usei o resto de um pão que comprei há 3 dias e funcionou, comi toda a sopa e todo o pão.

Agora estamos entrando na reta final do Financiamento Coletivo do meu livro. Peço novamente a ajuda de vocês, a partir de 20 reais já dá ajudar. Se ainda não ajudou, vamos lá, entre na página do Catarse e colabore, até o dia 30 preciso atingir essa meta e acredito muito na ajuda dessa galera que há tempos me acompanha.

André Pasqualini