A lei é clara, o ciclista não pode andar na calçada a não ser desmontado, vejam o dizem os artigos 59, 68 e 255 do CTB (Código de Trânsito Brasileiro):
Art. 255. Conduzir bicicleta em passeios onde não seja permitida a circulação desta, ou de forma agressiva, em desacordo com o disposto no parágrafo único do art. 59:
Infração – média;
Penalidade – multa;
Medida administrativa – remoção da bicicleta, mediante recibo para o pagamento da multa.
Art. 59. Desde que autorizado e devidamente sinalizado pelo órgão ou entidade com circunscrição sobre a via, será permitida a circulação de bicicletas nos passeios.
Art. 68. É assegurada ao pedestre a utilização dos passeios ou passagens apropriadas das vias urbanas e dos acostamentos das vias rurais para circulação, podendo a autoridade competente permitir a utilização de parte da calçada para outros fins, desde que não seja prejudicial ao fluxo de pedestres.
§ 1º O ciclista desmontado empurrando a bicicleta equipara-se ao pedestre em direitos e deveres.
Isso é o que a lei manda, mas agora vamos aos fatos, há o cumprimento natural dessa lei? Obviamente que não, é muito comum vermos ciclistas nas calçadas de diversas vias e são raras as calçadas (passeios) onde há alguma sinalização, seja permitindo ou proibindo.
Há uma corrente entre os ciclistas defendendo que devemos respeitar “todas” as leis do CTB, acompanhado de uma lógica de que é necessário respeitarmos as leis para sermos respeitados. Tem algum fundamento, mas há um segundo fator que muitas vezes é esquecido por esses mesmos ciclistas, que é o fato de que em praticamente nenhuma cidade brasileira, o sistema viário é construído e organizado pensando na lógica de deslocamento do ciclista, tão pouco de acordo com os artigos, 21 e 24 do CTB:
Art. 21. Compete aos órgãos e entidades executivos rodoviários da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, no âmbito de sua circunscrição:
II – planejar, projetar, regulamentar e operar o trânsito de veículos, de pedestres e de animais, e promover o desenvolvimento da circulação e da segurança de ciclistas;
Art. 24. Compete aos órgãos e entidades executivos de trânsito dos Municípios, no âmbito de sua circunscrição:
II – planejar, projetar, regulamentar e operar o trânsito de veículos, de pedestres e de animais, e promover o desenvolvimento da circulação e da segurança de ciclistas;
A única cidade brasileira (de meu conhecimento) que tenta considerar o ciclista como um veículo é Sorocaba. Descarto as que apenas construíram uma ciclovia aqui ou ali com o objetivo de que os ciclistas não atrapalhem os carros, uma cidade que faz isso não podemos considerar que ela promova o uso da bicicleta. O que eu mais vejo em cidades que possuem alguma infraestrutura cicloviária, são tentativas de confinar o ciclista longe dos carros, muitas vezes colocando em situação pior do que se ele dividisse espaço com os carros, um bom exemplo é Três Lagoas, onde o ciclista não tem que dar preferência ao pedestre mas sim ao carro.
O principal motivo desse blog se chamar “O Bicicreteiro” é como uma forma de defender aqueles ciclistas mais humildes, que tem pouca voz e criaram suas próprias regras de sobrevivência em nossas cidades. Eu sou da periferia, atualmente moro nela e também possuo minhas regras de sobrevivência. Entre elas está pedalar na calçada em alguns trechos do meu trajeto, algo que faço sem a menor culpa.
Mas isso raramente ocorre quando estou dentro do Centro Expandido de São Paulo, o que eu considero outra cidade, outra realidade. Dentro dessa “área de proteção”, dificilmente sinto a necessidade de pedalar em calçadas, a não ser nos calçadões do centro, mas nos calçadões, se carros podem trafegar, porque não as bicicletas?
Certa vez, meses antes da inauguração da Ciclovia da Marginal Pinheiros, fiz uma contagem de ciclistas sobre a Ponte João Dias, na Zona Sul. Fiquei por duas horas, entre 6h30 e 8h30, registrando todos os ciclistas que por lá passaram. Vi ciclistas atravessando a ponte de três maneiras.
A primeira “dentro da lei”, seguindo pela ponte no mesmo sentido que os demais veículos. Na minha contagem, em duas horas, 27 ciclistas fizeram sua travessia assim.
No vídeo abaixo você consegue ter uma idéia de como é a travessia do ciclista da forma correta.
Outro modo de atravessar a ponte, é pela contramão e 51 ciclistas escolheram esse maneira.
Já pela calçada, junto com os pedestres, 50 ciclistas assim o fizeram, alguns empurrando, como manda a lei, mas a maioria pedalando.
Para ver todas as fotos que eu tirei, clique nesse link.
Vendo essa situação fica fácil entender o porque cada ciclista faz a sua escolha. Os que optaram em seguir a lei, na maioria das vezes eram ciclistas experientes e velozes, pois no trajeto até a ponte há 4 alças de acesso para os carros, sendo que dois deles estão numa subida, o ciclista tem que percorrer num “gás”.
O modo disparado mais seguro é pela calçada, note que algumas mulheres, crianças e pessoas mais idosas optam por essa forma de atravessar. Todos que cruzaram pela calçada, sem exceção, fizeram de forma lenta, sem colocar pressão nos pedestres, alguns percorreram toda a ponte atrás do pedestre e sequer pediram licença.
Já os pedestres, em nenhum momento percebi algum incomodo por parte deles, com a presença dos ciclistas na calçada. Alguns, ao perceberem o ciclista, se espremiam no canto facilitando a passagem, quando não se desculpavam. Outro detalhe, o ciclista sobre a bicicleta ocupava menos espaço na passagem do que empurrando, assim sendo, era melhor o ciclista se deslocar lentamente sobre a bicicleta do que empurrando, assim não atrapalhavam o pedestre que vinha no sentido contrário.
Como a travessia pela calçada é lenta, até pelo volume de pedestres, muitos optavam em ir pela via, na contramão. Apesar de duplamente errado e perigoso, na minha avaliação, devido ao baixo fluxo de carros no sentido, no horário, era a opção mais segura do que encarar a travessia pelas vias normais.
Vendo todas as minhas colocações, quem está correto? O ciclista da via normal, da calçada ou da contramão? Obviamente nenhum deles!
O correto seria o ciclista não precisar fazer essa “avaliação”, isso é papel do Governo (Estadual e Municipal) que tem a obrigação, de criar uma forma segura para o ciclista atravessar a ponte. Se o estado fizesse sua obrigação, o ciclista não seria obrigado a escolher a forma mais segura de realizar a travessia, muito menos cometer infrações de trânsito.
Ciclista na calçada é um problema? Eu não acho, há alguns ciclistas sim que abusam, mas eles são minoria. A maioria age como esses que eu observei na ponte, com calma e respeitando os pedestres. Aliás, na periferia é comum vermos ciclistas dividindo o espaço com os pedestres nas calçadas e nunca presenciei um pedestre reclamando, já nas calçadas dos Jardins… Aliás, na periferia, há uma percepção de que a bicicleta pode trafegar na calçada, portanto como há essa percepção de que nenhum dos dois estão errados, raramente há um conflito.
Há também algumas experiências de compartilhamento de espaço entre ciclistas e pedestres em São Paulo, um exemplo é a Ciclovia da Radial Leste. Nela há diversos trechos com esse compartilhamento, algumas vezes com muito mais pedestres do que ciclistas.
Alguém sabe por que no CTB existe a obrigatoriedade da Campainha na Bicicleta? É que durante a preparação do CTB, a princípio, o ciclista poderia pedalar nas calçadas e a campainha serviria para alertar o pedestre. No texto final do CTB acabaram proibindo as bicicletas nas calçadas (art.59), mas mantiveram a buzina.
Na minha avaliação, como ciclistas, devemos sim educar e levar conhecimento aos demais ciclistas, mas enquanto a bicicleta ainda passar desapercebida no planejamento urbano das nossas cidades, no máximo tentarei orientar e jamais tentarei impor que o ciclista siga as regras de trânsito a risca. Entre a lei e a sua segurança, sempre irei orientá-lo a fazer o mais seguro.
Por isso que sempre tento passar ao ciclista que é nossa obrigação proteger os mais fracos e se pedalarmos prestando atenção nos pedestres, mesmo quando dividirmos espaço com eles, seja lá onde for, as chances de um acidente com pedestres serão quase zero.
Também considero um erro proibir na lei que o ciclista pedale na calçada. A lei deveria autorizar o ciclista a pedalar na calçada, numa velocidade inferior a 6 km/h e apenas em algumas calçadas, onde realmente for inviável, ou houver uma opção melhor, aí sim pode ser proibido. Não adianta proibir numa ponte e obrigá-lo a pedalar por 10 quilômetros até a próxima. A proibição de bicicletas nas calçadas chega a ser impraticável, mais uma daquelas leis que não servem para nada.
Certo dia meu filho pediu para eu levá-lo para pedalar na rua com sua bicicleta nova. Ele tinha 3 anos e demos uma volta no quarteirão, com sua bicicleta aro 12 (de rodinhas) pela calçada. Pela lei, cometi uma infração e meu filho deveria ter sua bicicleta apreendida. Alguém me disse que o correto, seria pegar o meu filho e levá-lo a um lugar seguro, pois eu precisava dar o exemplo. Mas onde seria esse lugar seguro? Um parque? Como chegar a um parque sabendo que o mais próximo estava a três quilômetros de distância e eu não tenho um carro? E principalmente, qual é o perigo que meu filho, com sua bicicleta de rodinha, traz a algum pedestre na calçada?
Escrevi esse artigo para levantar o debate, não existe fórmula mágica para nada, ainda mais num país tão desigual como o nosso. Até mesmo as leis precisam evoluir, bicicleta na calçada, no meu modo de ver, está longe de ser um problema no qual devemos concentrar nossas forças, principalmente se nosso foco ficar no ciclista e não nos motivos que o levam a cometerem infrações. Sempre que um ciclista cometer uma infração de trânsito, antes de condená-lo, devemos no mínimo tentar nos colocar no lugar dele.
Quando escrevi o artigo “Porque os ciclistas cometem infrações de trânsito”, tentei demonstrar que, quando o ciclista for realmente considerado um modal no planejamento dos nossos sistemas cicloviários, a maioria das infrações que atualmente os ciclistas cometem serão desnecessária. Por isso minhas forças estão concentradas em resolver a causa e não o efeito.
André Pasqualini
Obs: A primeira foto é na Avenida Robert Kennedy, na Cidade Dutra, Zona Sul. Antes daquele ponto há uma Ciclovia na calçada que acaba sem aviso, obrigando o ciclista a pedalar na calçada em desacordo com a lei, até o recomeço da ciclovia mais adiante. Mais uma pergunta, quem está errado aí?
Cada dia está pior o desrespeito de ciclistas na calçada em São Paulo, Perfeito tome uma atitude por favor Aguardo
No inicio do seu texto vc colocou sobre a lei:
Art. 255. Conduzir bicicleta em passeios onde não seja permitida a circulação desta, ou de forma agressiva, em desacordo com o disposto no parágrafo único do art. 59
Não deveria então ter uma sinalização adequada dizendo que é proibido em determinada calçada andar de bicicleta? No meu entender, se não existe algo sinalizando que algo é proibido, então não é proibido. Ainda mais em São Paulo onde é muito pequena a estrutura para o ciclista se locomover com segurança. Outra coisa, ciclistas que vem com esse argumento de que se deve seguir o que esta na lei, para serem respeitados, não são os que utilizam bicicleta diariamente para trabalhar, senão saberiam como é perigoso ficar todo tempo nas ruas e avenidas, entre carros, motos e outros veículos mais pesados.
Há outros pontos que esqueci de mencionar. Um ciclista conta com pouquíssima proteção pessoal quando pedala, ao contrário de quem anda de carro ou de moto. Num carro, em caso de colisão você contará com a proteção da lataria do próprio veículo, que é projetada para absorver o máximo possível da energia gerada numa colisão, além do cinto de segurança e dos air bags. Os habitáculos dos carros são pensados para proteger seus ocupantes ao máximo em caso de acidentes. Motociclistas usam capacetes extremamen-te mais eficientes do que os capacetes usados por ciclistas, além de terem a opção de usarem casacos de couro, que conferem mais proteção ainda em caso de queda. Mas e os ciclistas, com o que eles contam como equipamento de proteção individual? Basica-mente, o capacete. Na prática, mais nada. Além do que, bicicletas não são projetadas e nem construídas para oferecerem algum grau de proteção em caso de colisão. Portanto, o ciclista é acima de tudo alguém indefeso no trânsito na rua. Ele está entre carros, motos, caminhões e ônibus. Ele é o mais fraco de todos, estando cercado por veículos que indi-vidualmente podem pesar várias toneladas. Diante disso, ele deveria ter, apenas para DIMINUIR a probabilidade de atropelamento, ciclovias ao seu dispor, pela peculiaridade de sua situação no trânsito. Ora, o número de ciclovias no Brasil é absurdamente baixo, isto quando não são ciclovias voltadas predominantemente para o lazer, como ocorre aqui no Rio de Janeiro. Não são ciclovias funcionais, não ajudam no deslocamento diário. Por-tanto, ao obrigar o ciclista a utilizar a mesma via que os veículos automotores o legislador considera em pé de igualdade veículos que na verdade são absolutamente desiguais. Quando o trânsito está fluindo bem, a velocidade dos carros poderá ser de 60 km/h ou até 90 km/h em ambiente urbano (isso quando os motoristas ainda respeitam a velocidade máxima permitida), ao passo que a bicicleta estará entre 20 km/h e 30 km/h, dependendo, é óbvio, das condições pessoais do ciclista. Então num mesmo espaço estarão veículos que jamais poderá ficar em pé de igualdade, seja em termos de segurança do ocupante, seja em termos de desempenho do próprio veículo (em caso de colisão com um ciclista, os ocupantes de um carro estarão 100% seguros, ao contrário do ciclista, que necessari-amente levará a pior). Assim, quando o CTN obriga o ciclista a utilizar a mesma via dos veículos automotores, o obriga a entrar numa briga absoluta e inapelavelmente desigual. Um ciclista que seja atingido por um veículo automotor tem poucas chances de sobrevi-vência, dependendo da velocidade do choque. Se sobreviver, provavelmente terá seque-las extremamente graves, muitas vezes irreversíveis. Como então a lei pode me obrigar a andar no mesmo lugar que estão ônibus, carros e caminhões? Ora, o que a lei está fa-zendo é OBRIGAR o ciclista a correr um risco infinitamente maior do que correria se esti-vesse pedalando na calçada. Alguém pode alegar que se o ciclista pedalar na calçada, quem corre risco é o pedestre. Bem, o pedestre pode até correr risco, há ciclistas que pedalam como loucos sobre as calçadas. Mas mesmo assim, se a ideia do legislador é preservar a integridade do pedestre, é preciso lembrar que uma colisão entre pedestre e cicilsta raramente será grave – eu disse raramente, não disse que não pode ocorrer – ao passo que uma colisão entre veículo automotor e bicicleta tem tudo para matar o ciclista. Assim, entre ferimentos leves num pedestre na calçada e um ciclista morto na rua, o legis-lador ficou com a segunda opção. O trânsito é uma atividade de risco inerente. Não existe trânsito sem perigo em lugar algum do mundo. O que a lógica e o bom senso impõem é que sejam adotadas formas de minimizar o risco de trafegar de um lado para o outro com o uso de veículos automotores ou movidos por força humana. E me parece que o risco MENOR é permitir o ciclista na calçada, já que evidentemente o acidente causado por um ciclista que atinja uma pessoa será quase que na totalidade das vezes muito menos grave que um acidente que consista na colisão de um carro, caminhão ou ônibus com uma bici-cleta. A opção do legislador brasileiro foi obrigar o ciclista correr o risco de morrer, já que este praticamente não conta com ciclovias e menos ainda com a cortesia dos motoristas. Sei muito bem do que falo. Cumprindo a lei, isto é, pedalando minha bike na rua e se-guindo todas as regras de trânsito sofri um grave acidente. Fui atropelado, ficando inter-nado em hospital e levando meses para me recuperar inteiramente. O motorista que me atropelou limitou-se a dizer que “não me viu” e ficou tudo por isso mesmo. Ou seja, cum-prir a lei de trânsito me custou muito caro. Depois muita gente reclama de mim quando ando de bicicleta na calçada, mesmo com todo o cuidado. Não quero saber se vou ser multado ou minha bicicleta será apreendida (medida que considero totalmente DESPRO-PORCIONAL, já que motoristas que trafegarem na contramão ou dirigirem a 200 Km/h em via urbana só pagarão multa, não terão seus veículos apreendidos). Prefiro pagar multa a obedecer uma legislação que me obriga a correr o risco de morrer só para não esbarrar eventualmente num pedestre. Não estou pregando que as pessoas desobedeçam a lei, estou apenas narrando o que aconteceu comigo por obedecer sempre a legislação de trânsito.
Nossos legisladores que elaboraram o Código de Trânsito aparentemente desconhecem a realidade brasileira. Não estamos na Holanda (o supremo paraíso dos ciclistas), na Bélgica, França etc. Estamos no Brasil, um país onde o número de ciclovias nas cidades é abaixo do ridículo, somado ao fato de que o motorista brasileiro não admite dividir a rua com ciclistas. Estes são considerados invasores, intrusos de um espaço que os motoristas consideram exclusivo e particular deles. O fato é que pedalar na rua é um perigo, podendo ocasionar a morte do ciclista, fato aliás corriqueiro nas grandes cidades. Moro no Rio de Janeiro e dificilmente ando de bicicleta pelas ruas devido ao perigo de ser atropelado. Motoristas de ônibus ou de carros particulares são extremamente hostis com os ciclistas: já perdi a conta de quantos “finos” levei de caminhões e ônibus e de quantas vezes fui XINGADO pelo simples fato de estar pedalando na rua, mesmo muito junto ao meio-fio. Repito, os motoristas têm a mentalidade de que a rua é propriedade deles e que qualquer bicicleta por ali não pode ser admitida. Por isso ando de bicicleta na calçada, mas o faço com todo o cuidado com os pedestres: ando devagar, sempre tomo o máximo cuidado com idosos e crianças. A lei não quer o ciclista na calçada mas a cidade não oferece ciclovias para que a proibição faça algum sentido. Ora, se eu, ciclista, não posso pedalar na calçada, é porque teoricamente há um outro lugar adequado a isto, certo? Mas não é qualquer trecho da cidade que tem ciclovia e ninguém pode ser compelido a arriscar a própria vida pedalando na rua. Nenhuma lei pode me obrigar a correr o risco de ser atropelado. Se não calçada não pode, então façam ciclovias por toda a parte. Não adianta proibir sem ao mesmo tempo dar alternativas. Obs. O brasileiro é mesmo esquisito. Conheço motoristas que não admitem ciclistas na rua, dizendo que o lugar deles é na calçada, mas ao mesmo tempo estacionam seus carros NA CALÇADA quando não encontram vaga. Interessante, não?
Onde moro (Niterói-RJ) há ruas e avenidas onde pedalar nelas equivale ao suicídio. Nesse caso específico prefiro desrespeitar a letra fria da lei e continuar vivo.
Fui atropelado duas vezes por bicicletas na calçada, uma quando descia em um ponto de ônibus, na calçada da Marginal tietê, e a outra na esquina com a Bras Leme e a voluntários da Pátria, e logicamente nas duas vezes não vi nem o que me atingiu. Se vocês acham que as vias não estão preparadas para atender carros e bicicleteiros, imaginem as calçadas.A diferença é que na rua a bicicleta é a mais frágil da história, na calçada é o pedestre. Eu estou perfeitamente saudável, gostaria de saber se no meu lugar fosse algum idoso ou criança que tivessem tomado as pancadas. Adoro bicicleta, mas para me proteger não posso arriscar a segurança dos outros.
Grato,
As cidades brasileiras cada vez mais estão se adensando e atraindo maior possibilidade de conflito modal !
A física explica, todo corpo em movimento tem risco !
Aproximar nos logradouros veículos pesados aos pesados, e leves aos leves que inclui os pedestres, um bom principio… CONVIVA !
Não temos espaço suficiente em nossa conurbada estrutura urbana para segregar modais !
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Concordo com vc que os órgão responsáveis não fazem a parte deles.O que adianta
fazer leis para o ciclista se não há pelo menos ciclovia?
Mas o brasileiro sempre vai encontrar motivos para não cumprir a lei,
isso é fato.Ele não opta pelo bom senso,ou seja,nas ruas põe em risco sua vida
e nas calçadas,a vida dos pedestres.
Abraço a todos.
Obrigado! Duend Urbano !
Só mais uma coisinha a tal lei de manter 1.5 mts de distancia do Ciclista é muito boa, e deveria ser usada, eu disse deveria, porque na prática não é e nem nunca será, eu explico porque!
Se for para manter o veiculo atrás da bike a 1.5 mts de distancia tudo bem ai dá, agora na lateral é complicado hein! Não sei no resto do pais, mas acho que não deva ser difrente aqui de SP, onde temos várias ruas estreitas e que comportam trafego nos dois sentidos, as vezes mal cabe um carro, quanto mais um Onibus ou um Caminhão, que quando passa já passa raspando a guia, se tiver um Ciclista andando na rua mas próximo a guia, e o veiculo for deixar os 1,5 mts de distancia na lateral, ele literalmente irá andar na contramão, isto é o que mais acontece.
A lei é boa e deveria ser aplicada mesmo! Deveria ter multa e tal, eu sou motorista durante a semana, adoraria ser Cicista 100% mas com a falta de segurança aqui em SP nas ruas, não dá! Só de fim de semana mesmo no lazer, mas mesmo antes da Bike e as Ciclofaixas estarem na MODA eu já andava, tanto de Bike como de carro e como motorista eu sempre respeitei os Ciclistas, hoje mais ainda , mas nem todos os motoristas compartilham da mesma idéia, pois nem todos andam ou gostam de bicileta, infelizmente, e as vezes alguns até gostariam de respeitar e cumprir as leis, mas não podem fazer nada devido ao caos do transito e a precariedade de algumas vias como comentei acima, estreitas, esburacadas, sem sinalização, fiscalização, conservação etc.
Não adianta o governo e a CET, encher o motorista de multa, colocar um monte de leis no papel, se na prática a infraestrutura das ruas não seja compativel, para que estas leis sejam cumpridas tanto por Motoristas quanto por Ciclistas! Aqui no Brasil muita, mas muita coisa tem de mudar mesmo, para dar certo! Os caras criam as leis e simplesmente não dão as devidas condições para que sejam cumpridas por todos que usam seja lá qual for o veiculo!
Este problema é mais um motivo claro de porque as vezes o Ciclista sobe a calçada! Vejam o que aconteceu comigo decendo uma rua destas próximo a minha casa!
Vinha eu decendo uma rua muito movimentada para poder chegar na Ciclovia, deci a rua no gás com minha bike, pois não vinha carro atrás, quando cheguei a mais da metade da rua, notei um vulto se aproximando bem rápido, naquele momento nem adiantava dar sinal, tocar campainha, dançar em cima da Bike etc. Simplesmente vi uma guia rebaixada e subi na calçada imediatamente saindo assim da rua, foi a conta de eu subir passou uma LOTAÇÃO e na sequencia um Onibus, só deu tempo de subir e sentir o vento dos dois passando, que chegou até a tremer a bike, agora eu pergunto e se eu não subo a calçada? Será que os educados motoristas iriam parar? E o tal 1,5 mts ia adiantar eu reclamar depois que estivesse voando sei eu lá pra onde? No minimo deveriam estar com a viagem atrasada! E nesta hora só deu para pensar em uma coisa CALÇADA VELHO!
Resultado, continuei tranquilo pela calçada até chegar no meu destino, hoje não deço mais esta rua nem a pau! Vou por uma paralela que não transita nem onibus e nem lotação, muito mais tranquila, agradável e muito mais segura, GENTE SEGURANÇA É TUDO! E NUNCA É DEMAIS! O CICLISTA NO TRANSITO É O MAIS EXPOSTO DE TODOS!
Ao invés de se discutir se pode se não pode, temos mais é que pedir uma lei de Calçada Compartilhada e pronto! Chega do Ciclista SÉRIO ser excluido dos lugares como se fosse uma doença!PEDESTRE PODE NÉ ANDAR NA CALÇADA, NA RUA, NA AVENIDA, NA CILOFAIXA, CICLOVIA, GRAMA DA PRAÇA, NA ENXENTE NA LUA…..PEDESTRE PODE TUDO, E O CICLISTA??? Não pode compartilhar uma misera calçada, sem ser marginalizado?
Ciclista se vc precisar da Calçada usa mesmo, lembre-se do pedestre compartilhando nossos espaços sem a menor cerimonia e ASTA LA VISTA BABY !
Bom pedal Duend! Bom pedal a todos! Abraços!
Valdemir ! Bom discernimento, bom pedal !
Só mais uma coisa que eu esqueci, para complementar o assunto e meu pensamento sobre Ciclista e Calçada!
O pedestre e as leis de Transito tinham na verdade era que serem mais justos com nós Ciclistas, somos muito menosprezados, e por causa de alguns Babacas que se dizem Ciclistas e ficam fazendo besteira nas calçadas, todos nós somos mal vistos pelos pedestres! Porém se tem o Cilcista mal educado na Calçada, tem o pedestre e o motorista mal educado na rua também !
Além disto partindo do presuposto que um pedestre pode compartilhar uma Ciclovia e uma Ciclofaixa, para fazer caminhada, cooper, andar de patins, patinete e skate, nada mais do que justo o Ciclista poder também compartilhar a calçada quando quiser, desde que seja EDUCADAMENTE respeitando o pedestre, que nem sempre respeita nossas Ciclovias e Ciclofaixas, andando em dupla as vezes em trio batendo papo, distraido com fone de ouvido e outras coisas!
Isto é para mostrar que só sobra tudo para o CIclista, agora o pedestre e o motorista nunca reconhecem os seus erros! Portanto amigos Ciclistas se vcs se virem numa situação de transito intenso, e por segurança a sua vida, só tiverem a calçada como opção, não tenham dúvidas USEM mesmo!
Se o pedestre pode e tem o direito de compartilhar nosso espaço, também temos o mesmo direito de compartilhar o deles!
Bom pedal a todos!
Oi ANDRÉ !
Entendi o que vc quis dizer, talvez eu tenha me expressado mal.
Claro que a Ciclovia não é a solução definitiva, tem realmente que ter um enorme e profundo planejamento cicloviario, mas que a Ciclovia ajuda bastante ela ajuda sim! Principalmente no mais importante o quesito segurança!
Ciclofaixa para se pedalar de fim de semana e feriado é bacana e tal para o povo se exercitar, mas sinseramente apenas coneis separando bicicletas de carro ,nunca achei lá esta idéia muito boa, mas enfim é uma forma de ter bicicletas e familias na rua, isto é bom!
Quando digo Ciclovias, eu imagino o seguinte se ao lado de cada rua principal pelo menos ou avenida tivesse uma Ciclovia, faixa,rua, sei lá como quiser chamar unica e exclusivamente para bicicletas, seria o ideal, mas realmente só para bicicletas mesmo, se neguinho fosse caminhar, fazer cooper etc como alguns fazem hoje, deveria ser proibido e se pego multado!
Então se houvesse este tipo de espaço, igual vemos nas imagens do Youtube sobre a Holanda por exemplo, onde as bicicletas transitam em suas próprias Ciclovias, ao lado dos carros e no sentido do transito, mas protegido, ou por uma calçada, acostamento de concreto, guardereio etc, com sinalização, semáfaro, e leis próprias , ai sim seria perfeito, seguro e organizado.
Agora esta utopia de Bike em harmonia junto dos carros, me desculpe, mas é SONHO aqui no Brasil, se até hoje, nós não conseguimos melhorar a educação de motorista x pedestre x taxista x motoqueiro x onibus x caminhoneiro, o que dirá x Ciclistas então???
Não adianta, a bicicleta é um meio de transporte ? Sim claro que é! Mas é o meio de transporte mais frágil que existe, em uma avenida se o sujeito estiver na hora do Rush e por infelicidade bater ou cair, já era! Para Moto que é um veiculo motorizada já é um Inferno disputar a rua imagina a Bike de igual para igual, só em Sonho mesmo.
Um bom exemplo é a Ciclovia da Radial Leste ( Caminho Verde ) para quem mora aqui em SP conhece bem, esta Ciclovia fica entre a avenida Radial Leste ( Uma das mais movimentadas e cruéis avenidas de SP ) e as estações de Metrô da linha Leste Oeste, ela simplesmente é uma maravilha, muito bem cuidada, limpa, seus jardins são bem cuidados e o visual é bonito mesmo, protegida em quase toda sua extensão por Guardereio, ou seja o Ciclista ali só tem uma coisa com que se preocupar PEDALAR mais nada! Era mais disto que eu queria, quando me refiro a Ciclovias é disto que estou falando.
Da minha casa que fica próxima ao Metrô Vila Matilde até o final da Ciclovia que é em Itaquera e onde está sendo construido estádio do Corinthians que abrigará a abertura da Copa do Mundo eu levo de 30 a 40 minutos pedalando numa boa, já pensou ir assistir a um jogo da Copa do Mundo de Bike!!!! Dixa a bicicleta no Biciletário do metro, e já está no estádio!!!, sem estress,sem me preocupar se um motorista TROGLODITA e NEURÓTICO vai me atropelar se um BUZÃO vai me jogar fora da rua, quer coisa melhor que isto? Eu não ! Ou melhor queria sim , mais e mais iniciativas como esta, isto sim vale a pena lutar, exigir!
Tudo bem que esta Ciclovia não é igual as da Holanda e outros paises e era um espaço de calçada ocioso que foi muito bem reaproveitado pela Prefeitura, mas é muito prática e bonita, trás tranquilidade para quem pedala, e o melhor liga vários bairros da minha região que eu posso ir e vir muito rápido!
Sinto muito os demais amigos Ciclistas que não concordam com este meu ponto de vista, e acham que a Bicicleta tem que ficar na rua disputando espaço com veiculos, eu prezo minha vida, se tiver que subir em uma calçada vou subir sim!
Outro dia li em um Blog ai na Internet, que nem me lembro agora de quem é , de tão estupido que achei, o sujeito dizia que Ciclista que não anda na rua e anda na calçada não é Ciclista é COVARDE! Bom só se for no cérebro de passarinho dele, eu tenho familia, filho, gente que depende de mim, e não vou me arriscar só por causa de um pensamento DÉBIL destes, não é com frases e imposições como estas que um Ciclista vai mudar as coisas, ou vai querer expor sua idéia!
Em vez de lutar por direito de andar na rua como se fosse carro, l Deveria se lutar por locais próprios junto ao trajeto dos carros e onibus, para nós Ciclistas, ruas , avenidas com proteção, com segurança, mas enquanto isto não acontece, infelizmente o Ciclista que ama sua vida se ve obrigado a apelar pela calçada, covardia??? Não mesmo, sobrevivencia, em um transito mal educado, cruel e sem lei para Bicileta!
Desculpa ai o texto extenso será o ultimo, foi só mesmo para completar meu pensamento sobre as Ciclovias !
Bom Pedal a todos!
Meu sonho era se tivesse Ciclovia em São Paulo para tudo que é lado, seria um show, para mim é claro, que amo andar de Bike e amo minha vida!
Mas nem a pau Juvenal, que eu saio por ai zigue zagueando no meio dos carros como se fosse um Motoboy, principalmente se for uma rua ou avenida de grande fluxo, eu procuro sempre andar em ruas de pouco movimento, e quando entro em uma rua muito movimentada, não tenho a menor vergonha de subir na calçada e seguiir em frente, mas da seguinte maneira:
Com educação e atenção ao dono da calçada que é o pedestre, sempre dando preferencia a ele, se a calçada estiver livre vou montado na bike pedalando devagar como se estivese a pé, até mesmo para não ser surpreendido em uma saida de garagem, loja, casa etc e nem para surpreender ninguém, se a calçada estiver muito cheia de pedestres, desço da Bike e vou empurrando.
Como eu sempre agi desta maneira, nunca até hoje graças a Deus tive um acidente ou discussão com alguém nas calçadas que ando, pois o pedestre é inteligente ele sabe muito bem difrenciar um bom Ciclista educado de um moleque mal educado Imbecil, que gosta de ficar empinando, buzinando, tirando fina dos outros, para estes nem rua , nem calçada, nem Ciclovia o lugar é em uma jaula mesmo!
Se nossas ruas aqui em São Paulo, nossas leis e nossos motoristas funcionassem como deveria funcionar, e tivessemos Ciclovias cortando toda a cidade, dificilmente eu e acho que todos usariam as calçadas ! Mas como isto não é possivel, e infelizmente acho que nunca será, porque o nosso transito é muito agressivo e implacável, prefiro apelar para a boa e velha calçada quando nescessário do que me arriscar no asfalto movimentado, como disse amo andar de Bike, mas se eu não amar minha vida e minha segurança, do que vai adiantar amar andar de bike se não vou estar aqui para isto ???
Ciclistas que dizem que Ciclovia não é solução e calçada não é para bicicleta, é porque gosta mesmo de se impor na marra no meio dos carros nas ruas sem se importar com sua vida, e estes que brincam com a sorte das finas dos Onibus, Caminhões e outros veiculos, infelizmente são os que aumentam as tristes estatisticas de atropelamento de ciclistas !
A maioria dos Ciclistas, principalmente os RADICAIS tem que entender o seguinte: Bike não é carro, não tem motor e não tem proteção numa colisão !
Andar de Bike é legal, mas mais legal ainda, é saber andar de Bike com segurança TOTAL!
E se para isto preciso em alguns trechos subir e descer calçada, vou continuar fazendo sempre de forma conciente, educada e segura, isto até hoje sempre funcionou e me proporcionou pedalar minha magrela com alegria , felicidade e o principal tranquilidade !
Bom pedal a todos!
Oi Valdemir, só um detalhe. Eu sou um dos ciclistas que dizem que ciclovia não é a solução e não é mesmo. nenhuma cidade do mundo, por mais preparada para as bicicletas, não tem ciclovias em todos os lugares.
Solução para mobilidade por bicicleta é um bom planejamento cicloviario e implantação de ciclovias, ciclofaixas, trafego compartilhado e isso vale para bike e carro como bike e pedestres, pois em alguns lugares esse compartilhamento é viável e um bom planejamento é que vai identificar qual a melhor infraestrutura para ser aplicada em cada lugar.
Abs
André
O problema é que no Brasil tentam resolver tudo a base de leis, ao invés de tentar educar a população. Por causa de alguns irresponsáveis criam-se restrições que afetam a maioria. As motos, por exemplo, estão proibidas de trafegar na via expressa da marginal por que os motoboys insistiam em andar entre os carros, mesmo com eles em movimento. As bicicletas também poderiam estar livres para andar aonde quisessem se todos andassem com bom senso.
Observar a realidade da circulação urbana, e terríveis legislações que escolhem o que desejam cumprir… Você observou bem, a regra é o respeito, com necessidades, possibilidades, e tolerância… Gestão de educação, riscos de acidentes, e infraestrutura, estão sob a responsabilidade dos Governos Legislados.
Sempre estive no fomento da Gestão Integrada dessas ações, uma postura que associe a cidade, espaço, movimento, e cidadão… Fiscalizar as Leis, e intervir no local, responsabilizando seus feitores, com atualização dos códigos…
O acesso aos parques pela CicloFaixa de Lazer e pedestres são compartilhados, em ambos sentidos… E não vejo as pessoas descerem da bicicleta, na mesma faixa dos pedestres da entrada dos parques da CicloFaixa de Lazer. Como podemos criticar as bikes em calçadas ?
Causa, e não efeito…
Observo pessoas cicloativistas que absurdamente estão criticando as ampliações da CicloFaixa de Lazer na CBN SP, hoje, foi o Felipe Aragonez com esse argumento, e esquecem que o inicio em São Paulo do fomento ao uso da bike na cidade foi possível com a implantação deste modo de viver a cidade, e justificar a necessidade de Ciclovias, existência na mídia, e objetivos, e não o incentivo ao comportamento de risco, por quem se aventura postar-se a frente de uma caixa de lata na mesma pista estreita… Dizendo que o Código de Trânsito Brasileiro está correto… Esmaga bike e motos !
Gostei muito do post André… assim como o William, penso na gravidade de um acidente entre ciclista x pedestre em relação ao automóvel x pedestre. Não ando de bike porque não tenho local fixo de trabalho, mas admiro quem tem esta coragem. E fico realmente preocupada quando acontecem coisas como ontem, que quase atropelei um ciclista porque o encontrei no meio da curva. Eu estou errada a andar a 60 por hora numa via onde a velocidade permitida é de 60 por hora? Não! E o ciclista, está errado? Também não! Está tentando obedecer a lei…
É muito fácil simplesmente acusarem o motorista, mas esquecem que o motorista é um ser humano igual a qualquer outro. Enquanto não tive meu carro sofria de desmaios frequentes no coletivo por estar muito lotado e quente. Ando de carro e pago impostos caríssimos porque não vejo outra opção, se nos coletivos tivéssemos a opção de ao menos sentar te digo que teríamos 50% menos carros nas ruas.
Oi Katia, só tem um detalhe importante na relação da velocidade do seu carro. Mesmo se a via for de 60 km/h, nas faixas da direita a velocidade tem que ser sempre mais baixa compatível para a segurança caso alguém queira fazer uma conversão, um motorista tenha que parar para um pedestre atravessar a faixa ou mesmo você encontrar um ciclista pedalando por essa faixa de rolamento. Infelizmente isso não é claro no CTB, mas todos os motoristas, não importa qual a velocidade máxima da via, jamais devem praticá-las na faixa da direita que é sempre a dos veículos mais lentos.
Veja o último post que escrevi no meu blog com o título “Quem será o último Mártir?” e nele eu escrevo o que realmente esperamos dos motoristas.
Mas uma das coisas que eu realmente espero é que mais motoristas reclamem por outras opções de transporte que não o carro. Pois o senso comum é que quando alguém compra um carro ele “resolveu” o seu problema de mobilidade e além de deixarem de cobrar um transporte público decente, muitas vezes pregam que seus carros tenham preferência ao transporte coletivo e essa é uma atitude que me deixa indignado. Sei que não são todos, mas são uma parcela significativa da população e que de alguma forma acaba ditando os rumos dos investimentos públicos.
Por isso insisto que temos que deixar de pensar apenas em nós e pensarmos na coletividade, na maioria, jamais irei aceitar uma ciclovia em detrimento do transporte público ou que retire espaço do pedestre por exemplo e se a maioria dos motoristas pensassem da mesma forma, essa cidade seria bem diferente.
[]s
André Pasqualini
Adorei o post. Acabei de comprar uma bicicleta e vou tentar deixar o carro na garagem de vez em quando. Não tenho preparo físico de atleta e nem é esse o meu objetivo ter. Só quero quer uma outra opção para chegar ao trabalho sem me preocupar com o trânsito e ônibus e trens lotados. Irei pela calçada (que no meu trajeto praticamente não tem pedestres) nos trechos de grandes avenidas sem dúvida nenhuma. Se não tivesse como ir pela calçada e tivesse que dividir a rua com carros e caminhões eu nem teria comprado a bicicleta. Aliás, quem corre mais risco de vida? O ciclista que pedala junto com os carros ou o pedestre na calçada com as bicicletas? Acho errado ter uma lei que põe em risco a vida do cidadão, principalmente ciclistas inexperientes em sem muito preparo físico.
William, creio que você pode tentar contar com a ajuda de um Bike Anjo, entre no site deles, http://www.bikeanjo.com.br, se cadastre e receba ajuda de ciclistas mais experientes da sua região. As vezes nem será necessário pedalar por avenidas movimentadas e mesmo quando isso for necessário, tem umas técnicas para se proteger e nem sempre a pessoa tem que ter muito preparo físico.
[]s
André Pasqualini
Olá
Trabalho na Av.Paulista próx ao metrô Consolação e diariamente temos que desviar de alguns ciclistas pra não sermos atropelados.
Acho isso um absurdo, respeito muito os ciclistas e o espaço deles no trânsito.
Cadê o meu direito de pedestre na calçada?
Sendo que pelo que li na matéria de vocês, isso é lei: A lei é clara, o ciclista não pode andar na calçada a não ser desmontado, vejam o dizem os artigos 59, 68 e 255 do CTB (Código de Trânsito Brasileiro):
Renata, há casos e casos. Na Paulista eu não considero a melhor alternativa que o ciclista pedale na calçada pois o volume de pedestre é grande, mas a Paulista está mais para exceção do que regra.
Sobre a lei, o problema é que seguir a lei, na maioria das vezes coloca o ciclista em perigo. Entre arriscar sua vida e seguir a lei, prefiro que o ciclista se preserve. E se usar a calçada, que faça protegendo o pedestre, não como manda a lei, mas como deve ser.
É perfeita a tua análise. Ninguém quer ser mártir da causa. Geralmente quem não entende é o ciclista que tem uma bike de 5mil reais e participa de campeonato. O bicicreteiro comum que vai pra firma de manhã e nem sequer colocou uma luz traseira em sua bicicleta velha é desconsiderado pelo CTB e segue pela calçada pra chegar vivo. Só acho que devíamos lutar pela contemplação desses parênteses da vida de quem usa a bicicleta. O meu medo é que o jargão que já está popular – ciclista faz o que quer – se consolide de vez.
Obs: Ando pela rua 99% do tempo porque moro no Ipiranga e trabalho no Brooklin mas quando eventualmente me sinto totalmente ameaçado…bora pra calçada.
Brother, também tenho medo desse jargão de que ciclista faz o que quer, mas acredito que se ele tiver uma infraestrutura pensada na lógica dele, 90% das infrações que ele comete deixarão de ser cometidas, portanto bora melhorar essa infra.
Concordo também. A partir do momento em que houver infraestrutura e, acima de tudo, respeito pelo ciclista e pela vida, a partir do momento em que o ciclista não se sentir constantemente ameaçado pelos motoristas, ele vai seguir as regras. Aqui, a orientação que sigo e dou para as minhas filhas é: na calçada, a preferência é do pedestre. Ao avistar um, reduzam a velocidade e, se necessário, parem a bicicleta. Em nossos caminhos são poucos os pedestres (o pessoal anda mesmo é de carro, infelizmente), e, de um modo geral, eles sorriem e dão passagem para as crianças, não há um sentimento de disputa por espaço ou sensação de estarem sendo ameaçados.
Voltei a pedalar depois de 10 anos, e já faz um mês que estou pedalando, e confesso que ainda estou assustado, pois há 10 anos atrás não tinha tanto carros e motos na rua, o que me dava uma certa traquiladade, hoje está difícil, então ando metade do tempo na calçada, afinal para qualquer veiculo que utilizamos temos que prestar atenção em mais cinco: o nosso, o da esquerda, da direita o de trás e o da frente, e dividir espaço com lotações e ônibus não é nada fácil, muitos aqui em minha região desistiram de andar de bicicleta por causa disso.
Já eu ainda estou recioso, já que perdi a velocidade que eu tinha ha 10 anos atrás.
As novas tecnologias modais nos aproximam no futuro aos pedestres, veículos elétricos e leves, com velocidades iguais e respeitáveis no compartilhamento educado… Se isto é risco segundo as regras KKKK feitas para a fluidez e faixelização, que dizer então dos idosos e crianças nas invadidas faixa de pedestres mal dimensionadas, guias não rebaixadas, calçadas esburacadas, sinalização antiga de alto custo de manutenção, uma mobilidade confusa… Uma gravíssima lacuna.
Apesar das sensatas e pertinentes opiniões expressadas nos comentários anterioes parece-me que nãoi foi considerado um dos maiotes perigos da bicicleta trafegando nas calçadas.Trata-se das crianças em especial bem como dos idosos que calma e inadvertidamente saem de lojas e outro tipo de imóveis sem recuo , jamais pensando que ao pisar na calçada poderão ser atropeladas por uma bicicleta a ,conduzida em velocidade, em geral pilotada por um adulto na volta do trabalho, com graves consequencias em especial para os que sofrem de osteoporose. É lamentavel que as autoridades competentes não atentem para essa grave lacuna.
Grande papai. Sempre preocupado com os outros. Sinto tanta falta sua… Não está mais entre nós… Um ano depois deste comentário, ele faleceu.
Ele era justo e manifestava suas opiniões com grande sabedoria… Grande pai mesmo, Valeria…Faz muita falta.
As Ciclorrotas do Broklin informam que o viário é compartilhado com os autos e pedestres, tem efeito educativo, sem limitar locais de estacionamento, é informativo de presença e limites de velocidade… Mas aí me pergunto, já que se tratam de Ruas de pouco movimento, baixa velocidade, “Traffic Callmem” ,não podemos ocupar o eixo como canteiro central, e diminuir as faixas dos autos…. Um pouco mais de infraestrutura ao invés de tinta ! As duas respostas anteriores a minha já estão dando o recado… Evoluir sim, e a todos… Mesmo os mais egoístas vão ter aprender que compartilhar está na definição do porque Cidade… Muita mídia, politica, tinta e mapas de papel como metodologia de aproximar as pessoas dos autos aos humanos…, não está muito bem… A cada dia que pedalo vejo mais agressividades no trânsito, motorista de ônibus não me cumprimentam mais … E antes era apenas um coitadinho que não tinha carro, como o catador de papel e sua carroça, super respeitado em plena Avenida Paulista.
……Por Willian Cruz em 10 de marco de 2011..Pedestres ciclistas motociclistas motoristas de carros caminhoes onibus ou tratores skatistas patinadores cadeirantes. ……Por Willian Cruz em 9 de marco de 2011..Imagem Reproducao.Em uma PESSIMA materia de autoria do jornalista Rodrigo Vizeu o jornal Folha de Sao Paulo fala sobre uma suposta guerra declarada por ciclistas aos motoristas..O inicio da reportagem da o tom cita diversos adjetivos criticos e ofensivos dizendo que e assim que os ciclistas chamam motoristas de carros onibus . ……Por Willian Cruz em 28 de fevereiro de 2011..Nesta segunda 28 de fevereiro sera realizada em Sao Paulo uma bicicletada-passeata para mostrar nossa indignacao com a impunidade dos crimes de transito no Brasil especialmente apos a tentativa de assassinato de ciclistas ocorrida em Porto Alegre na ultima sexta-feira..Indignacao com .
La construccion de ciclovias en la ciudad es hoy una iniciativa celebrada por los ciclistas casi con la misma intensidad con que las critican los automovilistas y muchos vecinos que han perdido lugares de estacionamiento en sus barrios ademas de haber complicado el transito en algunas zonas densamente concurridas..La opinion de la mayoria de los candidatos de la oposicion es sumamente critica y muchos de ellos no dudan a la hora de decir que las sacaran en caso de ganar las elecciones a jefe de gobierno..Jorge Telerman Mas Buenos Aires dice que quitaria muchas de las ciclovias que construyo el gobierno de Mauricio Macri porque dice que obstruyen el transito y no fueron bien delineadas. Aos ciclistas de Rio Grande parabens pela iniciativa e pelo senso critico que ao longo da discussao demonstraram ter……Postado por.Videverso…as. Ja que assuntos mais serios como o desaparecimento do ciclista argentino no Chile nem sempre despertam o interesse esperado talvez algumas incursoes eroticas possam ter este efeito..Em tempo asenhora que esta no carro com o marido diz em alemao Olha da proxima vez usaremos novamente as bicicletas. …..Postado por.Videverso…as.
Robson, as opiniões sobre bike e calçada realmente esgotou, mas espero que juntos possamos lutar por soluções que possam REDUZIR OS ACIDENTES nos conflitos modais… As soluções existem, e procurei sempre referencia-las, por exemplo:
Devolver parte das calçadas aos ciclistas, que foram invadidas pelo processo de faxelização do sistema viário: CALÇADA, FAIXA DE TRANSIÇÃO, onde temos corredores, ciclistas, skate, patins, etc. E VIÁRIO DOS AUTOS, organizado e bem sinalizado.
A MUDANÇA SÓ VEM SE SOUBERMOS COMPARTILHAR A FAMÍLIA NAS CIDADES !
QUEM COMPARTILHA E SORRI, EXERCITA A EDUCAÇÃO, SAÚDE, E TRÂNSITO !
NOBRE COMPARTILHAR DIFERENTES !
Preservar a integridade humana no saneamento da Ciclovia do Rio Pinheiros.
Elaborar mapas e rotas, mas, tomar cuidado com informações de espaços públicos desorganizados, com infraestrutura precária e perigosa…
Com isso, quero dizer que o trabalho apenas começou, mas observo uma tarefa difícil unir os grupos de bike, infelizmente, em caso de decisão, muito político e comercial.
MODAL HUMANO RESPEITADOS PELOS GOVERNANTES !
Representamem,
Robson, não tratamos de opiniões, ou em busca de uma teoria de decisão, e nem procuramos brincar com o nome dos debatedores, mas esclareço:
Sou Engenheiro Civil Urbanista, e “representamem” do Duend Urbano, um segundo ser que tive a sorte de conhecer, que tem me ajudado proteger as cidades, hoje reféns, as vezes, me repreendendo, alertando, indicando, procurando tornar a relação dos humanos com o espaço público mais saudável.
Não se autoriza a entrada nos debates, é livre, e quando um dos debatedores pergunta, ou responde, gostaria de respostas tambem, para não caracterizar a dualidade e enriquecer o debate, é só isso.
O problema é técnico político, as opiniões sempre divergem, e temos soluções aplicadas ao compartilhamento que não são novas, com sucesso em várias cidades do mundo, e repito um trecho anterior do debate:
Vamos seguir consertando os erros, ou adaptações a essa nova realidade, sabendo o que queremos, considerando a diversidade urbana, e parar de querer competir a sua praia errada, com a praia errada dos outros no mesmo modal. Não gostaria de ver você e seu filho de bike no sistema viário, em local com estreita faixa, com ônibus que ocupam uma faixa e meia, atras e feroz… Você pode ser “speed” e correr entre os autos, mas o seu filho não.
Observar a realidade urbana, e transmitir informações, é o primeiro passo para EDUCAR.
André, pedalar hoje na ciclovia do Rio Pinheiros, com cheiro insuportável por aterro de “m” em decomposição nas margens, ilegal… Defender a participação de outros modais na ciclovia neste momento, sem paisagem, e espaço enclausurado, compartilhado com serviços, entre trilhos e Rio fétido, atualmente não dá… Talvez um dia !
A minha experiência com bike e criança em São Paulo foi na década de 90, e luto até hoje por um trajeto entre o Pq. das Bicicletas / Jd. Botânico / ZOO… Atrativos escondidos e segregados da cidade… O Pq. das Bicicletas, antes chamava-se Pq. MUNICIPAL das Bicicletas, onde não seria possível transformá-lo em degradante projeto de garagem da Linha 5 do Metrô.
André e Duend,
Quando escrevemos perdemos muitas vantagens boas de uma conversa cara a cara: expressões, gestos, olhares, ênfases e contextos que num texto escrito são perdidas.
André já tentou fechar o debate e acho que estava certo: a conversa está indo para um caminho que este meio de comunicação não vai resolver. Quero crer que se estivéssemos debatendo pessoalmente veríamos que a conversa poderia realmente nos enriquecer, mas aqui está dando margens a muitas interpretações errôneas sobre cada um de nós.
Tenho minhas opiniões firmes, contextualizadas e bem embasadas, como acredito que vocês também tenham. Cada um de nós traz consigo um histórico de experiências e conhecimentos que não caberiam ser expostos aqui, este não é o lugar.
Nós não nos conhecemos pessoalmente e estamos sim, apenas emitindo opiniões, até agora nada me parece fundamentado em estudo científico.
Assim como vocês, luto pela bicicleta em suas várias manifestações. Por isso penso que o mais inteligente é unir forças, seja de que forma for.
Para mim o debate termina, não porque não temos nada a dizer (pelo contrário!), mas porque o meio está mostrando suas limitações e a fila está andando. Não quero ofender nem ser ofendido por ninguém, muito menos quem não conheço.
Se quiserem bater papo é só falar, podem me achar no http://de-bicicleta.blogspot.com.
Abs,
Robson Combat
Robson, cumpra todas as regras a risca e verá que é impossível pedalar. Você não vai pedalar em rodovias, não vai chegar na praia nunca ou mesmo dentro das cidades. Você vai se arriscar e corre o risco até de morrer. Se pedalar com você duvido que você conseguirá cumprir TODAS as regras a risca. E pra piorar verá que se seguir algumas regras irá sim interferir no direito do próximo.
Quando o Duende citou um exemplo de uma criança na calçada, com certeza ele citou um exemplo meu quando meu filho pede para eu levá-lo na rua para pedalar, já que ele não consegue fazer isso no quintal de casa. Regra é regra, fale para crianças, ou criminosos e até então, em nenhum momento você considerou exceções, pelo menos até seu último comentário.
Não sei quanto a você, mas não estou me baseando apenas “impressões pessoais”. São anos que pedalo por esse Brasil, anos de pesquisas, anos de observações, entrevistas, estudo e com base na minha experiência, se nós ciclistas fizermos pressão para que outros ciclistas sigam as leis a risca, muitos jamais irão pedalar.
Não sei onde você mora, mas em São Paulo mesmo, se a pessoa anda apenas no Centro Expandido, raramente ela sentirá a necessidade de cometer alguma infração de trânsito, mas se quiser, um dia te levo pra pedalar em alguns locais periféricos e você verá que aqui, o que vale mesmo é a lei da sobrevivência.
Defendo um estado onde as regras jamais sejam restritivas, mas sim para coibir excessos. Há sim excessos por parte de alguns ciclistas em relação a calçada, mas eles são minoria sim entre a quantidade de ciclistas que fazem o uso da calçada. Como há também por parte dos pedestres vários excessos. Canso de ver gente correndo a pé na Ciclofaixa, o cara está errado, mas e aí? Se o cara corre no canto dificilmente irá me atrapalhar e porque vou criar caso com ele? Sem contar que como nós, corredores também são carentes de áreas para treinar. Tanto é que vou defender que a Ciclovia da Marginal seja utilizada também por corredores, patinadores, skatistas e até pessoas a pé, já que lá há espaço suficiente para todos os modais e acho um erro aquilo ser exclusivo dos ciclistas.
Pelo jeito nunca iremos chegar a um acordo, eu defendo o compartilhamento sempre e a segregação apenas quando necessário. Eu defendo que a pessoa só cometa infrações de trânsito quando se seguir a lei irá colocar a sua integridade ou a de alguém em risco. Eu defendo que SEMPRE protejamos os mais fracos, eles estando certos ou não, nós estando errados ou não.
Sinceramente acho que o debate chegou a um ponto que não deve mais evoluir, infelizmente. Até porque eu já pensei exatamente como você tempos atrás e minha experiência me mostrou que estava errado portanto será impossível eu me convencer que “antes” eu estava certo.
Abraços
André
Sinto muito, mas, colocar o debate com tantas opiniões respondidas, na dualidade Robson e André… Mas gostei… Não veja apenas as cenas gravíssimas, intervenha e ajude educar… Hombre tu és duro e individual… Gostei do abrandamento de sua resposta anterior , mas não convincente … EVOLUIR HUMANOS !
Duend (Este é seu nome não é?),
Pode entrar, façamos um trielo.
Só que vejo o debate entre 2 pontos de vista, não entre 2 pessoas.
Eu amenizei porque entrei de sola no primeiro, essa discussão vem de longa data, além do mais tudo aqui é expressão de opiniões; o problema grave de algumas é que são colocadas como estudo. E não são!
Nenhuma das opiniões expostas podem compor estatística para qualquer tomada de decisão.
Aliás, em Teoria da Decisão há um paradigma que diz que não consideramos os perfis das crianças, dos criminosos e dos loucos nas análises das escolhas individuais, portanto usar a criança que usa a bicicleta na calçada para construir exemplo não é uma boa escolha. E isso não fui eu que inventei.
Minha análise é feita por outro ponto de vista, só isso, o André argumenta que há justificativas em alguns momentos. Eu argumento que estes justificáveis não podem compor estatística, devem ficar fora de um estudo deste tipo.
Por isso faço a divisão entre pessoas que respeitam as outras e pessoas que não respeitam.
Estudos mostram que o nível de egocentrismo das pessoas é diretamente proporcional à falta de capacidade delas de observar as coisas sob o ponto de vista do outro. Sabendo disso precisamos ser muito desconfiados quando decidimos o que “é bom para nós”.
Volto a dizer: a discussão tem que existir para nos enriquecer.
Meu objetivo não é lhe convencer, é expor pensamentos, igual a você a ao André, e aos outros. Porque eu não sei nada.
Nós precisamos evoluir sim. E estudar muito.
Robson Combat
André,
Acho que nós já discutimos isso pelo Twitter…
Bem, ambos estamos nos baseando em impressões pessoais quando falamos de algumas atitudes de alguns ciclistas, portanto é só expressão de ponto de vista mesmo, não resultado de estudo.
Dqqui de onde vejo, estes ciclistas que andam nas calçadas são sim mal educados e abusados, e são maioria. Já vi cenas gravíssimas.
Por conta disso é que não gosto de classificar estas pessoas apenas como ciclistas, pois a classificação é muito arbitrária: quem é ciclista em um momento, em outro é pedestre e em outro é motorista; portanto a atitude é da pessoa, não do grupo.
Continuo, hoje e sempre, defendendo a tese de que devemos sim nos preocupar com o próximo, pensando sempre de que forma nossas atitudes afetam o outro. Fazendo isso já damos um grande passo.
Se me der a honra, dê uma olhada em meus posts no Blog De-Bicicleta falando sobre assuntos afins.
Enfim, creio que estamos do mesmo lado, talvez valha a pena unirmos forças, fazendo com que a discussão enriqueça a vida de todos como resultado.
Um grande abraço!
Robson Combat
Não são os ciclistas que são pessoas diferentes, são todos os modais, como diz o próprio nome, modal, é apenas o tipo de equipamento utilizado em seus movimentos, até um tênis no caso dos pedestres… O que está diferente mesmo é a realidade urbana e conscientização de um povo inteligente que não quer parar.
Robson, as regras que você diz cumprir, não são estáticas, e pior, não estão adaptadas, a não ser para os autos que hoje estão parando a cada dia mais, Estamos em plena transformação do espaço público urbano, e novas regras estão em produção, para nossos filhos não correrem o risco de dormir em seu carro nas avenidas, sujeito a assalto…
Antes de ser atropelado na calçada por um ciclista, que não mata ninguem, pense nos ônibus e autos em acidentes nas calçadas… As regras não devem seguir estáticas: A CALÇADA É DO PEDESTRE E O VIÁRIO DOS AUTOS ! As novas tecnologias de mobilidade, estão mais próximas do pedestre, e aparecem agora assim: CALÇADA, FAIXA DE TRANSIÇÃO, onde temos corredores, ciclistas, skate, patins, etc. E VIÁRIO DOS AUTOS… PARADIGMA DE SUSTENTABILIDADE para nossos filhos, e todo ser humano E VIVO respirar.
A MUDANÇA SÓ VEM SE SOUBERMOS COMPARTILHAR A FAMÍLIA NAS CIDADES, e para isso, tem que haver TOLERÂNCIA, com indignação e intimidação a todos os infratores DA VIDA em todos os modais… Um bom protesto, melhor que permanecer passivo com regras do passado.
Os problemas individuais ou coletivos, de sua pergunta, acho que já respondi, quanto as outras duas questões: QUEM COMPARTILHA E SORRI, EXERCITA A EDUCAÇÃO, SAÚDE, E TRÂNSITO.
As crianças de bicicleta podem andar nas calçadas ? Não seria muito egoísmo e irresponsabilidade mandá-las para as Ruas… NOBRE COMPARTILHAR DIFERENTES !
Bicicreteiro, agora vou ver a sua resposta anterior,
e ver, como sempre, uma excelente avaliação.
Depois que vi, o final foi ouro: MODAIS RESPEITADOS PELOS GOVERNANTES !
O que mais me chama a atenção na maioria dos textos sobre o assunto é o tratamento dados aos ciclistas como de eles fossem uma classe distinta de pessoas. De forma que pudéssemos dizer que todos são iguais porque são ciclistas.
Exite gente que respeita as outras e gente que não respeita. Este princípio vem antes de ser ciclista, pedestre ou motorista.
Em relação a ciclistas na calçada e seus pontos de vista: eu não olho a vida sob a ótica de quem não respeita o outro, pois este ponto de vista não me interessa. Se cada um de nós tentar justificar as ações feitas em prol de si próprio em detrimento do outro como sendo justificável, voltamos ao nível de sociedade em que é cada um por si. Este não é o modelo que vivo nem quero reproduzi-lo para meu filho.
Não defendo nunca a pessoa que anda na calçada ameaçando a mim e meu filho: eu ando na calçada em tenho que ceder lugar a um ciclista egoísta e mal educado que está me ameaçando, andando onde é lugar para pedestre eu andar? É um absurdo conceber que algum pedestre vai pedir desculpas a algum ciclista que está fazendo isso! É para fazer rir?
O fato de ter condições ou não de pedalar em um ou outro lugar é realmente crítico, mas não justifica a ação de resolver o próprio problema e deixar que os outros incomodados é que se mudem.
As perguntas que ficam são:
– Nós estamos defendendo o uso da bicicleta para resolver um problema pessoal ou um problema coletivo?
– Se a bicicleta é lazer, até onde ir para não invadir o lazer e a individualidade do outro?
– Se é veículo mas na rua é inseguro, deve-se então andar na calçada para fugir dos outros veículos, deixando de ser ameaçado para ameaçar os pedestres?
Definitivamente, lugar de bicicleta não é na calçada! Independente de leis, baseado apenas em senso de coletividade e respeito ao próximo!
Aí tem um detalhe. Várias vezes eu (como pedestre) dividi espaço com ciclistas na calçada e raramente me senti ameaçado. Você está partindo de um pressuposto que TODOS os ciclistas que andam na calçada ameaçam o pedestre. Eu já estou partindo de outro, que a maioria (mais de 99% numa boa), não ameaça o pedestre.
Estou aqui apresentando um exemplo onde a pessoa não está apenas escolhendo “o melhor para si”, mas escolhendo o melhor pela sua segurança. Não vejo nada de egoísmo em prezar pela sua segurança.
Depois coloco outro debate que é o compartilhamento entre ciclistas e pedestres. Sim, esse é outro debate mais técnico, onde eu mostro que esse compartilhamento é possível. Como ocorre sem grandes problemas na Ciclovia da Radial leste por exemplo.
Então apresento o compartilhamento de ciclistas nas calçadas como uma alternativa técnica plausível que pode ser utilizada em diversas situações. Mas não em todas. Aliás, não defendo que naquele problema da ponte João Dias que eu citei o melhor é o compartilhamento. Só digo o que acontece e também digo que enquanto eu estive ali não vi um ciclista sequer, “ameaçando” um pedestre. Tão pouco vi um pedestre “intimidado” pelos ciclistas. O que vi foi uma convivência pacífica.
Também temos que partir do pressuposto que nossa cidade marginaliza tanto o ciclista como o pedestre. Se essas “categorias” não fossem marginalizadas, esse debate nem seria necessário.
Não defendo o uso da bicicleta, nem para resolver um problema pessoal, nem coletivo. Defendo que todos tem o direito de pedalar e me revolto quando sei que alguém deixou de pedalar por medo. As pessoas podem não pedalar por preguiça, porque não gostam, mas deixar de pedalar por medo não dá. Eu pelo menos luto por isso.
O uso da bicicleta como um direito que deve ser respeitado e até o governo acordar e tirar tanto ciclistas como pedestres da marginalidade, a melhor maneira “na minha opinião” para tornarmos nossa situação melhor é colocar cada vez mais bicicletas nas ruas. E se dentro do seu trajeto de 10 quilômetros, por segurança, você tiver que usar a calçada por um trecho de 100 metros que o faça e não deixe de pedalar, como a maioria dos ciclistas acaba optando.
E quando falo calçada, pode incluir cortar caminho por um terreno baldio, por uma trilha na terra ou até mesmo por dentro do estacionamento de um supermercado como já fiz várias vezes. Finalizando, tenho certeza que no dia que ciclistas e pedestres forem respeitados pelos governantes, não precisaremos mais se preocupar com ciclistas nas calçadas. Mas enquanto isso não ocorre, como disse a Silvia no comentário acima, se ciclistas mais experientes continuarem pressionando ciclistas como ela a seguirem as leis “a risca”, teremos é mais carros nas ruas.
André Pasqualini
Sempre que tive que escolher entre minha segurança e o cumprimento da normativa, adivinha o que escolhi.
A minha opinião é de que se pode utilizar a calçada e, a lei dá tremenda margem à isto, pois segundo o seu primeiro parágrafo, a proibição deverá estar sinalizada: “…onde não seja permitida a circulação desta”. Esta frase deixa claro que o poder público deva sinalizar a proibição, quando for o caso. Então, como ainda não vi (na minha vida…) uma placa de proibição, continuo e continuarei a utilizar a calçada, quando for conveniente ( o que no meu caso, significa mais seguro).
abraços
Olá, eu sou cliclista em BH onde o transito não é tão grande quanto o de SP mas possui a mesma complexidade. Acredito sim que todos devem fazer o certo do pedestre ao motorista de betoneira. Por que só assim acabaremos com esta história de cada um puxar a sardinha para o seu lado a fim de justificar uma infração ou outra que pratiquemos, mesmo as que parecem inofensivas.
Só para pensarmos, vários ciclistas ultrapassam carros a menos de 1,5 m de distância, mesmo que isso não seja um risco ao motorista do carro, este ato dá a sensação ao condutor motorisado que não há problema desrespeitar esta lei.
Assim como é comum o ciclista trafegar no passeio é comum o motorista estacionar sobre a faixa, e mesmo em ambos os casos haver uma aceitação do pedestre os 2 atos geram prejuízos ao ser andante.
André, achei a sua análise brilhante. Eu sinto que os ciclistas mais experientes, em geral cicloativistas (e eu tiro meu chapeu pra eles, e agradeço a luta, porque é graças a eles que as alternativas mais humanas à mobilidade urbana têm sido discutidas mais seriamente nos últimos tempos), têm um certo preconceito com ciclistas menos experientes e com menos forma física (e eu sou uma dessas). Se você não tem condições de “encarar” o trânsito, não deve sair de bicicleta. Ou você segue à risca o Código de Trânsito no que diz respeito às bikes ou não sai de bike. Eu prefiro sair de bike sempre que posso e avaliar quando é seguro seguir as regras à risca e quando não é. Sair de bicicleta pra andar empurrando não faz sentido. Nesse caso, melhor sair a pé – mas a distância às vezes não compensa. Aí, se não puder decidir qual a opção mais segura para mim (e para minhas filhas, que muitas vezes saem comigo para ir a algum lugar de bike), vou sair de carro. E eu quero tirar meu carro das ruas sempre que possível.
A sua avaliação deveria ser analisada com seriedade pelas autoridades de trânsito em todos os níveis, pois acredito que a solução esteja no equilíbrio e bom senso. E, claro, com preocupação sempre pela segurança do mais fraco, em qualquer situação.
Silvia.
Seu comentário foi ótimo, por ser muito simples: Equilíbrio e Bom Senso! e pronto.
taí. mais simples impossível!
1) O que importa é a velocidade permitida na via, segurança para todos os modais… A bicicleta entre o pedestre e os autos, aí sim, uma CicloFaixa Viária pintada na via, ou então, faixas largas na direita para não espremer o ciclista na guia… Calçadas, e transitar na via, em estreitas faixas, em disputa com os autos, com velocidade naturalmente incompatível de uma criança, são errados da mesma forma… Ambos protestos ! Solução: CicloFaixa Viária, e quando estiverem prontas, veremos pedestres corredores compartilhando esta opção… MODAL HUMANO.
2) Quanto ao reforço, não… Pedalamos nas vias, quando possível, e calçadas como opção, principalmente por segurança… O espaço público é físico, portanto delimitado, e as pessoas escolhem o caminho não apenas pelo modal… Pedestre, ciclista, autos, transporte público, escolhem conforme as suas capacidades, porque para um mesmo modal existem variáveis humanas que não podem ser desconsiderada… A vida não é brinquedo, e brincar é um direito.
3) Movimentar-se no mesmo espaço, tudo atrapalha… NOBRE COMPARTILHAR DIFERENTES ! E filhos no lazer tambem querem ir de bike, skate, patins, etc.,as ruas, os parques… O futuro da mobilidade urbana está mais próximo das calçadas, com novas tecnologias, e mudança de comportamento na ocupação dos espaços das cidades.
Vamos seguir consertando os erros, ou adaptações a essa nova realidade, sabendo o que queremos, considerando a diversidade urbana, e parar de querer competir a sua praia errada, com a praia errada dos outros no mesmo modal.
Galera, prestem atenção no meu texto. Não estou defendendo o uso da calçada pelos ciclistas. Estou justificando os motivos. Estou defendendo que não dá para proibirmos ciclistas em todas as calçadas, tão pouco liberar em todas. Quando avistarem um ciclista na calçada, tente avaliar os seus motivos. Pode ser por medo ou por impossibilidade de fazer pela via dos carros, raramente é por “semvergonhice” dos ciclistas.
Ciclistas e pedestres desenvolvem velocidades humanas e na maioria dos casos, são velocidades quase compatíveis, até porque, quando o ciclista usa a calçada, na maioria das vezes, pedala em velocidades inferiores a que ele pratica na rua. O compartilhamento é possível sim em alguns casos e pode ser considerado dentro de um planejamento cicloviário.
Agora se formos radicais, abolindo por completo o compartilhamento entre ciclistas e pedestres, primeiro que isso é inviável, impossível de ocorrer, tanto é que em locais com segregação extrema, como algumas cidades alemãs, praticamente todas as calçadas tem uma parte para o ciclista e outra para o pedestre.
No Japão esse compartilhamento é feito com mais bom senso e a calçada geralmente é usada por ciclistas bem jovens (crianças) e idosos.
Sim, quanto mais ciclistas nas ruas, mais seguro para o ciclista, mas o correto não é dizer “ruas”, mas quanto mais ciclistas em “circulação”. No meu trajeto de 20 quilômetros da minha casa até o centro da cidade, apesar de pedalar quase sempre na via, há um trecho de 500 metros que eu prefiro ir pela calçada, por considerar mais seguro. Será que com a minha experiência eu não consigo avaliar quando é mais seguro ir pela via e quando pela calçada?
Nesse meu caso específico, a solução para eu não trafegar pela calçada é a construção de uma ciclovia, do outro lado da avenida, onde inclusive já há um projeto a quase 4 anos. Se um dia ele sair do papel, não precisarei usar mais essa calçada. Mesmo assim ainda veremos ciclistas por ali, para poder chegar a um parque que tem no final dessa calçada, portanto nem a com a ciclovia teremos o fim dos ciclistas ali, nesse caso o oficialização do compartilhamento tem que ser feita.
abs
André Pasqualini
Alguns argumentos contra a bicicleta na calçada:
1) Existem estudos que mostram que as vias ficam mais seguras à medida que crescem o número de bicicletas trafegando nelas (estou com preguiça, mas posso encontrar as referências se necessário).
2) Quanto maior o número de bicicletas trafegando na calçada, maior o reforço da péssima imagem de que lugar de bicicleta não é na rua. Maior também o reforço de que ciclistas não obedecem a sinalização e de que bicicleta é brinquedo.
3) Pode haver tolerância e concessão por partes dos pedestres, mas a realidade é que o tráfego de bicicleta atrapalha sim os pedestres. O pedestre por exemplo perde a liberdade de movimento lateral na calçada, pois o bicicreteiro, pra que sua pedalada não seja incansável jornada de ziguezague, acaba presumindo que estes vão caminhar sempre em linha reta. Agora, imagine uma família com crianças pequenas, quem se arriscaria deixar seus filhos “livres” em uma calçada onde há tráfego de bicicletas?!?
O risco é inerente ao movimento… Os ciclistas em boas cidades separam os pedestres dos autos… Bikes em calçadas, é saudável, protetor, um amigável protesto, afinal, o planejamento viário de faxelização do trânsito, já invadiram muitas calçadas, e colocaram grades nos cruzamentos que vivem arrebentadas… Eterna manutenção, assim como, quase toda infraestrutura urbana de São Paulo. A Eletropaulo, a melhor das Concessionárias que temos, está sob críticas por vendaval e falta de manutenção arbórea, que dizer das outras… caloi-10, proteger todos os modais!!! Missão de humanos, e fico apenas com a sua excelente frase final ” Respeitar o direito que TODOS possuem de se locomoverem com segurança e dignidade “.
Me lembrou, minha caloi-15, que após ter conseguido estacionamento de bikes na Câmara Municipal de São Paulo, emprestaram, e espero até agora algum Vereador devolver.
Excelente análise André! Importante mesmo relativizar esta questão. Afinal, brasileiro tem mania de ao invés de resolver o problema, tenta criar outro. Isso é coisa da carrocracia e seus lobbys milionários e seus políticos de cabresto. Tentam através da mídia convencer a população que o problema é o ciclista e não as 40 mil mortes por ano provocada pelos carros e seus motoristas. É inacreditável a cequeira voluntária em que essas pessoas vivem. Não enxergam o óbvio! Calçada é obviamente uma opção por enquanto. No dia que as bicicletas forem responsáveis por 1000 mortes no trânsito, ou seja, nunca, vamos discutir isso. (Note que quebrei o galho dos carros hein, afinal seria impossível que os ciclistas conseguissem matar 40mil por ano). Também viajei muito pelo Brasil e sempre me impressionei em ver como a bicicleta JÁ É uma realidade ha muuuuito tempo no Brasil. O problema real, como sempre, são as OTORIDADE que não fazem a sua parte. Precisamos ASSASSINAR A CORRUPÇÃO DESTE PAÍS. Parabéns pelo serviço que você presta à sociedade. Abraços
Oi André. Também achei seu texto muito bom. Analise com propriedade de quem vive o cotidiano, principalmente na periferia. Também nasci na periferia e sei como é dificil pedalar nos bairros esquecidos. Por outro lado minha mãe foi atropelada por uma bicicleta que transitava na calçada no bairro de Sapopemba, onde moravamos. Foi só um susto, pior se fosse um carro. Sei também que é uma questão de respeito, mesmo se não estivesse na calçada, o ciclista que atropelou minha mãe não respeitaria ninguem.
O único problema que vejo é a cultura dessa prática. Já ouvi de diversos motoristas que lugar de bicicleta é na calçada, e parte disso se deve ao fato de termos ciclistas nas calçadas. A Rebouças aqui em SP é um exemplo, muitos utilizam a calçada que é larga e há poucos pedestres, mas isso dá uma falsa segurança, pois nos cruzamentos, que são muitos, fica perigoso para o ciclista.
Brother, a minha avó foi atropelada por um ciclista que descia uma ladeira na contramão. Antes do acidente ela era ativa, forte, não parava quieta. Depois teve uma fratura na bacia, passou a ter diversas complicações e dois anos depois do acidente acabou falecendo.
Eu digo que 99% dos motoristas de São Paulo respeitam o ciclista, mas 1% de 6 milhões é gente pra caramba, contra esses estúpidos não tem jeito, só podemos contar com a justiça.
A Rebouças por exemplo é uma via onde costumo a subir pela calçada direto, a diferença é que eu subo pela contramão, pela calçada do sentido de quem está seguindo para a Marginal Pinheiros, tem menos conversões e depois da Oscar Freire você só terá conversões no hospital. Na calçada consigo subir numa boa e chegar na Paulista sem transpirar, já pela pista dos carros, tenho que socar a bota e chego na Praça do Ciclista tão molhado como se estivesse chovendo.
Calçadas deveriam ser consideradas sim como opção, principalmente em grandes avenidas onde há pouco fluxo de pedestres. Cada caso tem que ser estudado individualmente, mas as calçadas não devem ser descartadas.
Abraços
André
Olá Paqualine, muito embora o admire bastante, permita-me discordar:
A falta de aplicação de uma lei ou determinação não autoriza ou legitima o descumprimento de outra. Muito embora seja fato notório o descumprimento por parte do poder público das determinações no tocante ao fomento do uso da bicicleta como meio de transporte, isso não dá ao ciclista o direito de invadir a calçada, que é por lei, exclusiva para o uso do pedestre.
Se fosse usada a mesma lógica, justificaria o motorista que devido as ondulações ou buracos na parte central da via, espreme o ciclista junto ao meio fio, desrespeitando a distância mínima de 1,5 metros entre o ciclista e o automóvel, afinal, segundo essa lógica, como o poder público não cumpre sua obrigação de promover um pavimento decente, o motorista teria o direito de descumprir essa lei, mas é claro com todo o cuidado para não atingir o ciclista…
Perceba que o pedestre possui o direito de andar tranquilamente no passeio, TODOS os pedestre, não só os saudáveis, como nós, que ainda podemos pedalar pelas ruas. Mas aquela senhora idosa, que já teve fratura de fêmur e bacia, que anda de bengala e devagar, possui o direito de andar pela calçada, sem ter que imaginar ou se preocupar com uma bicicleta que venha na direção oposta. A mulher grávida possui o direito de andar pela calçada, as crianças que, andam erraticamente, possuem o direito de andar pela calçada, sem que as mães ou pais tenham que se preocupar se existe um ciclista, cuidadoso ou não por perto delas.
E utilizar a calçada com todo o cuidado e respeito para com o pedestre, não afasta o ciclista da condição básica de todo ser humano que é cometer erros. E o erro aqui nesse caso pode repercutir diretamente sobre a parte mais fraca: o pedestre.
Muitos citaram o exemplo, belíssimo, do compartilhamento da calçada no Japão, mas há de se ponderar que são situações, culturais e físicas (falta de espaço) notoriamente diferentes. Mas a principal lição que podemos utilizar do exemplo japonês é a do respeito: Respeitar o direito que TODOS possuem de se locomoverem com segurança e dignidade.
obrigado pelo espaço e forte abraço!
oops desculpe escrevi o seu nome errado… PASQUALINE, agora sim!
Augusto, primeiro é Pasqualini e não com “E” no final.
Não estou dizendo que o ciclista tem que descumprir a lei, ou tentando legitimar uma infração. O objetivo do texto é, primeiro relativizar a discussão, entre tantos os problemas que nós temos, pedalar na calçada é o menor deles.
Depois quero mostrar que é possível um compartilhamento entre ciclistas e pedestres, isso já ocorre, seja de maneira legal, legitimada pelo poder público, como de forma ilegal, conforme os exemplos que eu citei.
Dá mesma forma que cobramos o compartilhamento da via com os motoristas, é possível compartilhar calçadas com pedestres. Na minha opinião, se eu fosse um gestor de mobilidade urbana, primeiro optaria pelo compartilhamento e só nas exceções é que optaria pela segregação. Mas o que ocorre é o oposto, a regra aqui é optar pela segregação e como na maioria das vezes, esse é o caminho mais difícil, acaba-se não fazendo nada.
Encare esse texto como constatação da realidade, há um problema, precisamos resolvê-lo e definitivamente, se optarmos pelo cumprimento das regras a risca, o resultado será a diminuição dos ciclistas nas ruas ou um maior numero de acidentes, com certeza isso é algo que a maioria dos ciclistas não quer ver.
Digo a maioria pois já vi vários ciclistas defendendo que pessoas com pouca habilidade, principalmente idosos e mulheres, só poderiam andar nas vias se tivessem equipamento, habilidade e resistência física de atletas, tipo “Pedalar não é para qualquer um”. Isso é o oposto que eu defendo, já que eu busco uma cidade onde tanto uma criança de 8, como um senhor de 80, tenham condições de pedalar com segurança.
Abraços
André
Pasqualini (dessa vez acertei o nome, né ?)
Não há de se falar em segregação entre bicicleta e pedestre, pois são entidades diferentes, bicicletas, motos, carros, caminhões e ônibus são veículos, entre estes deve ocorrer o compartilhamento das vias. Pedestre não é veículo.
A lei que determina a distância mínima entre veículos automotores e os ciclistas existe devido a disparidade que há entre a fragilidade e a lentidão do ciclista perante aos veículos automotores. Quando não é respeitada esta lei, o ciclista pode ‘’acidentar-se’’ mesmo sem contato físico com o veículo (através do deslocamento de ar, ou mesmo pelo susto). Ou seja: essa distância mínima é prevista para que pedalemos com tranquilidade e segurança.
Entre um pedestre e um ciclista ocorre a mesma disparidade. O pedestre é muito mais frágil e lento do que um ciclista com sua bicicleta. Logo, analogicamente, é justo pensarmos que entre o ciclista e o pedestre também deva existir uma distância mínima para que o pedestre possa caminhar com segurança e tranqüilidade, sem levar sustos. Importante também, é lembrar que, diferente dos condutores de veículos, os pedestres não necessitam possuir todos os sentidos em plena forma para caminhar. Assim sendo, teremos pedestres com baixa capacidade de visão ou audição e não há como diferenciá-los dos demais. Além destes, ainda temos que considerar os que, por diversos fatores, possuem a sua capacidade de locomoção ou equilíbrio restritas.
Mas, vamos aqui, de maneira simples, estipular essa distância também em 1,5 m. Nossas calçadas possuem, em média, de 2,5 a 3 metros, e são repletas de obstáculos, tais como: postes, caixas de correio, árvores, telefones públicos, e similares. Desta forma, na grande maioria das calçadas é impossível manter uma distância segura do pedestre. E mesmo essa distância de 1,5 pode se tornar ineficaz, pois o pedestre, ao contrário dos veículos não é obrigado a sinalizar ao mudar repentinamente de direção, e quando mudar de direção, dificilmente verá a bicicleta logo atrás dele, pois o pedestre também não é provido espelhos retrovisores. O pedestre se movimenta erraticamente na calçada e tem o direito de fazê-lo. Quem nunca trombou com alguém andando na calçada ? Imagine se ao invés de estar andando você estivesse sobre uma bicicleta ?
E é devido a esta análise que sou contra o ciclista utilizando a calçada.
Quanto ao compartilhamento forçado que realmente já ocorre entre ciclistas e pedestres, não é porque ele ocorra que deixa de ser inseguro e a margem da lei. E se para aumentarmos o número de ciclistas nas ruas é necessário periclitar a segurança dos pedestres, penso que é melhor que esse número não aumente. Temos que nos organizar para garantir a nossa segurança nos deslocamentos, porém não em detrimento à segurança de um ente ainda mais frágil do que nós: o pedestre.
André, obrigado novamente pelo espaço, abraço
Olá Andre, achei ótimo o artigo. Para comparar, no Japão as bicicletas andam quase sempre nas calçadas, dividindo com os pedestres. As autoridades de lá tiraram as bikes das ruas, pois acharam mais seguro nas calçadas, o que é uma decisão muito lógica, pelas características de fragilidade e velocidade baixa. Aliás uma coisa marcante se compararmos os nossos ciclistas com os de lá: eles pedalam muito mais lentamente na média, pois tratam-se de senhoras de saia, crianças, idosos em triciclos, executivos de terno. Os nossos ciclistas na cidade de São Paulo correm bem mais, pois dividem as ruas com os carros, quase acompanhando-os, além de serem obrigatoriamente pessoas com mais habilidade. No Japão, é comum ver as senhoras pedalando com guarda chuva aberto em uma das mãos, é comum também as mamães levarem as crianças (às vezes duas) na bicicleta. Pergunto: daria para fazer isso dividindo com os carros? Veja neste link a incrível quantidade de bicicletas por lá, elas andam na calçada o tempo todo: http://dpedal.wordpress.com/2011/06/14/a-bicicleta-no-japao-enviada-por-uma-ciclista-de-nagoya/ . Um abraço.
Muito bom André… Observar a realidade da circulação urbana, e terríveis legislações que escolhem o que desejam cumprir… Você observou bem, existem as regra do respeito, necessidades, possibilidades, e tolerância… Gestão de educação, riscos, e infraestrutura está sob a responsabilidade dos Governos Legislados.
Sempre estive no fomento da gestão integrada dessas ações, como urbanista, uma postura que associe a cidade, espaço, movimento, e cidadão… Fiscalizar as Leis, e intervir no local responsabilizando seus feitores, com novas solicitações aos Códigos… Esse a meu ver é o rumo.
O acesso aos parques pela CicloFaixa de Lazer e pedestres são compartilhados, em ambos sentidos… Como podemos criticar as bikes em calçadas ?
Vamos conseguir, as águas estão mais claras, essa forma de abordagem integral do tema é ROTA VIVA !
Causa, e não efeito… Muito bom André !
Normalmente a idéia de o maior proteger o menor não tem prevalecido quando a questão é trânsito, o que tem vigorado é mais a lei da selva onde o maior vence, sobrevive. Com mais bom senso com certeza teríamos muito mais segurança, menos acidentes e menos aborrecimentos. Onde moro há muitos bicicreteiros (incluindo eu) que tentam se proteger andando pelas calçadas, mas mesmo assim é díficil pois muitos lugares não tem nem calçadas, o acostamento em alguns trechos também é quase inexistente, e que torna o trajeto mais perigoso, pois além de ter os carros passando muito próximo, se você tentar manobrar é capaz de perder o equilíbrio já que os carros vem pra cima de você e que caia fora da via, na lama, nas pedras.
Há algum tenpo venho tentando influenciar o pessoal da universidade onde trabalho a adotar a bibicleta como meio e quem sabe a fazer uma ciclofaixa pelo menos dentro da própria Universidade e hoje tive uma boa notícia, que espero que aconteça mesmo. A Vice-reitora disse que comprou uma bicicleta (a primeira da vida dela) e disse que assim que aprender a andar irá propor a medida das ciclofaixas nos campus. Infelizmente a consciência surgiu só depois dela começar a sentir na pele que é necessário fazer algo, mas antes tarde que nunca e tomara que essa ciclofaixa saia mesmo das idéias para a realidade.
Pedalar é preciso! Abraço.
Moro Em Barcelona desde 2007, vou embora para o Brasil em outubro de 2011, sou ciclista, aqui participo de corridas e passeios cicloturistas, o que mais vou sentir falta quando voltar pro Brasil vai ser a infraestuturo que temos aqui e o respeito, no transito temos nosso espaço e devemos respeitar e ser respeitado, sei que no Brasil a coisa é bem diferente, somos muito discriminados tanto pelos motoristas como pelos pedestres, ainda bem que pelo menos nas trilhas e lugares afastados das grandes cidades podemos pedalar com um pouco de liberdade, ser ciclista no Brasil é um pouco sofrido.
Elias não se iluda, nesse lugar de gente ignorante nem nas trilhas é possível pedalar tranquilamente. Se puder, não volte. http://vadebike.org/2011/05/rally-de-suvs-e-jipes-atropela-grupo-de-ciclistas/
Verdade Elias, como bem disse o Catapano, Não se iluda!, só volte se não tiver jeito mesmo. Pedalei por Barcelona e é algo extremamente agradável, fui nas trilhas de Montserrat e apesar de preferir as nossas, a estrutura é melhor, não me senti ameaçado. Aqui já tive conhecidos assaltados no meio das trilhas, uma certa ocasião, na prova de 12 hs em São Roque, fizeram um arrastão de madrugada no meio do circuito!
Particularmente estou viabilizando minha mudança para a Espanha, se der certo vou em 2012.
Ótimo. As peculiaridades de se utilizar ou não a calçada (ou qualquer outra parte da via) devem ser analisadas e reguladas pela autoridade local de trânsito, pois são — óbvio — peculiaridades. A lei nacional devia ser geral nessas questões.
E olha que você deu um exemplo de uma calçadinha murada, numa ponte, com cerca de 1,5m de largura. A segurança, a distância e os obstáculos (rio, viadutos) são mais importantes do que a lei para definir o uso daquele espaço. É o famoso mandamento “tem que ter respeito” finalmente funcionando: se os carros não respeitam — e o incentivo para eles respeitarem é zero — os pedestres e ciclistas dão um jeito de se respeitarem, atrapalhando-se o mínimo possível.
No Japão, onde estive recentemente, a maioria dos ciclistas pedala na calçada, que geralmente tem sinalização de compartilhamento (fotos aqui: http://j.mp/kFdHKa). Lá, a lei define o que você considerou ideal: lugar de ciclista é na rua onde não houver ciclovia ou espaço compartilhado, e pedalar na calçada é permitido por questões de segurança (http://factsanddetails.com/japan.php?itemid=855&catid=23&subcatid=153).
Agora, o meu exemplo: trabalho na Esplanada dos Ministérios em Brasília, onde uma avenida de seis pistas de cada lado é ladeada por uma calçada bem larga e arborizada. Onde vou arriscar meu pedal: numa das seis faixas, TODAS dedicadas ao carro particular e disputadas por muitos ônibus, a mais de 60km/h (pois só freiam no radar pra não levar multa), ou na calçada larga, com consideravelmente menos gente a pé do que os grandes centros urbanos, dando total preferência ao pedestre? Nesse caso, só vou cumprir rigorosamente a lei para meu lado (usar a rua) quando os outros cumprirem os vários outros artigos da lei: ultrapassar a 1,5m de distância, diminuir velocidade, sinalizar a presença da bicicleta, dar preferência, não me fechar pra entrar à direita… até lá, eu vou livrar meu rabo dessa.
Já pedalei em Brasilia e ainda mais nessa cidade, o negócio é usar essas calçadas mesmo. Inclusive, dentro do plano do Pedala DF, o sistema cicloviário iria passar justamente por essas calçadas, o que é infinitamente mais seguro e agradável do que andar nas perigosas “rodoavenidas” dessa cidade
Perfeita a análise. Basta um pouco de bom senso e é possível utilizar a calçada em pequenos trechos de maneira segura tanto para o ciclista quanto para o pedestre. Quem não respeita os pedestres geralmente entra em atrito com eles e acaba desistindo de pedalar rápido na calçada, pois vê que é inviável.
Portanto é um problema menor e que tende a se resolver naturalmente conforme outros maiores são enfrentados.
É fato que, enquanto hover aqueles que dam um jeitinho de se espremer entre os pedestres, nunca os responsáveis irão resolver o problema de ambos.
Pode ir sem medo pela via, pois o risco de você ser atropelado pelas costa é menor do que a de um carro se peder e invardir a calçada, se você se fizer visível, no máximo que vai acontecer é você levar algumas buzinadas dos Pitbull’s do transito, mas eles que vão reclamar para os reponsáveis pelo projeto errado de não colocar um lugar para as bicicleta.
Se os 128 ciclista aqui mencionado estivessem andando como manda a lei, formariam uma corrente continua e não haveriam as famosas buzindas e o melhor é que quando houver um quantidade significativa de ciclistas nas vias, poderemos pegar um faixa para nós e dividir em duas, um para os mais que quiserem andar mais lento e outra para os que quiserem andar mais rápido. Simple né! E nem vai precisar que pintem faixas 😉
Tem certeza brother? Viu no vídeo qual é a realidade da travessia segura da ponte? O que defendo no texto é que antes que se condenem o porque o ciclista anda na calçada, que se verifique os motivos. Ciclistas são diferentes, enquanto para alguns, não tem tanto problema andar na velocidade dos carros, para outros isso é um problema. Eu mesmo as vezes prefiro ir pela calçada do que enfrentar o trânsito, eu que sou um ciclista experiente, tem dias que não tenho disposição para pedalar como um atleta e não é por isso que vou deixar de pedalar.
E no mais, o compartilhamento entre ciclistas e pedestres pode sim ser uma alternativa, desde que a bicicleta seja incluída no planejamento viário.
Cada caso deve ser discutido individualmente, nem sempre ir pela via é a melhor opção, pois apesar dos números de colisão traseira ser realmente baixos, o problema aí é na ultrapassagem, onde os números aumentam por causa do desrespeito a distancia do 1,5 metros. Uma coisa é se impor, tomando a pista na Avenida Brasil, região nobre da cidade. Outra é fazer o mesmo na Estrada de Itapecerica, onde o que manda é a lei do mais forte.
[]s
André
Não estou julgando!
Não precisamos andar como um atleta, podemos ir na boa!
Sei que não é fácil, mas se não começarmos vai continuar do mesmo jeito!
Com união podemos sim mudar isso!